Memories can hurt sometimes

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Não importa quanto tempo tivesse passado. Ele sentiria a mesma dor toda vez que colocasse os pés naquela casa. Casa, dava para chamar aquilo de casa? Aquela mansão enorme e silenciosa cuja fazia morada em suas lembranças de sua outra vida qua fora tirada de si a força pelas mãos do palhaço que até hoje estava vivo?

Por que ele continuava vindo alí? O que tinha de tão importante naquela mansão?

Ele não entendia, mas de nada adiantava quando no final tudo não passava de um instinto sobrenatural. Cujo arrastaria seus pés que saíram de casa sem rumo e o levariam sempre de volta para ela, onde suas lembranças da vida que outrora tivera fossem borradas.

Mas eram lembranças felizes, o garoto do moletom vermelho nelas estava sempre sorrindo, correndo e se aventurando, sendo livre como um pássaro com os braços abertos. E os corredores tão largos e extensos para suportar suas asas abertas sem nenhum problema.

Ele sabia que Alfred não iria reclamar, contanto que nada se quebrasse, e caso ele não estivesse muito atarefado, deixaria o mais novo lhe ajudar na cozinha e lhe ensinaria modos de como sobreviver no futuro no mundo tão cruel ao qual nós vivemos.

Ele era feliz - era isso que mostrava -, podia não saber se misturar muito bem com crianças da sua idade, ter um temperamento complicado e personalidade forte mas ele era feliz.

Ele conseguia sorrir quando corria pelos corredores batendo as asas com sua risada ecoando pela casa.

No fim, nada mais importaria se ele tivesse conseguido agir como a criança que realmente era quando mais novo.

Como as coisas teriam sido? Se ele não tivesse morrido, ele teria suas asas ainda? Alfred não iria se importar dele correr pela casa com elas abertas?

Não, aquilo era passado, ele devia deixar para trás, relembrar o morcego de que não o tinha vingado tinha seus momentos ideias, quando já estava acontecendo um incêndio ele precisava apenas tacar mais gasolina.

Parado em frente ao seu antigo traje, com as mãos e a testa relaxada em uma espécie de transe apoiadas no tubo Jason se viu num lugar completamente escuro.

Aos poucos um choro se tornou audível. Então, tudo clareou. Era ele, quando mais novo, era ele de quando corria pela mansão com suas asas abertas em suas lembranças.

Sem uma palavra, sem pronunciar um som, ele caminhou até a figura de moletom vermelho sentada encolhida no chão. Ele puxou o menino para seu colo que imediatamente o abraçou.

- Está tudo bem Jason - sussurou as malditas palavras

Ele sabia que nada estava bem, nem que ficaria, mas ele gostava quando Alfred falava isso para ele. Seu tom carinhoso junto nos círculos nas costas o acalmavam.

O passado não pode ser mudado, não importa o quanto tente, ele sempre voltará para lhe assombrar. Como meras lembranças de algo que um dia tu fora, o jeito que ele vier não irá importar, pois sempre depois de uma memória feliz, vem uma lembrança triste que ficou guardada ali.

Ele não se importava, sabia que não podia mudar o que tinha acontecido, mas se imaginar consolando seu eu mais novo lhe dava um certo alívio, ele nunca se trairia, estaría sempre lá, quando caísse se levantaria. Não importava o que ou quem o derrubasse uma hora ou outra ele iria se levantar e voltaria a lutar porque era assim que ele era, teimoso de personalidade forte com um passado do qual não podia ser mudado.

You can't change the past Jason.Onde histórias criam vida. Descubra agora