Capítulo 2

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Amy

Amy, está ocupada? Me desculpe atrapalhar. – minha irmã mais nova perguntou sem nem mesmo me cumprimentar assim que atendi a ligação.

— Algo aconteceu com o papai, foi tudo bem na consulta? – disparei para minha irmã. Ela o buscou no hospital há algumas horas antes de eu ser absolvida por meu trabalho.

Não, não... papai está bem, disse que o médico passou alguns exames mas que está forte como um touro, palavras dele, não minhas. Desculpe te preocupar.

Aquele dia estava sendo uma confusão. Depois da pequena rusga com o doutor Green, reuni meus exames e anotações para encontrá-lo sentado em sua sala na neurologia. Não daria o braço a torcer, mas o neurocirurgião tinha razão, nosso encontro era necessário. A partir da nossa conversa foi rápido planejar a cirurgia de Denise. Descobri que quando o médico entrava no modo profissional, era um homem agradável. Talvez fosse por isso que tantas pessoas do hospital pareciam gostar do trabalho dele.

Enquanto avaliávamos tomografias e ressonâncias, não era o idiota de sorriso cafajeste do corredor, mas sim uma versão de óculos de grau parecendo um modelo de alguma universidade. Deve ser incrível usando APENAS um moletom. Droga... precisava parar de pensar sobre o doutor Green, mas era a primeira vez que o via tão de perto e entendia o apelo.

Era como se depois de todos esses anos, minha vida convergisse para focar na presença do gigante loiro. Ele não era dono de meio pensamento meu por dias inteiros, e de repente sua presença ficou remoendo em minha cabeça durante toda a manhã. Passou de ouvir as fofocas sobre as aventuras do "doutor gostoso", quase como um personagem de livro de ação, para alguém que cruzou meu caminho e influenciava minha vida.

Isso ainda continuaria por algum tempo.

A operação de Denise Villanueva aconteceria em dois dias e depois poderia voltar a evita-lo como a praga. Quer dizer... poderia continuar o observando de longe. Apesar de cafajeste, o homem era bom de olhar. Bonito, ombros grandes, músculos marcados no jaleco...

Precisava ir para a clínica em vez de ficar me perdendo sobre o quão verdes eram os olhos do Doutor Green. Seria um longo dia, bufei. Era o sono, tinha certeza.

Amy, está aí? Estou te atrapalhando, não é? Vou ligar depois, não é nada urgente – minha irmã continuou, tentando chamar minha atenção e me tirando de meus pensamentos.

— Não é nada, Lisa. Estou com a manhã um pouco agitada com a preparação de uma cirurgia e ainda vou para o consultório – expliquei e soltei um bocejo sonoro – E ainda estou cansada.

O vizinho não te deu trégua?

— Tudo o que não transei nos últimos meses esse homem faz em poucos dias – anunciei em voz baixa com medo de que algum colega de trabalho ouvisse.

Como você sabe que é um homem?

— Uma vizinha no elevador comentou comigo, mas é o máximo que sei sobre ele. Nunca o vi... mas ouvi muito.

Quem te escuta falar desse jeito deve achar que é engraçada. Amy Young, uma piadista!

— Meu senso de humor é peculiar.

E um dia alguém vai se encantar com ele – ela disse em um tom um pouco animado demais e sabia o que viria a seguir. Lisa não desistia Quão disposta a um novo encontro às cegas você está?

— Lisa... – pronunciei o nome da minha irmã como um alerta, sentindo desespero por sua sugestão.

Ao longo dos anos, minha irmã me apresentou todo tipo de pessoa: amigos de trabalho, da faculdade, pessoas aleatórias que conheceu ao longo da vida.

Um Amor de Vizinho - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora