𝐏𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐔𝐄

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A pequena garota ruiva se sentou do lado do seu pai, a grande manta vermelha estendida pela grama úmida

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A pequena garota ruiva se sentou do lado do seu pai, a grande manta vermelha estendida pela grama úmida. Eles olhavam as estrelas. As brilhantes estrelas que preenchiam o gigante céu azul. Olhavam as estrelas com um grande sorriso. Olhavam as estrelas com os olhos brilhantes. Olhavam as estrelas como se fosse o seu único objetivo. Olhavam as estrelas com a melhor companhia que podiam ter. Pai e filha. Eles eram como alma-gêmeas.

Agora, a garota ruiva se sentava do lado do pai de novo, um pouco mais velha dessa vez. Eles olhavam as estrelas. Mas... desta vez, olhavam as estrelas pela grande janela do hospital. Hospital.

No último ano, Jérémy fora diagnosticado com câncer. Foi uma grande surpresa para Mary e Avryll. Ele não parecia mal. Na verdade, ele parecia ótimo. Até começarem com os tratamentos. Jérémy estava em um estado horrível. Todos os pelos, incluindo o cabelo, tinham caído. Ele possuía grandes olheiras. Ele estava pálido e fraco.

Jérémy havia piorado. Ele estava morrendo diante dos olhos de sua filha e mulher.

Avryll ouvia o choro de Mary todas as noites, pelas finas paredes que dividiam seus quartos. Mas Avryll não chorava. Ela queria, mas nada saía de seus olhos.

Sentada do lado de seu pai, a pequena garota agarrava a sua mão com todas as suas forças. Contava as histórias dos seus livros favoritos. Contava as histórias onde o bem sempre vencia o mal. Contava as histórias com os famosos finais felizes. Prestava atenção na respiração do pai. O tubo em seu nariz ajudando na respiração. Maior parte das vezes, Avryll se encontrava pensando em como seria melhor morrer do que ficar preso em um quarto de hospital. Ligado a máquinas. Precisando delas para sobreviver.

Em uma noite de chuva, onde quase não se via estrela nenhuma no céu por conta das grandes nuvens negras, Avryll se encontrava da mesma forma. O barulho das máquinas em sua volta a deixava sem ar. A máquina mostrava os batimentos cardíacos do seu pai, que aparentavam estar normais, logo fez um longo som... Avryll parou de falar e olhou para seu pai em desespero. Os olhos estavam fechados, já não dava para ouvir a sua respiração, mas um sorriso estava no rosto do homem.

— Pai? Papai?! Acorde! - Avryll gritava. Abanava o corpo de seu pai. Médicos logo adentraram a sala junto da outra mulher ruiva.

— Vamos filha, você tem que sair daqui. — Mary empurrava sua filha gentilmente para fora da sala. — Avryll, fique aqui está bem? Eu já volto. — Com um aceno de cabeça de Avryll, Mary saiu dali.

𖤐

A ruiva acordara com o barulho de sua mãe mexendo nos pratos no andar debaixo. Desceu as escadas e observou a mesa com um grande café-da-manhã servido.

— Bom dia mãe! — Avryll beijou a bochecha da mais alta enquanto olhava a comida na mesa.

— Parabéns filha! — Mary abraçou a mais nova e beijou sua testa. — Onze anos! Ah, estou tão ansiosa para o dia de hoje! —  A mulher ruiva dava pequenos saltinhos e sorria.

𝐏𝐑𝐈𝐌𝐀𝐕𝐄𝐑𝐀, 𝖩𝖺𝗆𝖾𝗌 𝖲𝗂𝗋𝗂𝗎𝗌 𝖯𝗈𝗍𝗍𝖾𝗋 Onde histórias criam vida. Descubra agora