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Eu estava naqueles dias que só queria deitar na minha cama o dia inteiro. Portanto, havia uma coisa que atrapalhava essa minha vontade — a escola. Eu não posso expressar o quanto odeio estudar, ou coisa do tipo.
Só quero terminar logo essa faculdade e arrumar um emprego bom.

Meu irmão mais novo, Jungwon, fala que é fácil. Pra ele é fácil falar, não é? Está no ensino fundamental ainda. Na verdade, quase indo pro ensino médio.

Naquela manhã eu estava ocupado escrevendo algumas cartinhas para o menino que eu gostava. O nome dele era Sunghoon. Nunca havia trocado palavras com ele, nunca na minha vida. E eu estava bem apenas observando ele de longe. Enquanto eu pudesse o ver, eu estaria bem.

Eu nunca mandava nenhuma daquelas cartas, eram muito especiais para mim. Tanto que eu guardava cada uma delas dentro de uma caixinha escondida no fundo do meu armário.

Enquanto eu terminava de selar as cartas, ouço meu pai me chamando no andar debaixo.

— Kim Sunoo! Venha comer agora. — ele me chama furiosamente enquanto segurava as panelas com suas luvas de culinária — Jungwon, vá chamar seu irmão.

Rapidamente me levanto e coloco as cartas dentro da caixa novamente, as deixo encima da mesa dessa vez. Se eu deixasse lá, talvez Jungwon achasse que era coisa da escola e não bisbilhotaria nas minhas cartas.

— Hey, Sunoo, papai está te chamando. — sobe as escadas correndo.

— Wonnie...  Já estou indo. — tento cubrir a caixa acima da mesa.

— Você está bem? Nunca me chama de "Wonnie". Eu hein, gente estranha. — fecha a porta do meu quarto e volta para a cozinha.

Esse garoto ainda vai me matar!

Depois de aguentar meu pai reclamando de tudo no almoço, eu e Jungwon fomos de carro para a escola.
E pra minha surpresa, quase atropelo Sunghoon tentando estacionar o carro.

— Ei! Cuidado por onde anda. — não posso acreditar que essas foram as primeiras palavras que escutei de Sunghoon.

Eu estava imaginando nossa primeira conversa como algo fofo, por exemplo:

— Nossa, Sunoo! Como você está bonito.

Pelo jeito, sonhei alto demais. Depois de quase matar o amor da minha vida, Jungwon foi para a sala e eu fiquei esperando minha professora chegar na escola para podermos ir para a sala.

Pelo meu azar, encontrei Sunghoon sentado perto de mim. Simplesmente não pude encarar ele de jeito nenhum. Vá que ele lembre de mim como "O Garoto que quase me atropelou". Só de pensar eu já fico triste.

Quando a professora chegou, todos nós fomos em fileira para a nossa sala. No caminho pude ver algumas garotas dando em cima de Sunghoon. Parem de dar encima do meu homem!

Como sempre, dormi a aula inteira. Passei os últimos 3 dias acordado, porque estava estudando pra uma prova que haveria amanhã. Perdi a aula inteira, a única coisa que escutei foi a professora falando para guardamos nossas coisas e irmos embora.

Felizmente, não encontrei Sunghoon em mais nenhum momento. Não acho que conseguiria falar com ele depois do que aconteceu de manhã, por mais que seja uma coisa boba, pra mim era algo muito mais que constrangedor.

Quando eu e Jungwon chegamos em casa o papai estava tentando fazer cookies. Ele adora cozinhar, por mais que ele seja ruim na área da cozinha. Acho bom ele tentar cozinhar, até porque, como ele está velho não tem muitos passatempos.

Logo quando cheguei, subi as escadas do meu quarto e peguei um envelope para escrever outra carta, dessa vez pedindo desculpas por atropelar ele. Eu nunca iria enviar, mas era só pra eu não ficar com consciência pesada pro resto da vida.

Quando abri a minha caixinha, nenhuma carta estava ali dentro. Achei que eu havia guardado em algum outro lugar. Mas logo lembrei que havia deixado ali por causa do Jungwon.

Quem poderia ter pego? Jungwon estava na escola junto comigo, a única pessoa que estava em casa era o meu pai!

Imediatamente desci as escadas e perguntei pro meu pai onde ele havia colocado as minhas cartas.

— Eu mandei pro correio. Você deve ter se esquecido, então eu mandei por você!

𝗟𝗲𝘁𝘁𝗲𝗿𝘀, sunsunOnde histórias criam vida. Descubra agora