prólogo

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Aylla

PRÓLOGO

Hoje se completa oito anos, desde que as pessoas mais incríveis me resgataram do inferno que era o orfanato.

O orfanato era um recinto no qual eu nunca vou poder chamar de lar.

"Atroz"

"Execrável"

Enfim, era isso que significava aquela orfandade.

Fui deixada na porta do orfanato, em um cestinho de palha junto de uma manta bordada com meu nome quando ainda era uma recém-nascida. Não entendo o motivo dos meus genitores terem me abandonado. Mas acho que posso imaginar o porquê.

Criar uma criança tribida é um trabalho difícil, sei disso pois vi a dificuldade que os meus pais tiveram. As luas cheias, os descontroles de poder. Cheguei a machucar o meu pai Harry algumas vezes.

Mas os pais também podem errar nas suas escolhas. Os meus genitores erraram quando consideraram ser possível que eu crescesse feliz e saudável em um local como aquele orfanato.

Todos começaram a me temer e repelir, no dia em que completei três anos. Naquela noite de lua cheia, foi onde tive minha primeira transformação, no meu aniversário de três anos, foi quando despertei meu lado lupino.

Foi quando meu nome se tornou " Monstro, Aberração e Besta" e muitos outros.

Onde começaram os abusos físicos e psicológico

Onde começaram a me trancar no porão escuro, sujo, que fedia a mofo. era sombrio, a diretora fazia isso quando era dia dos casais aparecerem para a adoção.

Também onde começaram a me negar comida e água.

A única pessoa que se importava comigo era o tio Spencer, ele era o cozinheiro, sempre que conseguia me ajudava, alimentando-me e fazendo curativo nos meus machucados, mas tinha que ser tudo escondido, se não ele poderia sair prejudicado

Infelizmente teve um dia em que a diretora descobriu e acabou o mandando embora, torço para que ele tenha achado um novo emprego e esteja bem

Sem o tio Spencer no orfanato

"- Não tem mais como piorar". Murmurava sozinha trancada no porão

Tsch

Eu deveria ter imaginado que se algo já tá ruim, tem sempre como piorar, Três anos depois, no meu aniversário de seis anos, despertou minha outra transformação

Bom, me tornei uma tríbrida, sou uma loba, uma vampira e bruxa.

E no dia seguinte as coisas ficaram bem mais intensas.

Dois anos depois, em uma tarde de Sábado, estava eu trancada no porão, sentada no canto da parede cantando alguma canção infantil que havia escutado das outras crianças

Knock! Konock!. Alguém tava tentando abrir a porta

-"Alohomora". Foi oque eu escutei antes da porta abrir, antes de eu conseguir ver aquelas pessoas. As pessoas que se tornariam minha esperança, meu porto seguro, meu lar, meu refúgio, minha vida e a minha família.

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