Capítulo 4 O início de um problema

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Estava na cozinha a fazer o jantar, para a Sarah e para Caroline, já se passara uma semana desde que ela tinha vindo me visitar e estava indo embora amanhã de madrugada. Pôs as mãos à obra para preparar os seus pratos preferidos, bacalhau com natas para a Sarah e risotto para Caroline, ia ficar a noite toda na cozinha mas não me importava, enfiei música nas colunas que se encontravam ao lado da tv da sala e comecei.

Finalmente terminara e agora estava tudo pronto para comer, tinha a mesa com dois cozinhados que com tanto orgulho digo que estão deliciosos. Começamos a comer e tanto Sarah e Caroline elogiaram os meus cozinhados, estando com um ar totalmente satisfeitas.

-Tinha-me esquecido que cozinhas mesmo bem.- disse Caroline dando uma garfada enorme na sua comida.

-O melhor de viver com ele é isso, quando decide cozinhar fica um espanto.- continuou Sarah.

- Sabes que cozinhar dá trabalho e eu nem sempre tenho tempo.- respondo fazendo uma careta infantil.

Sarah faz-me um gesto obsceno com o dedo e eu retribuo, estas brincadeiras são umas das melhores coisas que adoro em ter uma companheira de casa e também uma melhor amiga.

Acabamos todos de comer e estava a levantar a loiça para pôr na máquina quando Caroline entra pela porta.

- Oh priminho, vais ao jantar dos teus pais no sábado?

- Tenho de ir, e não é um jantar, sabes muito bem que é uma festa para os anos de casados deles - reviro os olhos, odeio ir a estas festas, especialmente porque os meus pais chamam sempre as mais importantes e aborrecidas pessoas de Seattle e arredores.

-Eu sei que é uma festa, tenta só não ficar a um canto, conhecer pessoas importantes pode te ajudar muito - responde para tentar me animar.

-Tu vais? - pergunto de volta- Sabes bem o rancor que eles têm contra a tua mãe por casar com o teu pai, sabes por ela não ter casado com o riquinho que a avó lhe "arranjou".

-Tenho de ir, infelizmente, os meus pais vão, por causa de um negócio qualquer e não vou deixar que a avó os humilhe- diz com um ar meio irritado e triste- Mas e tu vais levar o Dylan? Sabes que tens de ir acompanhado. - pergunta para mudar de assunto.

-Não tinha pensado nisso - respondo levando as mãos à cabeça.

-Bem, se eu tivesse no teu lugar arranjava uma solução, é daqui a duas semanas- quando termina de falar põe-me uma mão no ombro e depois saí para se ir deitar.

Ela tinha razão, tenho de arranjar uma solução. Eu quero levá-lo, nem que tivesse de aturar as birras de desaprovamento da minha avó.

-Ethan, está tudo bem? - pergunta-me Kim quando volta para junto de mim numa mesa que se encontrava perto da janela da biblioteca.

-Sim está, só ando meio distraído só isso - respondo.

-Amigo, eu conheço-te bem o suficiente para saber que se passa algo, agora me diz o que tens em mente? - pergunta com um sorriso cativante.

-Problemas de família- respondo- estou com receio que as expectativas da minha avó estrague algo super importante.

-Entendo, mas não podes viver no medo e no receio, às vezes enfrentar logo o problema é o mais importante. Quando eu vim para a área de psicologia, fiquei com receio que a minha mãe ficasse dececionada comigo, pois queria que fosse médica ou algo assim, mas eu não queria, por isso enfrentei o problema e ela disse que desde que fosse feliz estaria lá para me apoiar- responde para tentar me tranquilizar .

-O problema é o que pode ocorrer depois de enfrentá-lo - digo.

-Eu acho que enfrentar qualquer problema vale a pena, mesmo que tenha consequências.

 𝖓𝖊𝖜 𝖘𝖊𝖓𝖘𝖆𝖙𝖎𝖔𝖓𝖘Onde histórias criam vida. Descubra agora