• Capítulo Treze

125 21 149
                                    


Harry

Fiquei feliz por Louis ter aceitado entrar na minha casa, era estranho ter só ele aqui, até porque das outras vezes fui eu que fui até a cada dele, enfim né?

Até hoje paro para pensar o que eu fui fazer lá na segunda vez? Bem eu acho que fui real na intenção de chupar o pau dele, como um segundo pedido de desculpas, já que um dia antes ele ainda estava gripado

Mas ninguém pega gripe pelo pau né? Porque eu quase não beijei ele, sou esperto, mas acho que o motivo pela qual não nos beijamos direito, nem foi esse

Louis está meio perdido e desconcertado na minha sala, deve achar que a qualquer momento ele vai ver a minha irmã pelada, ou a minha mãe sem noção vindo constranger ele

- Relaxa Louis - Falo tirando finalmente os olhos do meu celular e olhando para ele - Estamos sozinhos, minha mãe viajou hoje com a minha irmã - Faço uma cara de desgosto, e espero realmente que ele não tenha percebido

- Ah, ok - Ele sorri sem mostrar os dentes - Eu posso me sentar? - Ele pergunta apontando para o sofá

- Claro Louis, sinta-se em casa - Sorrio sem humor, impossível o Louis se sentir em casa aqui, a casa dele não chega aos pés da minha, e eu não estou falando de bens materiais

- Obrigado - Ele se senta, puxando o celular do bolso, para fingir ter algo para fazer, enquanto esse silêncio desconfortável se estende - Aquele carro lá fora é de quem? - Ele pergunta curioso, e só então me dou conta de que meu pai deixou meu carro novo aqui

Eu não respondo ele, apenas caminho até o aparador perto da porta de entrada, e vejo um envelope preto enorme com o meu nome em dourado

Rasgo o envelope sem nenhuma delicadeza, e de dentro cai a chave do carro, e um maço de dinheiro, que eu julgo ter uns dezoito mil dólares, porque desde os meus oito anos de idade, quando Des deixou de ser presente na minha vida, todo ano ele aumentava mil dólares, para ser equivalente a minha idade atual

Eu dou uma risada sem um pingo de emoção, e olho em direção ao Louis, que continua sentado e calado, apenas me analisando

Sinto como se ele fosse a única pessoa que me enxergasse de verdade, mas isso provavelmente é coisa da minha cabeça, ninguém me vê de verdade

- Aquele carro lá fora é meu - Falo com a expressão neutra, como se aquele carro não valesse quase meio milhão de dólares, eu vejo Louis arregalar os olhos e abrir a boca incrédulo

- Uau Harry, que demais cara - Louis fala empolgado, bem mais do que eu - Aquele carro é incrível

- É - Falo colocando a chave em cima do aparador novamente - Mas vou devolver ele - Me viro e Louis me encara como se eu tivesse dito um absurdo

- Como assim? - Ele pergunta confuso - Por que você devolveria um carro daquele? - Ele aponta para a janela da sala

- Porque eu não pedi para ter ele - Dou de ombros e jogo a minha bolsa da escola no chão, e me sento o lado de Louis no sofá, com a cabeça inclinada para trás fitando o teto - Eu não preciso dele, mas o dinheiro que ele me daria, seria muito útil para a minha faculdade

- Então de quem você ganhou aquele carro? - Louis parece intrigado

- Do meu pai - Falo enquanto fecho os olhos e respiro fundo

- Mas eu achei que você não tivesse um

- Mas eu não tenho Louis - Falo me virando e encarando aquela imensidão azul - Podemos falar sobre isso depois? Eu estou com fome - Me levanto e Louis apenas concorda com a cabeça

Burn Book L.S Onde histórias criam vida. Descubra agora