In Noctem

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Carregue minha alma pela noite
Que as estrelas guiem meu caminho
Diga a aqueles que eu amei
Eu nunca os esquecerei
In Noctem
Nicholas Hooper

As orbes negras refletiam a luz da lua que brilhava na imensidão de um céu estrelado, luz essa que insistia em iluminar a noite mais fria e soturna que Hogwarts já tivera. 

Do alto de uma das torres de Hogwarts Severus Snape contemplava a escuridão, imerso em seus pensamentos. O vento gélido beijava o seu rosto, e por um instante ao sentir-se acariciado permitiu-se fechar os olhos, uma fina e cálida lágrima escorreu por sua face. Pensou em como as coisas poderiam ter sido diferentes, em como seria se ela tivesse aceitado sua proposta. Mas não, ela não aceitou e já não havia mais nada a ser feito. Ele tinha plena consciência dos fatos que se sucederiam ao atender o chamado de Lord Voldemort aquela noite. 

Mais uma vez seu coração foi ferido e o seu amor desprezado, envolto em melancolia ele pensou: 

-Será que não sou digno? Porque então o amor insiste em entranhar suas raízes e florescer em meu ser? 

Um amor tão forte que era capaz de mantê-lo vivo apesar de todo sofrimento que fora exposto por toda a sua vida.

Sentiu-se tolo ao pensar que se deixou levar novamente por esse sentimento que incendeia a alma, que queima o coração. Apenas uma noite de amor, depois de várias trocas de olhares intensos, foi o suficiente para ele se entregar de corpo e alma. Sabia que não seria simples, não seriam aceitos facilmente pela sociedade bruxa por causa de suas diferenças, mas resolveu lutar, precisava lutar, queria lutar. Sentiu que a vida finalmente teria sentido, valeria a pena tentar sobreviver a grande batalha que se aproximava.

Foi ao encontro dela naquela primeira noite de maio, na floresta proibida. Ao vê-la sentiu a esperança pulsar em suas veias, tomou as delicadas mãos junto ao seu peito e disse:

- Eu prometo amar e proteger você todos os dias da minha vida, entrego meu amor e meu coração em suas mãos, só peço que me prometa que ficará a salvo, que sobreviverá e que quando tudo isso acabar, que ficaremos juntos... Sempre.

Com lágrimas nos olhos ela respondeu:

- Não posso, eu não posso... Perdoe-me Severus.

Então ela se foi, levando toda luz que existia dentro dele.

Do alto da torre ele podia ver o lago negro iluminado pela magia das estrelas e da lua, tamanha cintilância e fascínio se contrapunham a escuridão que tomava conta de todo o seu ser. A marca negra ardeu em chamas, era chegada a hora, ele não tinha mais nada, o fulgor se foi. Então ele partiu para a casa dos gritos, partiu para selar o seu destino.

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⏰ Última atualização: Feb 03, 2022 ⏰

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