Capítulo 6

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NOTAS INICIAIS

Olá meu povo! Como estão?

Gente to muito feliz que no cap passado a gente chegou no 1k de reads aqui, então queria agradecer vcs que tão acompanhando. Obrigada mesmo!

Por outro lado, o meu eu paranóica e sabotadora tem reparado que os números individuais têm diminuído nos últimos capítulos. Então queria saber de vocês, o que estão achando? Como tem tido poucos comentários, às vezes acho que ninguém ta lendo ou gostando, então se puderem dizer ai o que vcs tão achando eu ia ficar muito feliz e mais motivada a continuar. ahsuahs xD

Enfim,  era isso. Boa leitura pra vcs!!


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As duas garotas estavam completamente entregues ao momento. 

Emília segurava o rosto de Andi delicadamente com as duas mãos enquanto a morena depositava as suas na cintura da brasileira, a puxando para si e colando seus corpos. Quando a falta de ar apareceu, Andi parou o beijo, mantendo sua testa colada na da outra e permanecendo de olhos fechados, tentando assimilar o que havia acabado de acontecer.

— Emi... o Sebas...

— Shhh... - ela colocou o dedo indicador na sua boca. — Não pensa nisso, te juro que não é o que parece. 

De forma involuntária, Andi se afastou e a encarou confusa.

— Como assim? Ele é seu namorado, não? Você tem um relacionamento aberto, por acaso? - falou de certa forma incomodada. Todos sabiam que eles eram exclusivos e Andi sentiu como se a garota estivesse tentando enrola-la. 

— Não! não é isso... -  suspirou, passando as duas mãos sobre o rosto em uma tentativa de relaxar com a tensão que estava sentindo com todas aquelas perguntas.

— Tudo bem, Emília! Você não precisa se explicar, foi um mal entendido. Vamos esquecer que isso aconteceu, beleza? - ela deu as costas indo na direção oposta.

Porra, Andi! Não tem mal entendido nenhum, eu te beijei porque eu quis, ta bem?! - disse irritada. — Não existe um Sebas e eu. Quer dizer... existe, mas é tudo uma farsa, uma invenção, uma estratégia de marketing, chame do que quiser, mas não é real! É tudo encenação por um objetivo maior. Pronto, agora você sabe! - despejou aquele monte de informações deixando a baterista sem reação. — Fala alguma coisa... - disse se aproximando novamente.

— Farsa? Marketing? Emília, o que você ta querendo dizer com isso?

A mais velha suspirou e pegou na mão de Andi, a puxando para se sentarem frente a frente nas cadeiras que tinham ali. 

— Ok, vamos lá... - parou um segundo pensando por onde começaria. — A gente sempre foi amigos e nada mais do que isso. Só que os anos foram passando e a gente sempre ficando para trás nas Batalhas de Bandas. - suspirou frustrada. — Como essa é a nossa última oportunidade, a gente decidiu juntar o útil ao agradável... 

— Isso é a maior besteira que eu já ouvi na vida. Você sozinha ganha fácil de qualquer banda dessa escola. - disse incrédula, fazendo a brasileira corar.

— Me deixa feliz que você pense isso, mas ambas sabemos que não é fácil assim. O conselho do EWS decide quem melhor lhes convém para vencer a Batalha. A cada ano é uma espécie de rodízio pro filho de algum deles levar o troféu. - disparou com certo rancor — E certamente a mãe do Sebas vai dar um jeito dele ser o escolhido esse ano, mesmo que ele se negue a admitir isso. 

— Você ta falando sério? - a brasileira assentiu, enquanto Andi mantinha a expressão confusa no rosto — Se o prêmio de vocês já está mesmo garantido, qual a diferença vocês serem um casal então?

Emília engoliu em seco e desviou o olhar refletindo se deveria mesmo contar tudo que estava por trás daquilo, afinal envolvia segredos de outras pessoas que não cabiam a ela sair contando por aí, por mais que confiasse em Andi.

— A gente fez um acordo que beneficia tanto a mim quanto a ele. E no caso dele, é algo que vai além da competição, não posso te dar mais detalhes que isso porque é algo pessoal. Mas em troca ele me colocou na banda e com isso eu vou finalmente garantir o meu contrato com a gravadora. 

— Nada disso faz sentindo... - se levantou e passou a caminhar de um lado para o outro tentando assimilar tudo.

— Eu sei, mas é assim que as coisas funcionam com as pessoas que possuem dinheiro e poder. Não há nada que possamos fazer pra mudar essa realidade.

— Você não acredita nisso, Emília. Não você... 

— O que você quer dizer com isso? - arqueou uma sobrancelha e inclina o rosto para o lado, encarando Andi. 

A garota encarou Emília hesitando seguir com o diálogo. 

— Não vai dizer nada? - ela tinha um leve sorriso no canto da boca ao perceber o desconforto repentino da mexicana.

— É só que... - voltou a caminhar pelo porão para não ter mais que encarar Emília. — Você é a pessoa mais determinada e destemida dessa escola, por que você ta ok com tudo isso?

— Me magoa você realmente pensar que estou ok com tudo isso. - fingiu um biquinho de magoada e se levantou indo em direção da outra. — Qual é? É claro que me incomoda, Andrea! -  Mas eu não tenho o poder para mudar como as coisas funcionam aqui, muito menos provas de algo.

— Então você simplesmente aceita as coisas como são e entra no jogo? - cruzou os braços a encarando frente a frente.

— Sim, o que você espera que eu faça? - o tom de voz de Emília havia mudado, elas estava ficando incomodada com os questionamentos de Andrea. — Não seja inocente de achar que eu sou a única que tem conhecimento disso por aqui. Toda a escola sabe, toda! Mas como eu já te disse, eles são poderosos o suficiente pra fazer o que bem entendem. Mesmo que eu quisesse, eu sozinha não sou capaz de mudar o sistema. 

— Você não esta sozinha.

— Sim, eu estou, Andrea! Desde o dia que eu perdi a minha irmã eu estou sozinha e desde o meu primeiro dia neste país eu estou sozinha. Meus pais não poderiam ligar menos para mim e nem amigos eu tenho direito. Laura, Okane e até mesmo o Sebas quando está em um bom dia, são ótimos comigo, mas nunca passamos de colegas de escola e nossa relação é superficial. - disparou com rancor em sua voz, surpreendendo a outra garota que ouvia calada. — Então, sim, eu estou sozinha e por conta própria em um país com uma cultura e idioma diferentes do meu. E sim, eu estou jogando o jogo deles porque eu preciso. Eu preciso ficar no México, não é uma opção para mim voltar para casa, porque tem mais nada para mim lá. - nessa altura os olhos da brasileira já estavam marejados, prestes a cair em lágrimas a qualquer momento. — E quer saber? Desde quando eu te devo explicações do que eu faço, Andrea? Eu preciso assinar com essa gravadora e vou fazer o que for preciso para isso. Por mim... e por ela... 

— Emília... - ela se sentia péssima por ter causado aquela explosão na garota, mas também se sentia péssima por ela se sentir daquele jeito, sozinha e abandonada. — Eu... eu não sabia que se sentia assim... me desculpa, não era minha intenção te julgar. - juntou suas duas mãos com as da brasileira e trouxe perto do seu peito, ficando a poucos centímetros de distância. 

O toque de Andrea a desmontava, sentir seus longos dedos acariciando suas mãos era um ato reconfortante que ela nunca sentido antes. No mesmo instante aquilo fez com que ela se acalmasse e repousa-se sua testa na de Andi, fechando seus olhos enquanto as lágrimas escorriam. Mais uma vez ela estava ali, se permitindo ser vulnerável na frente da garota que conhecia menos de uma semana, mas que de alguma forma já havia quebrado todas as suas barreiras emocionais. Por fim, a mais nova a puxou para um abraço íntimo e aconchegante, como também havia feito no dia anterior, causando novamente a sensação de segurança que só ela fazia Emília sentir.

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