Começo ...

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Era mais um dia de inverno em Brighton, um cidade que neva duzentos e oitenta e três dias por anos e anos , uma cidade pouco longe de tudo , mais uma cidade mordenizada e com tudo que você precisa pra sobreviver na Inglaterra.
Sai da minha cama, senti o frio do chão ao tocar à sola do meu pé , fazendo um pequeno choque térmico em meu corpo. Sentia o clima do ar frio subindo em minhas pernas , fazendo-me pegar minhas colchas e cochilar sobre a minha cama até dá a hora de eu me levantar.
Acordo com os gritos e barulhos da minha mãe me pedindo pra acordar que estava na hora. Tinha me esquecido que hoje eu ia para a Clinica da Santa Maria . Possivelmente eu ia faltar a Universidade e a aula de Violino.

- Karter ! Já pedi pra você não deixar suas cuecas penduradas no banheiro, é anti higiênico. - Minha mãe começa a gritar comigo logo de manhã cedo .

-Okay mãe , estou indo. - Vou até o banheiro , ainda com sono e jogo as minhas cuecas nas cestas de roupas sujas. Sento na cadeira da cozinha e fico olhando pra geladeira lembrando do que era pra eu fazer.

- KARTER ! Vai se arrumar, temos que estar na Clinica as 07:00 !
Eu olho para o relógio é dava 06:30 , levantei da cadeira com dificuldade, subi as escadas do meu quarto , abri o guarda-roupa e peguei uma calça jeans e uma blusa de manga com listras pretas e brancas. Passei o perfume, passei o pente no meu cabelo ( naquela época era raro algum menino da minha idade pentear seu cabelo , à moda era cabelo bagunçado), desci até a sala de estar... Sentei e esperei minha mãe me chamar. Ia dar umas 06:50 e minha mãe jogou um casaco de lá de cima do quarto .

- Veste isso , aqui é Brighton ,está nevando e fazendo -3° graus .
Eu vesti e coloquei meu tênis.
Fomos até o ponto de ônibus que ficava alguns metros da minha casa. Não demorou muito para o ônibus passar. Eu e minha mãe subimos no ônibus, e ela pagou minha passagem, apesar que eu já tivera dezoito anos e já estivesse na hora de eu começar a trabalhar, minha mãe não queria.
Sentei naquele banco alto do ônibus e olhei pra fora da janela, tudo calmo, a neve caía como uma pena suave, minha mãe segurava minha mão e apoiava a sua cabeça nos meus ombros , fazendo-me sentir um frio de leve na barriga. As janelas começaram à ficar embaçada, e vejo uma luz forte da Polícia da cidade. Eles pararam os ônibus que estavam passando naquela rodovia.

- Licença, estamos procurando uma garota parecida com essa. -Ele levanta uma folha com a foto da menina, cabelos castanhos, olhos verdes enormes, bochechas rosadas e um olhar determinado e com um belo nome chamado Lia.
Ninguém tinha visto ela , então eles passaram para o próximo ônibus, demoraram uns cinco minutos lá e logo depois voltam com a suspeita do " crime ". Chegou no ponto final.
Desci do ônibus com a minha mãe e ela segura em braço e diz numa voz tão doce quanto um favo de mel .

-Vai ficar tudo bem - Ela me diz puxando-me para uma rua sem saída. Essa não era a minha imagem que eu tinha da Clinica , pensei .
A Clinica Santa Maria era toda branca, silencio completo , vazio , e um cachorro dormindo bem no local.

-Senhora Reynolds, que bom
vê-lá a senhora por aqui novamente, vejo que esse é o famoso Karter. Seu filho é enorme ! -Disse a médica , exclamando .

- Sim , é o meu filho.

- Prazer, Karter. -Digo.

-Prazer Luna , sua médica em tratamentos e consultas. Poderiam me acompanhar? -Ela diz .

Ela nos leva até seu consultório enorme , e cheio de aparelhagem, eu estranho , mas depois até que levo numa boa , pra variar.
Ela me faz deitar em uma máquina branca, gelada, e pede pra eu poder tirar a camisa. Eu fiz oque ele pediu , então um lazer me atingiu e eu fiquei imune, fechei meus olhos e abri novamente ... Saio da maquina (assustadoramente assustadora) e ela pede pra eu esperar lá fora do consultório .
Não escuto praticamente nada , mas dava pra ouvir certas palavras como "Deixa ele viver uma adolescência normal ", "deixa ele ir pra escola " ou como " ele só tem poucos anos de vida , mas ainda tem chance ".

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