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Eu não era o vilão da minha própria história.
Eu me tornei o vilão da minha própria história. 


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9 Meses antes.

Não era comum eu sair de madrugada, muito menos escondido, eu não era o tipo de cara que faz essas coisas, mas hoje eu precisei sair um pouco da minha realidade, precisava de um pouco de ar.
Estava cansado da minha rotina de ser o filho perfeito da minha mãe, o certinho que faz sempre o que ela quer, quando ela quer, preciso de um pouco de aventura, não que minha vida não tenha, a final ser namorado de um garota com câncer é uma grande aventura sem fim, eu vivi todo o turbilhão que a vida dela virou, quando perdeu o pai novinha e quando descobriu a doença maldita eu me fiz forte para ela em todas as ocasiões e ainda mais forte para não ser totalmente sugado por toda aquela loucura.
Toda a pressão que estava vivendo me fez fugir para esquecer, fui para o mesmo bar que eu fugia quando isso acontecia, não era uma espelunca, mas também não tinha nada de refinado. Era um lugar-comum com iluminação bem ruim e bebida barata, eu não costumava vir aqui com frequência, nem tão pouco tinha o costume de beber, sempre fui só o nerd pacato que não errava nunca, que era sempre perfeito pra todo mundo mas, vez e outra eu precisava de um pouco de distância dessa versão perfeita de mim mesmo.
— Pode me trazer um cowboy por favor. — Pedi ao barman que me olhava curioso.
— Noite difícil? — Perguntou ao me servir do whisky.
o lugar servia bebida para qualquer um com dinheiro para pagar o que consumisse, sem questionamentos.
— Mais ou menos. — Respondi encarando o copo, sendo deixado sozinho logo depois.
Dei o primeiro logo da bebida que desceu rasgando pela minha garganta, me concentrando nas falas da minha mãe me cobrando sobre a faculdade. Eu ia para a faculdade queria seguir a careira de arquiteto que era a mesma que meus pais escolheram, mas estava sufocado com a pressão que eles faziam para eu fizesse de fato o que eles queriam e esperavam de mim.
Estava cansado disso, seguir o propósito de vida que eles orquestraram para mim, o plano perfeito, me formar com honras, ir para Princeton, me formar também com honras, criar meu próprio escritório, depois uma empresa no ramo, enriquecer o suficiente para poder casar e ter filhos. Se vocês estão pensando que minha vida já está toda planejada a resposta é sim.
E é isso que me incomoda, o fato de ter tudo planejado, sem espaço para erros, para ser o adolescente que faz escolhas erradas ou que pode escolher por si mesmo, e é por esse motivo que estou as 2 da manhã em um bar bebendo até a exaustão.
— Ora, ora, ora não é o garoto prodígio enchendo a cara de whisky! — Escutei uma voz debochada se sobressair as outras.

"Mais que porra não posso nem beber em paz!"

Olhei em direção a voz e me deparei com Molly Gray vindo em minha direção. Molly era minha amiga e uma das melhores amigas da minha namorada, um sinal brilhante de cuidado  e fuja parecia reluzir dela,  o que me leva a crer que Enn saberia que sai escondido.

"Merda!"

— A que devemos a sua visita ao bar? — Ela se sentou ao meu lado.
— Problemas pessoais! — fui esquivo.
— E o menino perfeito tem problemas? Não posso acreditar.... Tirou a primeira nota baixa é querido? — Caçoou visivelmente alterada abusando de seu sarcasmo rotineiro.
— Não sou seu querido — fiquei irritado. — E aproposito não enche Mol!
Ela me olhou surpresa, geralmente sou uma pessoa doce, trato todos bem, sem ser ignorante ou grosseiro, mas toda a pressão que venho tendo nos últimos dias, não tem ajudado e só o que quero é ter um tempo para mim, para espairecer

— Ok! O que está rolando? Você não é grosseiro nem é de beber e veja só — Chegou mais perto de mim e me cheirou. — Ta fedendo a whisky!
Sua proximidade fez eu sentir seu cheiro cítrico e suave.
— Como te falei problemas pessoais, Mol! — Dei de ombros voltando a beber.

— Você não quer me contar só por que sou amiga da Enn ou tem algum outro motivo? — ela continuava insistido.
— Os dois! — continuei na missão de ignora-la.
— Garçom! Mais whisky por favor! — Chamou ela. — Deixa a garrafa aqui. — Solicitou balançando alguns dólares no ar.
— Conversa comigo Bailey! — Pediu servindo nossos copos.
— tenho outra escolha? — olhei para ela de canto de olho.
— Sabe que não! — Deixou claro que não ia desistir.
— Que seja! — Cedi. — Já teve a sensação que não tem controle sobre a sua vida? Que está só seguindo o plano dos outros?
— Sim, foi por isso que chutei o balde e tomei as rédeas da minha vida. — Bebeu do seu copo. — Você se cansou de ser o garotinho perfeito, por isso está aqui não é?
— Mais ou menos, estou cansado de só seguir o planos, queria poder planejar também! — Contei. — — ter espaço para erros poder sei lá, ser só um adolescente normal que tira nota baixa e toma um porre de vez em quando.
— Sei bem como é, se dependesse dos meus pais eu teria a vida assim... chata como a sua, toda planejada e organizada. — ela me olhava de canto de olho. — Mas eu não nasci para isso.

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⏰ Última atualização: Feb 11, 2022 ⏰

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Choices - Serie vidas - Livro de Adan - [EM BREVE]Onde histórias criam vida. Descubra agora