Him & I (FlaGui One-shots)

1.1 - Decisão

(Bad Liar - Imagine Dragons)

(Love Me Harder - Ariana Grande, The Weeknd)

Flávia

♥

(Continuação do capítulo anterior)

Quando eu disse que estava surpresa em ver o doutor bêbado, eu não estava brincando. De tantas coisas que imaginei sobre ele, uma cena onde ele vomita no meio da rua não passaria pela minha cabeça. Guilherme sempre pagou de certinho, praticamente perfeito, e agora mal está se aguentando em pé por conta de bebida.

— Guilherme — chamo por ele, sem saber ao certo o que dizer. Estou preocupada e com pena dele. Fica até um pouco confuso para mim. Não achei que ele ficaria tão emotivo e fosse chegar a tal ponto por minha causa.

Ele está curvado para baixo, com as mãos apoiadas nos joelhos. Parece não querer me olhar agora, mas passo a mão pelas costas dele repetidas vezes, fazendo um barulhinho contra o tecido do colete.

Algumas pessoas passam e olham para nós de uma forma que começa a me irritar. Minhas emoções estão bagunçadas depois dessa noite. Eu até poderia dar uma de Paula e dizer para quem quisesse ouvir como eu estou sensível, mas digo outra coisa ao invés disso:

— Estão olhando o quê? Nunca passaram mal antes?

Não estou nem aí para as diferentes maneiras que sou encarada depois disso. Quero poder fazer alguma coisa e garantir que Guilherme fique bem.

— Deixa eu ajudar aqui. — Odailson se aproxima de nós e verifica o estado do patrão dele. — Vou te dizer que eu nunca vi o doutor desse jeito.

— Eu ainda estou escutando vocês. — Guilherme se endireita, mas dá uma cambaleada logo em seguida. Minhas mãos estão prontas para segurá-lo quase que inconscientemente.

— Opa — diz Odailson. — Vamos para o carro. O doutor fica sentadinho lá.

— Eu não sou criança, Odailson. Só tive um dia péssimo — Guilherme reclama e pressiona rapidamente o espaço entre os olhos fechados.

— Olha a grosseria — eu o alerto e me viro para o motorista. — Leva ele, Odailson, por favor.

Ele abre a porta do carro e incentiva Guilherme a entrar na parte de trás. Continuo onde estou, dando um suspiro e observando cada detalhe dessa despedida silenciosa. Posso fingir estar calma, mas o meu coração entregaria todo o meu nervosismo se Guilherme se aproximasse o suficiente de mim para sentir suas batidas.

— Flávia — Guilherme me chama. Não sabia que era possível ter batimentos cardíacos ainda mais fortes depois disso. Me sinto uma boba quando se trata dele. — Vem comigo? Preciso de você...

A mão dele está estendida para mim de dentro do carro. Ainda não sou capaz de reagir, tentando desesperadamente pensar nas consequências depois disso aqui. Lembro-me de todas as vezes que agi por impulso com este homem, as nossas brigas idiotas, mas que me magoaram muito. Esse é o fim da linha? Eu finalmente poderei confiar que não voltaremos ao que era antes?

— Eu vou pegar a minha bolsa primeiro. — Desfaço o meu contato visual com ele e começo a ir na direção da boate. As minhas ações não condizem com os meus pensamentos agora e eu quase ofendo a mim mesma mentalmente. O que diabos acontece?

Murilo e Vanda estão se apresentando quando passo voando para pegar as minhas coisas. Na volta, acabo sendo abordada por Betina, e ela parece um tanto preocupada comigo.