Capítulo único.

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Harry respirou fundo e deixou a pedra da ressurreição escorrer por entre seus dedos após a breve conversa que teve com sua mãe, Sirius e Remus. Se ele ignorou seu pai naquele momento, ninguém poderia julga-lo, ele estava realmente chateado pelas atitudes do homem que cresceu admirando e achando que era um herói, apenas para chegar no final, e perceber que ele era como seu primo. Aquilo realmente o chateou muito.

Mas, foi bom vê-lo, não podia dizer que não era uma das coisas que marcou sua vida, pois não foi. Quem realmente importou naquele momento, foi sua mãe, Remus e Sirius, as pessoas que realmente fizeram de tudo para salvá-lo e amá-lo, deram sua vida por ele e para ele inteiramente. Olhando para seu pai, ele não sentiu absolutamente nada. Apenas uma compreensão dos fatos, ele morreu para proteger sua mãe, não ele. E sua mãe, morreu, por ele. Dando a vida por ele. O amor dela o salvou. Não James. Seu pai.

Aquilo meio que doeu um pouco, mas logo passou, de qualquer maneira, ele logo estaria lá ao lado deles e poderia sanar suas dúvidas e tentar entender o que de fato aconteceu para seu pai ser daquele jeito. Ele era pior do que Malfoy e Dudley juntos e cara... Era humilhante você ouvir coisas maravilhosas de seu pai e quase nada de sua mãe, para no final, você descobrir algo desse nível.

Porém, Harry estava divagando.

Vamos para o momento atual.

Ele estava no meio de uma guerra, estava indo se entregar ao Lord das Trevas por ser sua Horcrux, mas... Naquele momento, ele estava com uma coisa que Ron havia lhe dito pouco antes de voltarem a Hogwarts quando eles estavam na mansão Malfoy pensando que iriam morrer e que aquele certamente seriam o fim deles.

Por que diabos ele estava pensando nisso de novo!?

Não sabia, mas agora estava se coçando pra perguntar uma coisa ao Lord.

**✿❀Flashback❀✿**

Respirando ofegante encarando o corpo de Rabicho no chão, Ron começou a rir nervosamente tirando Harry de seu estampor absoluto! Eles haviam acabado de ver o Homem-Rato se sufocar com a própria mão de prata que seu mestre tirano havia lhe dado três anos atrás! Ele estava completamente assustado e Ron estava rindo.

— Cara, a gente acabou de ver Rabicho se matar e você está rindo? — Hermione questionou incrédula.

— Desculpa. — Ron continuou a rir e desviou o olhar do corpo que estava ao seu lado para olhar para o melhor amigo. — Mas é que do nada, me veio algo na mente e eu simplesmente não aguentei! — Ron continuou a rir e olhou para Hermione. — Pensa aqui comigo, Você-Sabe-Quem, parece uma garota.

— O que? — Hermione e Harry questionaram confusos e perplexos.

— O Lord das Trevas parece uma garota. — Ron repetiu rindo e sem querer se apoiou no corpo de Peter por não estar se aguentando. — Veja, todas essas coisas que vimos, essas horcruxes, eram todas jóias, um anel, um colar, uma teara...

— Não esqueça do diário. — Harry apontou seguindo a linha de raciocínio do amigo e recebeu um tapa na cabeça por parte de Hermione. — Ai.

— Não, é sério, fora que ele tem um bicho de estimação exótico que nem aquelas damas puro sangue. — Ron continuou rindo e Hermione acabou bufando uma risada quando Ron começou a imitar uma senhora de idade toda pomposa.

— E ele é obcecado por um único garoto já faz 17 anos. — Hermione apontou e Harry a olhou incrédulo.

— Hey! — Reclamou e seus amigos começaram a rir de sua cara.

— Ora, vamos, nós iremos morrer de qualquer jeito, então vamos nos divertir rindo dessa idiotice. — Ron retrucou divertido e Harry acabou rindo fracamente. Porém, ele logo franziu o cenho pensando sobre aquilo.

Eles foram tirados de seus pensamentos por Draco abrindo a cela e...

**✿❀❃❀✿**

Aquela lembrança tinha que voltar logo agora? Fala sério, ele já podia ouvir as risadas e provocações a alguns metros de distância de onde estava, aquele pensamento o assombrou por vários dias e ele nunca teve uma resposta para isso, era uma briga sem fim entre ele e Tom, ele tinha que perguntar o que era tudo aquilo antes que finalmente acabasse.

Pois se fosse aquilo que estava rodando em sua mente, porra! Era tão mais fácil ter acabado com tudo aquilo desde o início, teriam evitado mortes, guerras e o caralho todo que rolou até chegar naquele momento crucial.

Assim que pisou na clareira onde todos os comensais da morte estavam, ele viu Hagrid algemado em um canto sendo segurado por alguns bruxos, o irmão dele estava ali também, mas ele parecia ter sido atordoado, pois ainda respirava apesar de estar caído no chão.

Todos ficaram em silêncio com a sua chegada e ele rolou seus olhos até parar no homem que estava causando tudo aquilo.

A cobra estava aos seus pés, ele parecia pomposo e a lembrança veio com tudo em sua mente o dando vontade de rir.

— Harry. Potter. — Voldemort praticamente ronronou seu nome e deu um passo a frente, Harry comprimou os lábios tentando segurar o riso e respirou fundo.

— Tom. — Cumprimentou de volta e viu a irá brilhar em seus olhos vermelhos, mas foi tão rápido, que Harry estranhou.

— Estamos aqui hoje, reunidos meus caros amigos, para testemunhar a queda de meu maior ini...

— Com licença. — Harry o interrompeu levantando um dedo e Voldemort, que havia lhe dado às costas, se virou parecendo estar furioso.

— O que você quer? — Voldemort rosnou apertando sua varinha com força.

— Eu não queria interromper o monólogo de vilão e afins. Mas já que vou morrer hoje, eu.. Eu posso ter o direito de tirar uma dúvida, por favor? — Pediu e todos pareceram surpresos com isso, até mesmo Nagini que estava parecendo estranhamente entediada o olhou confusa. Eu hein, cobra estranha da porra.

— Sim, acho que você pode ter suas últimas palavras. — Tom respondeu e Harry negou.

— Não, últimas palavras não, uma dúvida. — Corrigiu e Voldemort rosnou de verdade desta vez.

— Ande logo, pergunte. — Ordenou raivoso começando a andar de um lado para o outro parecendo uma besta enjaulada.

— Pois bem, você é apaixonado por mim? — Questionou de uma vez e todos, todos mesmos ficaram em silêncio absoluto.

Voldemort parou de andar e o encarou incrédulo perdendo toda sua pose com aquele olhar de infinita confusão.

— Como é que é? — Voldemort praticamente gritou e Harry se encolheu um pouco.

— Olha, não me leve a mal, mas... Você é meio que obcecado por mim desde que eu nasci, e nem me venha falar sobre a merda da profecia pois todos sabemos que ela já foi cumprida anos atrás quando você tentou me matar. Era uma porra de profecia auto realizável. — Apontou o óbvio, mesmo que não acreditasse nessa balela toda de profecia, ainda tinha um ponto muito válido.

Voldemort abriu e fechou a boca várias vezes sem saber o que responder e Harry bufou descontente.

— Vamos logo, responda, eu tenho hora marcada pra morrer e você uma promessa pra cumprir. — Harry pediu impaciente e todos piscaram incrédulo quando a cobra pareceu começar a rir e as bochechas cinzentas de Voldemort começaram a tomar uma coloração avermelhada.

:Oh, Tommy, ele te pegou. Eu disse que gostava desse filhote de cachorro e lobo era uma graça, não disse?:  Nagini zombou e Harry teria sorrido para ela se não estivesse tão intrigado no momento.

— Tommy? — Harry murmurou baixinho e comprimou os lábios de novo para não rir.

— Como ousa me chamar assim! — Voldemort rosnou avançando na direção do adolescente parecendo uma adolescente furiosa.

— Oh, céus, acho que posso morrer sem saber essa resposta. — Harry apertou mais os lábios e respirou fundo. — Tá legal, se não quer responder, não responde, mas não ache ruim depois se eu voltar dos mortos e ficar te atormentado como um maldito fantasma Gasparzinho. — Alertou e isso foi o suficiente para parecer convencer o Lord das Trevas a abrir a boca.

— Avada Kedrava. — Lançou furioso e Harry deu de ombros.

É, pelo menos ele tinha tentado.

Uma dúvida, por favor?Onde histórias criam vida. Descubra agora