Grover de repente perde as calças.
Duas horas mais tarde todos se reuniram novamente no pavilhão para continuar a leitura. Desta vez era Piper que estava à frente com o livro em mãos, esperando todos se acalmarem para falar.
— Depois do nosso descanso, retornamos para a nossa leitura. - ela disse com um sorriso. - Quem vai ler o próximo capítulo? - olhou ao redor para os campistas, até que um levantou.
— Eu leio! - o campista disse.
— Muito bem. - ela deu um pequeno sorriso ao entregar o livro para ele. - Como é o seu nome?
— Luke.
Piper sentou e observou o garoto. Annabeth lhe contara a história de Luke e não era nada bonita.
Hora da confissão: descartei Grover assim que chegamos ao terminal rodoviário.
— Isso não foi nada gentil garoto. - Hermes disse baixinho para Percy, ao seu lado.
— Eu sei. - o garoto respondeu no mesmo tom.
Eu sei, eu sei. Foi rude. Mas Grover estava me deixando fora de mim, me olhando como se eu fosse um homem-morto, murmurando: "por que sempre tem de ser no sétimo ano?"
— Agora o sátiro pira. - Clarisse revirou os olhos.
Sempre que Grover ficava nervoso, sua bexiga entrava em ação, portanto não fiquei surpreso quando, assim que descemos do ônibus, ele me fez prometer que o esperaria e foi direto para o banheiro. Em vez de esperar, peguei minha mala, saí discretamente e tomei o primeiro táxi saindo do Centro.
— Cento e quatro Leste com a Primeira Avenida – disse ao motorista.
— Não foi educado deixar Grover sozinho. - Annabeth censurou.
Uma palavra sobre a minha mãe, antes que você a conheça.
Seu nome é Sally Jackson e ela é a melhor pessoa do mundo, o que apenas prova minha teoria de que as melhores pessoas são as mais azaradas. Os pais dela morreram em um desastre de avião quando estava com cinco anos, e ela foi criada por um tio que não lhe dava muita bola. Queria ser escritora, assim passou o curso de ensino médio trabalhando e economizando dinheiro para pagar uma faculdade com um bom programa de oficinas literárias. Então o tio teve câncer e ela precisou abandonar a escola no último ano para cuidar dele. Depois que ele morreu, ela ficou sem dinheiro nenhum, sem família e sem diploma.
— Coitadinha. - as filhas de Afrodite suspiraram juntas.
Luke olhou irritado para elas.
A única coisa boa que lhe aconteceu foi conhecer meu pai.
— Conhecer um deus sempre é bom, meu caro campista. - Apolo disse com um sorriso enorme. - Principalmente se esse deus for eu.
Ártemis revirou os olhos para o irmão, mas, pelo menos, ele não estava flertando com suas caçadoras.
Não tenho nenhuma lembrança dele, apenas essa espécie de sensação calorosa, talvez o mais leve resquício de seu sorriso. Minha mãe não gosta de falar sobre ele porque isso a deixa triste. Ela não tem fotografias.
Veja bem, eles não eram casados. Ela me contou que ele era rico e influente, e o relacionamento deles era um segredo. Então um dia ele zarpou pelo Atlântico em alguma jornada importante e nunca mais voltou.
Perdido no mar, minha mãe me contou. Não morto. Perdido no mar.
Ela vivia de trabalhos esporádicos, estudava à noite para tirar o diploma de ensino médio e me criou sozinha. Nunca se queixava ou ficava zangada. Nem uma só vez. Mas eu sabia que não era uma criança fácil.
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Lendo Percy Jackson e os Olimpianos
FanfictionE se os deuses do Olimpo estivessem vivos em pleno século XXI? E se eles ainda se apaixonassem por mortais e tivessem filhos que pudessem se tornar heróis? Segundo a lenda da Antiguidade, a maior parte deles, marcados pelo destino, dificilmente pass...