𝐃𝐀𝐍𝐈'𝗌 𝗉𝗈𝗂𝗇𝗍 𝗈𝖿 𝗏𝗂𝖾𝗐
No momento exato em que pronunciei tais palavras, uma garota de cabelos ruivos cacheados e olhos castanhos entrou no quarto. Era a mesma que havia se apresentado na audição um pouco mais cedo.
Maria em um gesto claro de empolgação pôs-se logo em frente da garota:
─ Você deve ser a garota nova né? Prazer eu sou a Maria e ela a Dani. ─ ela sorriu e estendeu a mão para a mesma.
─ Prazer, eu sou a Morgana. ─ a novata respondeu com um sorriso largo e a cumprimentou de volta.
─ Vai se acostumando novata, que ela é animada o dia inteiro. ─ dei uma risada e Maria me olhou fechando o sorriso.
Nós dissemos a Morgana que ela havia chegado na hora certa porque precisávamos montar uma banda.
Foi nesse momento que eu tive uma ideia, eu também deveria chamar a Kauana. Tenho certeza que ela possuía muito talento e seria bem mais fácil de ganharmos.
Resolvi não contar para as meninas porque primeiro queria conversar com a patricinha. Apenas disse que o prazo para a inscrição era até amanhã, então teríamos mais tempo de pensar em um nome criativo para a nossa banda que o Vinicius e os colegas de quarto dele também iriam participar.
[...]
Quando chegou a noite, quis sair do quarto para relaxar um pouco. Depois de um primeiro dia de aula cheio, a minha cabeça estava pensando em um milhão de coisas, principalmente na competição.
Na realidade, o caso é mais sério porque eu tenho ansiedade e convivo com isso desde os 10 anos. Nunca fui atrás de ajuda psicológica por conta da minha família que acredita que ansiedade ou depressão sejam "frescura" e eles são totalmente ignorantes em pensar nisso.
Eu tinha crises quando mais nova, sentia como se algo me sufocasse por mais que eu tentasse voltar a respirar regularmente. O meu coração acelerava e a dor e o medo tomavam conta do meu peito.
Com o tempo eu fui melhorando e não tenho mais crises, porém o meu nível de ansiedade ainda é um pouco elevado.
Levantei da cama tentando não fazer muito barulho mas Maria que parecia não ter pegado no sono direito, acordou gritando.
Apenas olhei desentendida para a mesma que estava com cara de assustada e voltei a descer da cama. Ela questionou onde eu iria e respondi que queria dar uma volta.
Ela me olhou preocupada e disse que não era permitido sair do quarto após as 22h, que se me pegassem eu estaria ferrada e poderia levar uma advertência caso não tivesse uma boa justificativa.
Dei de ombros e coloquei o meu vape no bolso e meus fones apoiados no pescoço, tentando fazer o mínimo de barulho possível ao fechar a porta do quarto.
Caminhei até o jardim que era bem grande por sinal, possuía algumas árvores e pinheiros. Eu diria ser um bom cenário de escolas cinematográficas.
No caminho do jardim para a quadra enquanto tragava, ouço uma voz baixa no telefone e eu não teria como deixar de reconhecer. Era a voz dela.
─ Eu sei mãe, eu sei. Farei de tudo para ganhar a competição, eu prometo... Tá bom, mas você não pode me julgar por ter perdido o ano passado os outros eram muito bons também... Sim, perder não é uma opção. Eu prometo que irei me esforçar mais.
Percebi a sua voz ficar a cada palavra mais fraca, como se estivesse ao ponto de chorar. Nesse momento ela desligou o telefone e ouvi passos se aproximarem.
Ela acabava de passar pela minha frente e coloquei a mão sobre o seu ombro.
─ Ei, você tá bem?
Kauana se virou e percebi os seus olhos encharcados e uma lágrima cair do seu rosto.
─ Eu estou sim... me deixa. ─ ela tirou a mão que eu havia apoiado em seu ombro e deu de costas.
─ Claramente você não está. Da pra perceber pela lágrima que acabou de escorrer do seu rosto. Deixa eu te ajudar.
Ela se virou para mim novamente e me olhou nos olhos tentando ser o mais convincente possível.
─ Eu não preciso de ajuda. Você não deveria estar no quarto a essa hora? ─ disse cruzando os braços e voltou a andar.
─ Você é uma tremenda orgulhosa sabia? E não sou só eu que já deveria estar no quarto. ─ comecei a acompanhá-la e a puxei pelo braço, dando um abraço forte.
Em poucos segundos ela cedeu e suas mãos se envolveram em meus braços. Acariciei os seus fios de cabelo e ficamos um instante ali, apenas sentindo os nossos corpo trocarem o mesmo calor.
– O.. obrigada Dani. ─ ela quebrou o silêncio me olhando cabisbaixa e percebi pela sua voz que estava mais calma.
─ Não precisa agradecer, patricinha. ─ respondi colocando os fios de cabelo que cobriam metade do seu rosto atrás da orelha.
─ Patricinha? ─ respondeu confusa.
Ri fraco e ela saiu dos meus braços sorrindo simples.
─ Nós temos que ir. ─ fui puxada pela sua mão e caminhamos em direção a entrada da escola, até o corredor onde ficavam os quartos.
Kauana me deixou na porta do quarto e a dei um selinho apertando forte a sua cintura. Sua mão acariciou o meu maxilar e nos separamos quando um clarão invadiu o corredor.
─ Droga, deve ser a inspetora. Eu já vou indo. ─ ela me empurrou para dentro do quarto e fechou a porta.
Antes de dormir desejei que a inspetora não tivesse a pegado, e agora entendia o motivo de Kauana ser daquele jeito. Sempre querer parecer forte, fazer de tudo para ser a melhor. Como eu não havia pensado nisso antes? Óbvio que era influência dos seus pais.
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oii leitores favs, como prometido mais um capítulo pra vocês.
votem e comentem para eu continuar escrevendo 🖤
até a próxima.
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i would never like you
Romance- daniela é uma bolsista brasileira que chega em uma das escolas mais renomadas do méxico, só não imaginava que lá iria ter que lidar com uma garota que era um verdadeiro "pé no saco". [kaumin × lgbt] plágio é crime *inspirada na série: rebeld...