Capítulo 7

5 3 0
                                    

𝑲𝒊𝒓𝒊𝒔𝒉𝒊𝒎𝒂~☕︎
08:45 PM
Eu estou sentado no banco de trás do carro do Sero, à minha esquerda está Mina e na minha direita está Bakugou, obviamente Sero estava dirigindo e Denki estava no banco do carona contando sobre seu intercâmbio nos Estados Unidos.
Denki contou que estava namorando uma garota norte-americana chamada Jirou, ela iria vir pro Japão depois de terminar a faculdade de música.
Ao ouvir sobre a nova namorada de Denki, Sero ficou um pouco desanimado, eu sabia que Sero tinha um "pequeno" crush em Denki, eu tinha sido o único a quem Sero havia contado isso, e também já aconteceu algo parecido comigo no ensino médio, então eu sei como ele se sente.
Sero estava nos levando à um restaurante chamado Yoshida.
Nós chegamos ás nove horas, o lugar não estava lotado, pra falar a verdade, haviam muitas poucas pessoas lá dentro.
Nós nos sentamos eu uma mesa mais pro fundo do lugar, Bakugou parecia um pouco desconfortável, antes do Sero chegar no meu apartamento Bakugou me falou que era a primeira vez que ele saía com alguém desse jeito, ele só ia à encontros de modelos nos quais ele era obrigado à ir.
Depois de uns cinco minutos chegou um garçom à nossa mesa, ele anotou nossos pedidos e depois saiu.
Denki continuou falando sobre o intercâmbio, depois de uns vinte minutos nossos pedidos chegaram: uma duzia de takoyakis, dois temakis, um soba e um okonomiyaki, nós também pedimos sakê para beber.
Nós conversávamos enquanto comiamos, até Bakugou estava conversando com os outros.

Depois de comermos nós continuamos à pedir sakê, muito sakê. Depois de praticamente uma hora já tava todo mundo bêbado.
Eu me lembrava de como Denki ficava quado bebia, ele parecia uma criança de três anos descobrindo o mundo, provavelmente daqui a pouco ele ia começar a achar que pedras eram cachorros e que gatos eram seres alienígenas, e eu ainda acredito que são.
Depois de um tempo conversando coisas que as pessoas conversam quando estão bêbadas Mina fala com um sorriso meio bobo no rosto:
- Gente, cês sabiam que quarta eu peguei a menina que eu tava fazendo trabalho? E ainda por cima ela tinha namorado.
- Aquilo é um cachorro? Fala Denki apontando pra uma tigela que estava em cima de uma bancada.
- Acho que sim. - Diz Mina - Vai lá fazer carinho nele.
Denki se levantou e foi fazer carinho na tigela, aquilo foi muito estranho, ainda bem que tinha pouca gente no lugar.
Sero estava do outro lado do restaurante falando com um cara com cabelo metade branco, metade vermelho, provavelmente tava dando em cima dele, ele fica assim quando bebe.
Bakugou parecia meio inquieto, depois de uns segundos ele fala:
- Eu vou ir tomar um ar fresco e já volto. Depois de dizer isso ele sai do restaurante.
- O cachorrinho não se mexe. Falou Denki.
- Eu vou atrás dele. Digo, e logo depois também saio do restaurante.

Eu encontro Bakugou apoiado na lateral de uma pequena ponte que fica perto do restaurante, ele parecia meio deprimido, então eu resolvo ir falar com ele.
- Ei bro, tá tudo bem?
Ele leva um pequeno susto ao perceber que eu estava ali, mas logo depois fala:
- Tô sim... - Ele fala, mas logo em seguida continua - Não, na verdade não, eu não tô bem.
- Quer falar sobre isso?
- Olha... eu só não aguento mais essa vida, o sufoco, a pressão que colocam em cima de mim, como fazem eu agir como se eu não fosse eu mesmo, eu... Eu odeio isso, eu só queria que isso acabasse. - ele dá uma longa pausa e depois continua. - Eu odeio o fato de ninguém me aceitar como eu sou, principalmente os meus pais...
- Como assim?
- Eu sou gay, Kirishima - ele fala em um tom duro, com lágrimas se formando nos cantos dos olhos - Eu sou gay, e meus pais me odeiam por isso, nunca me aceitaram e nunca deixaram eu falar isso pra ninguém por causa da imagem de merda deles nessa merda de ramo da moda. Ele fala e depois começa a chorar.
Eu queria falar algo pra reconfortá-lo, mas não sabia o que dizer, então eu o abraçei, no nosso encontro de filme de terror ele disse não gostar muito de contato físico, então eu achei que ele iria me afastar ou algo assim, mas não, ele retribuiu o abraço e continuou chorando. Por fim eu disse:
- Bom... Se ninguém te aceita então eu acho que sou o primeiro.
Depois que falo ele me olha, mas logo em seguida ele desvia o olhar novamente
- Obrigado...
Nós só ficamos abraçados em silêncio por um tempo, mas não um silêncio desconfortável que nem da primeira vez que eu o vi, mas sim um silêncio agradável, um tipo de silêncio que me faz querer ficar ali junto dele pra sempre, depois de um tempo eu falo:
- Quer saber uma coisa? Eu também sou gay. E quer saber mais uma coisa? Eu meio que tô gostando de você... Depois que falo isso sinto minhas bochechas esquentarem um pouco.
- Uau... É a primeira vez que me falam isso de uma forma sincera... Ele também cora um pouco.
Logo que percebi estávamos nos beijando, um beijo fofo, como os descritos em livros de romances clichês, mas mesmo assim incrível.
Depois que paramos nós estavamos envergonhados demais pra conseguir olhar na cara um do outro, então só continuamos abraçados olhando pra paisagem noturna da cidade.

~☕︎𝑪𝒂𝒌𝒆☕︎~Onde histórias criam vida. Descubra agora