1694 palavras.
KAISER JUROU QUE sua cabeça estava sendo partida ao meio por alguma criatura quando acordou. Doía como nunca e se ele pudesse, naquele momento, tiraria sua cabeça fora..
Sentado na cama, com os cabelos bagunçados e a cara amassada, tenta recapitular o que aconteceu. Lembra-se de flashes de Ivete pondo ele na cama, lhe dando um copo d'água e dizendo que amanhã ele acordaria com uma enxaqueca das bravas. Ela não errou.
Choramingando alto, Kaiser empurra as cobertas para longe e se levanta, se arrastando para fora. Assim que abre a porta, percebe Arthur e Marcos sentados no sofá da sala. Ivete está em frente a televisão, brigando com Arthur quando vê o Cohen.
— Nossa, guri, finalmente. Pensei que não fosse acordar. — ela brinca, deixando o controle na mesinha de centro. — Quer um remédio?
— Eu aceito, Ivete. — Kaiser diz embolado, se sentando no lugar livre do sofá.
— Também tô morto de enxaqueca, Kaiser... — o Gaudério murmura, apoiado no Front. — Sei que não é mais que você, mas nossa...
— Ninguém bebeu mais do que o Kaiser ontem. Talvez o Roberto tenha, na verdade.
— Eu bebi tanto assim? — o hacker pergunta, sem conseguir se lembrar de muita coisa. Sua cabeça doía demais para isso e só conseguia ver borrões. — Porra, minha cabeça vai explodir.
— Você bebeu pra cacete. Nem te vi indo embora. Só fiquei sabendo depois que o Samuel te levou. — Arthur responde, e Ivete chega na sala.
Kaiser bebe o copo d'água e o remédio para dor, pensando no que o amigo disse.
— O Samuel me levou? Eu nem lembro de ter falado com ele. — murmura baixo, devolvendo o copo para a Beicur e agradecendo baixo. Ele vê Marcos dar uma risadinha contida. — O que foi?
— Você fez muito mais que conversar com ele, Kaiser. — o Front diz, risonho. — Até o Veríssimo viu o beijão que vocês deram!
— Não acredito que perdi isso...
Enquanto o Gaudério lamentava por ter perdido a cena, Kaiser abre a boca para falar, mas nada sai. Ele sente seu rosto pegar fogo, raciocinando. Beijo?
— É, beijo. — Marcos murmura, e Kaiser percebe que perguntou em voz alta. — Vocês tavam agarrados, dançando, e você meteu o beijo nele. Até vi gente filmando.
— Filmaram?! — o Cohen pergunta alto, vendo Arthur segurar a risada. Devia estar com uma expressão engraçada.
— Filmaram. Foi o Kurt que filmou. — o loiro responde e tira o celular do bolso. Depois de mexer em alguma coisa, ele vira o aparelho para Kaiser. — Se liga.
Eram definitivamente ele e Samuel, no meio daquela festa idiota de Tristan. Este, inclusive, gritava incentivando seu amigo. Kaiser perdeu o fôlego ao perceber que tinha mesmo o beijado.
Ele ficou em silêncio até o vídeo acabar, porque estava envergonhado demais para falar. E quando Marcos guarda seu celular, ele se recompõe e se levanta.
Passou o resto do dia enfurnado em seu quarto, vendo vídeos aleatórios no YouTube. Não quis sair dali, muito menos ir para a Ordem; ninguém estaria lá de qualquer jeito, por todos terem bebido muito no dia anterior. Então por que ele iria?
E não tinha coragem de encarar Samuel no momento. Precisava de um tempo sozinho, tentando esquecer a vergonha que passou e fazendo um lembrete mental para si mesmo: nunca mais exagerar na bebida.
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o que vários copos de whisky fazem. (sa.mu.ai.ser)
RomanceWhisky e muita música mudam uma pessoa, por mais introvertida que ela possa ser; e Samuel vê isto acontecer quando Kaiser bebe demais em uma comemoração, soltando-se mais do que o normal e fazendo coisas que, depois que o efeito do álcool passasse...