Apenas uma lenda

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P.O.V: MAYA

Fiquei branca que nem papel. Já estava começando a gostar das férias. Ta bom, não passamos nem uma noite aqui, mas eu estava com meus amigos. Olhei para Zark, ele estava calmo.

Claro que ele estaria calmo. Aquele nome não significa nada pra ele. Mas pra mim e pro pessoal lembra algumas noites passadas. Isso não estava acontecendo. Pensei

Ele chegou perto de mim. Olhou para a mesma direção que eu. Então falou.

- A lenda da morte dessa garota me dá arrepios. - disse ele com a voz tensa, mas ao mesmo tempo dando de ombros.

- Que lenda ? - perguntei. Não tirava os olhos da lápide.

- Vem, vamos voltar e então eu te conto. - disse dando meia volta e entrando na floresta.

- Não, volta aqui. Vamos fumar um cigarro, sentar e você começa a me contar.- disse sentando e pegando um cigarro.

- Se você quer, por mim tudo bem- ele sentou e começou. - Ela e os amigos estavam na mesma cabana que nós. Estavam curtindo as férias, iam passar um mês nessa cabana. Mas as coisas mudaram de rumo. - ele acendeu o cigarro e começou a fumar. - Uma noite eles fizeram uma festa. Encheram a cara, usaram drogas. Coisas que adolescentes fazem. Ela era a "careta" do grupo. Então ela percebeu que o amigo dela tinha entrado na floresta. Ela seguiu ele, até essa área que eu e você estamos.

A essa altura o clima estava ficando frio, devia ser umas 2h da manhã. Uma pequena camada de névoa estava se formando. Eu olhei para a lápide e fiquei imaginando o que havia acontecido com ela.

- Foi ai que os captadores os acharam. Ela e o amigo dela. Dai existe várias versões pra continuação. - disse ele jogando o cigarro. - Alguns dizem que o amigo saiu correndo e ela ficou paralisada no lugar. Então eles acabaram cortando sua garganta. Na manhã seguinte os amigos dela enconteram uma caixa pra em frente da cabana, seus amigos abriram a caixa. Dentro da caixa estava seu corpo todo esquartejado. A outra versão é há mais cruel. Quando ela ficou lá, parada, eles apagaram ela. Quando ela acordou estava numa casa, deitada numa cama, sem roupas e sem seus membros e sua boca costurada. Quando eles perceberam que ela tinha acordado,começaram a estrupa-lá. Fizeram isso por um tempo, pois, só dias depois a caixa foi encontrada com seus membros e sua cabeça.

Olhei horrorisada pra ele. Agora eu entendo a vingança. Eles a mataram, mesmo ela não ter feito nada.

- Qual versão verdadeira ? Não sei. Mas algumas pessoas que conhece a lenda, querem saber qual versão é verdadeira, mas a gente só pode saber se desenterra ela. Mas ninguém tem coragem. Pois dizem que quem desenterrar ela, os captadores viram atrás de você. E outros falam que ela, antes de morrer, jurou vingança.

Fiquei mais branca que estava antes. Será que essa babozeira toda é verdade ?

- Ouça - Zark me tirou dos meus pensamentos. - Vem vindo alguém.

- Pare de querer me assust.... - então eu ouvi. Vozes. Não muito longes.

Vou andando até uns arbustos altos. Puxo Zark comigo. Olhamos e percebi que era a uma mulher com uma faca na mão e um machado na outra. Gelei. Será que esses Captadores existem mesmo ?

Percebo que alguém esta me observando. Até que a pessoa grita no meu ouvido.

- MAYA - eu pulo pros braços de Zark. Até que percebo que era Raziel.

- PORRA RAZIEL, VAI TOMAR NO CU. TU QUASE ME FAZ TER UM INFARTO DO CORAÇÃO.- gritei. Ele ficou confuso com o meu medo.

A mulher vem correndo em nossa direção. Eu fiquei parada no mesmo lugar. Zark tentou me puxar. Ela estava chegando mais perto. Pensei que eu, Zark e Raziel iam morrer. Nosso fim chegou. Fecho meus olhos. Quando derrepente, alguém me abraça. Fico confusa. Até que alguém diz no meu ouvido.

- Sua kenga, tava preocupada. - Úrsula. Já tinha me esquecido do que aconteceu horas atrás. Mas me lembrei que antes disso, e acima de tudo, Úrsula era minha melhor amiga.

- Até que fim Maya. - disse Kael e atrás dele estava vindo Leon.- Estávamos preocupados contigo guria.

- Gente desculpa, mas agora a gente tem uma coisa pior pra se preocupar. - apontei para a lápide. Olhei pro rosto de cada um e, como o meu antes, ficaram brancos que nem papel.

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