Emily estava no sofá da casa de Aaron.
Ele tinha dito que era melhor que eles estudassem na casa dele, pois ele tinha que cuidar do irmãozinho. O cenho franzido dela foi o suficiente para que obtesse resposta, já que ela não lembrava de brinquedos de crianças espalhados pela casa ou mesmo de uma criança em si. Aaron falou que o garotinho estava com uma tia dele, mas sua mãe mandou buscá-lo, estava melancólica demais pelos dois meses que ele esteve longe.
Se estivesse prestado mais atenção na outra vez que esteve ali, Emily teria notado os quadros com as fotos do menino, e dos três juntos em uma festa de aniversário, e várias outras. Nenhuma figura paterna nelas.
— Quem é você? — perguntou o menino, o mesmo das fotos, o olhar curioso e sapeca enquanto a encarava com expectativa. Ela não sabia se era seu visual, o que geralmente aguçava a curiosidade das crianças, ou se era só a natureza traquina dele.
Aaron havia subido alguns minutos atrás para buscar o material. Emily se recusou a estudar no quarto dele. Recusaria mesmo se Priscilla estivesse em casa.
— Eu sou uma bruxa — Os olhos do menino se arregalaram de horror. Ele de fato tinha acreditado, ainda mais com seu estilo sombrio. Emily esperava não ter o assustado até a morte — E uma vampira. Adoro sangue fresco.
A boca dele se abriu, os olhos ainda mais imensos. Mas sua reação não foi de terror, foi de prazer.
Os Hotchners sofrem de algum problema sério.
O menino pegou a manga da camisa e subiu, expondo completamente a parte superior do braço.
— Toma, bebe meu sangue. Eu deixo.
Ela não pode evitar o sorriso em seu rosto, nem a risada alta que saiu. Um menino tão adorável, não devia ter mais de 5 anos.
— Outro dia — piscou para ele, que abriu um grade sorriso diante da possibilidade.
— Sean.
Os dois olharam para a escada, onde Aaron estava parado.
— Vá brincar no seu quarto, depois levo um lanche para você.
— Posso escolher? — suplicou Sean para o irmão mais velho.
— Não.
O menino olhou para baixo com uma cara triste. Aaron sorriu diante da reação.
— Se você se comportar, vou fazer algo legal para nós.
— Eu vou ser bonzinho, Aaron. Eu prometo — o menino correu para abraçar as pernas do irmão, então saiu correndo escada acima.
Aaron apontou na direção que ela sabia ser a sala de jantar, o único lugar que daria para estudar além do quarto dele.
— Quantos anos ele tem? — perguntou ela, enquanto tirava o material da mochila.
— 5 anos — Aaron a observou como se ela estivesse fazendo algo impressionante — Escutou a fita que eu te dei?
Aaron tinha dado a fita a ela na semana passada, no final de uma aula, como sempre faz, sempre arranjando algo, por mais mínimo que seja, para presenteá-la.
Um sorriso quase repuxou seus lábio com a lembrança desse dia. Não muito depois que ele saiu, Emily escutou a fita. A gargalhada foi inevitável quando a música começou a tocar ABBA. Ela esperava que ele tentasse gravar rock pesado ou o mais próximo disso.
— Não sabia que era o tipo de cara que escutava ABBA.
Ele sorriu.
— Eu acho legal. Qualquer dia desses te levo à um clube para dançar ao som de ABBA.