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Stella aparece na loja novamente depois da aula com uma pasta na mão e a mochila nas costas.

– Achei que não viria – Ashtray desencosta da geladeira e vai até o caixa da loja organizando algumas coisas – Como foi o primeiro dia?

– Eu fiquei sozinha o dia todo, comi no banheiro e chorei no intervalo entre uma aula ou outra – Stella diz tentando não ser tão negativa, mas seu dia foi péssimo – Sem contar os olhares horríveis das meninas para mim

– Isso é a coisa mais normal, essas meninas tem ciúmes e inveja de qualquer pessoa minimamente mais bonita que elas. Acham que é um tipo de ameaça ou sei lá – Ashtray explica para Stella que acaba abrindo um pequeno sorriso

– Obrigada – Ela sorri pro menino que pisca para ela em resposta

– É melhor a gente ir andando – Ashtray abre a portinha do caixa e sai da loja de conveniência junto de Stella, ele não morava tão longe, era em uns prédios verdes na mesma rua de sua casa

Ao entrar na casa de Ash, Stella olha ao redor. Não era tão diferente da sua nova casa.

– Stella? – Fezco apaga a bituca de cigarro deitado no sofá

– Oi Fezco

– Me chama de Fez – Ele sorri para a menina e caminha até Ashtray– O que vocês vão fazer?

– A gente vai... – Ashtray tenta achar uma resposta, para que Fez não enchesse o saco – Estudar

– Anh? Aham! Tá – O homem solta uma risadinha e Ash o olha feio e caminha até a porta– Vou dar espaço pra vocês – Ele diz antes de sair do apartamento

Stella se senta na mesa e coloca alguns cadernos e livros em cima dela. Ashtray se senta ao seu lado colocando o seu material no mesmo lugar.

– Você disse que não é dos Estados Unidos, onde nasceu? – Ashtray pega uma caneta e fica brincando com ela entre seus dedos

– Brasil – Stella diz abrindo um de seus livros de química

– Caralho no país do futebol, que time você torce? – Ele tenta tirar a atenção dela dos livros já que só usou de desculpa para poderem se encontrar

– Ah eu sou corintiana, antes de eu ir morar em Recife eu morava em itaquera onde fica o estádio do corinthians. Meu pai me levava em todos os jogos – Ela sorri lembrando dos momentos em que viveu com o seu pai e o futebol

– Por que veio para os estados unidos? – Ash pergunta e Stella bufa olhando pra mesa – Se não quiser falar não precisa.

– Não! Eu conto. Eu saí de itaquera e fui para recife porque meu pai trabalhava como biólogo marinho e recife é praia. Ele viajava muito para outras cidades ali da costa e em uma de suas viagens ele acabou sofrendo um acidente de carro e faleceu. Agora moro com minha mãe, minha vó e meus primos aqui nos estados unidos.

– Ah e! Me desculpa, não tive a intenção – Ashtray coloca a mão no ombro de Stella se arrependendo de ter perguntado

– Bom, você não tem culpa – Ela olha para o rosto no menino por alguns segundos e resolve perguntar algo em que ela estava curiosa a muito tempo – Sua tatuagem é de verdade?

– Sim! Quer ver? – Ashtray aproxima seu rosto no de Stella

Stella coloca o dedão sobre a tatuagem do garoto na sua maçã do rosto.

– Muito legal, eu teria também, mas a minha mãe me mataria – Ela solta uma risada fraca tirando o dedão do rosto do menino

– Nunca pensou em fazer escondido? – Ele pergunta desfazendo o sorrisinho que teria ficado com o toque dela

A DAMA E O VAGABUNDO, ashtray Onde histórias criam vida. Descubra agora