Feliz Natal - Léia + Pri Daroit

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Depois de dias conturbados em seu casamento, Léia havia finalmente colocado um ponto final na relação. Era Natal, um dia feliz para todas as pessoas, mas para ela estava tudo um caos. Na noite passada, dia 24, Priscila e Marcelo haviam entrado em um embate fervoroso na casa do casal de amigas, e quando viu seu - até então - marido tratar Pri de maneira tão baixa, foi o estopim.
Tirou Marcelo de lá, já que ninguém merecia ter a data estragada por um problema dela e, quando chegou em casa, despejou tudo o que estava guardado há meses para cima do homem. Teve uma madrugada agitada, repleta de conflitos e sem sono nenhum, por isso nem esperou o homem sair, ela mesma se retirou antes que surtasse.
No dia seguinte, na casa de Caroline e Ariele, todas - com exceção de Priscila, que devido ao estresse, Carol achou melhor que passasse a noite lá - chegaram cedo para que pudessem aproveitar o Natal e o dia na piscina. Às nove horas da manhã a mesa do café já estava posta e todas estavam comendo, em um clima que nem se comparava ao do dia anterior. Minutos mais tarde, a campainha soou e pela porta passou uma Léia abatida, com uma cara de quem não havia dormido e nem se alimentado desde que fora embora.
- Bom dia, Leinha. Senta aí, vem comer que eu já vi que a senhora não se alimentou, né? - Ariele dizia em um tom que lembrava a forma que sua mãe a tratava.
- Pode deixar, mamãe, obrigada pelo café! - Se sentou em uma cadeira ao lado de Priscila rindo, mas logo parou ao escutar sua pergunta.
- Nessa noite toda de reconciliação seu marido não te alimentou? Mas que belo marido, hein?! - Mal terminou a frase e Léia colocou sua mão direita na mesa com certa força, dando claramente para notar a falta de sua aliança.
- Tá feliz, Priscila?! - Um sorrisinho de lado tomou conta do rosto de Leia, enquanto o de Priscila foi tomado por completo choque.
- Ih, matou a gay...- Caroline riu da cara da amiga, que estava praticamente paralisada.
- Eu...Eu nunca cheguei nessa parte... - Priscila desviou o olhar e voltou várias vezes, até que abriu um sorriso radiante - Você está solteira...Você está solteira!
Léia sorriu com a reação de Priscila, que parecia uma criança de tão animada. A maioria das pessoas presentes não fazia ideia de que as duas já haviam trocado alguns beijos, muito menos que os sentimentos de Priscila por sua amiga eram recíprocos, mas isso nem ela sabia. Após algumas explicações e piadas, a voz da mais velha ali se fez presente.
- Ai, Leinha, ainda bem, viu?! Você precisava ver essa daí choramingando a noite inteira, era toda hora um "Ah, eu só queria dormir agarradinha com ela de novo igual semana passada..." - Caroline comentou e todas ali riram, com exceção de Priscila que parecia estar em desespero.
- E nós vamos, eu prometo. - Léia disse enquanto segurava o rosto de Priscila, deixando um beijo em sua bochecha. Era tímida demais para beijá-la em público, e sabia que uma hora ou outra teria que consertar isso.
Ali, todas se deram conta do que acontecia, e o conflito da noite anterior parecia magicamente ter sido explicado. Ao longo do dia trocaram alguns olhares, carinhos discretos e palavras, mas nada tão profundo quanto a conversa que sabiam que teriam que ter, cedo ou tarde.
Aproveitaram o dia da melhor forma possível, e na hora de ir para casa Léia se lembrou que Marcelo provavelmente ainda estava lá. Priscila, é claro, ofereceu sua casa para abrigar a mais baixa de bom grado, oferta a qual foi muito bem aceita. Afinal, se tinha alguém que Léia não queria ver no momento era aquele homem.
Chegando no apartamento de Priscila, um clima tenso se instalou. Já estava tarde e, pela primeira vez em anos, Léia se sentia uma estranha naquela casa. Ficou parada ali naquela sala, olhando para um ponto fixo, e só desviou o olhar quando sentiu um par de braços rodearem sua cintura.
- Ei...Olha pra mim... - E lá estava seu sorriso preferido - Podemos conversar? Acho que precisamos esclarecer algumas coisas, né?
- Acho que já passou da hora de termos essa conversa - Léia respirou fundo, enlaçando o pescoço da mais alta com os braços. Não sabia dizer ao certo o porquê, mas ali se sentia mais segura para falar - Você sempre foi algo complicado para mim. Sempre que eu tentava falar ou alguma coisa que não estava nos padrões de amizade acontecia, algo desconhecido tomava conta de mim e tudo o que eu conseguia fazer era reagir daquele jeito, te rejeitando e tentando fazer parecer que nada acontecia. Hoje, eu vejo que esse desconhecido tem nome, e que eu precisei me conhecer melhor do que ninguém para descobrí-lo. O nome disso é amor, Priscila, o mais avassalador amor que eu já senti, talvez o único, inclusive. Foi nessa jornada de autoconhecimento que eu descobri que o meu casamento com Marcelo era uma farsa, que eu nunca fui feliz ali porque meu coração pertencia à outra pessoa. Eu não sei o que exatamente você sente por mim, mas queria que soubesse que é recíproco, e que eu finalmente me sinto confortável e segura para dizer com todas as letras que eu te amo.
- Ok, eu admito que não esperava isso... - Priscila parecia estar dentro de um sonho - Você sabe que eu não sei falar bonitinho igual a você, e que já deve estar mais o que na cara o que eu sinto, mas eu queria tentar - Ouviu uma risadinha vinda de Léia - Faz anos que, quando eu olho para você, o meu mundo parece parar de girar, todas as outras coisas que estão ao redor perdem o brilho e eu ouço da Carol que eu fico com a maior cara de besta. E por incrível que pareça eu não ligo, porque qualquer um que te visse como eu vejo e te amasse como eu amo ficaria igual a um idiota. Você traz alegria pros meus dias, só de te olhar eu esqueço o que é um sentimento ruim e eu tenho vontade apenas de te proteger de tudo e te ter só pra mim, assim como eu fiz ontem. E já que estamos sendo sinceras, eu não estou mais aguentando olhar pra sua cara sem poder te beijar.
Um riso baixo ecoou pelo ambiente e seus rostos se aproximaram, de forma que em poucos segundos as bocas das duas se encontraram, resultando em um beijo composto pelos melhores sentimentos imagináveis. Ali, naquele gesto, as duas pareciam provar uma para a outra a veracidade do que sentiam, e é por isso que o clima que pairava sobre as duas começou a mudar. Além do amor, o desejo presente ali era praticamente palpável.
- Você sabe o que está prestes a acontecer, você se sente confortável? - Priscila perguntou e, com um aceno de cabeça, Léia confirmou. A loira sabia que aquela seria a primeira vez da morena com uma mulher, e queria fazer com que fosse perfeita.
Retomou o beijo com a mais baixa e andaram a passos desajeitados até o quarto, mas no meio do caminho Priscila resolveu facilitar as coisas e, com um impulso, pegou Léia no colo, o que fez com que chegassem mais rapidamente ali. Ao entrarem, fechou a porta e colocou a mulher que estava em seu colo na cama, com delicadeza.
- Você não tem noção do quanto eu sonhei com isso, meu amor - Priscila engatinhou para cima de Léia - Vou fazer tudo ser perfeito para você - Levantou o vestido que a morena usava, a mesma a ajudando e se apoiando em seus braços para que o tirasse, e assim o fez.
Levou suas mãos até as costas da mais baixa e abriu seu sutiã, e quando o tirou depositou um selinho em seus lábios. Desceu o beijo para seu colo e, com cuidado, abocanhou um de seus seios. Chupou-o por alguns segundos, ouvindo gemidos baixos de aprovação por parte de Léia e em seguida fez o mesmo com o outro. Distribuiu beijos por toda a extensão do corpo da outra até chegar na barra de sua calcinha, puxando a peça para baixo e por fim a retirando.
- Priscila... - Léia protestou ao perceber que a loira fazia movimentos com a língua quase que em câmera lenta propositalmente.
- Sim? - Levantou o rosto, sorrindo ao ver a expressão de desapontamento da morena - Você quer que eu continue, amor? É só pedir... - Como boa leonina, não deixaria de ouvir Léia pedindo por ela, e sabia que conseguiria.
- Sim...Eu quero... - A morena já se mexia desconfortavelmente embaixo dela, devido à tamanha excitação - Por favor, Priscila...Por favor... - A loira colocou suas pernas em seus ombros e imediatamente retomou o que estava fazendo, mas dessa vez sua língua trabalhava com volúpia ali, explorando as áreas certas para fazer Léia ir à loucura - Isso...Assim...Não para...
Alguns segundos depois a mais baixa já puxava seu cabelo e enlaçava as pernas no pescoço da loira, aproximando ainda mais o rosto de Priscila de sua intimidade. A mais alta, por sua vez, estava adorando aquilo. Todo aquele anseio de Léia por mais estava a motivando, e sua satisfação foi enorme quando percebeu que o corpo da mulher dava sinais de que seu orgasmo se aproximava.
Suas pernas tremiam, seus gemidos aumentaram o tom cada vez mais e o aperto em seu pescoço se intensificou, até que Priscila sentiu a pressão que Léia fazia sobre si diminuir aos poucos enquanto liberava seu líquido em sua boca. A loira passou a língua pelo local como se não quisesse desperdiçar nenhuma gota e levantou a cabeça, encarando a mulher descaradamente com um sorrisinho de canto, como se olhasse para a mais perfeita obra-prima que já vira.
- Calma, amor, ainda não acabou... - Ergueu seu corpo e deu um beijo rápido em Léia - Viu só como você é gostosa? - Sorriu. Enquanto apoiava seu corpo com uma das mãos, Priscila desceu lentamente a outra, parando quando chegou em sua intimidade - Posso? - Perguntou.
- Estava demorando. - Léia deu um sorrisinho que Priscila sentiu imediatamente vontade de arrancar dali, e sabia exatamente como. Penetrou a mais baixa com dois dedos de uma vez, sem cuidado algum. Estava tentando ao máximo ser delicada, mas se tinha algo que a acendia era ser desafiada, e sabia exatamente o que o sorriso da morena queria dizer.
Dito e feito. Ao sentir seus dedos, Léia imediatamente fechou os olhos, deixando um alto gemido escapar de seus lábios. Ela não estava esperando por aquilo, mas confessava que foi uma das melhores coisas que já sentira, principalmente quando a velocidade foi aumentada. Os dedos de Priscila entrando e saindo dela com tanta rapidez estavam lhe causando sensações indescritíveis. Não tinha mais controle sobre o que fazia, suas unhas arranhavam as costas de Priscila por baixo da blusa com tanta força que tinha certeza que deixariam marcas.
- Ah, meu Deus...Priscila, isso! Mais forte! - Aquilo parecia motivar a loira, que cada vez mais intensificava seus movimentos. E novamente Léia se encontrava à beira de um orgasmo, dessa vez aparentemente mais forte, já que cravou suas unhas nas costas da mais alta e praticamente deu um grito quando o atingiu. Só não esperava que Priscila também tivesse atingido seu orgasmo, apenas a satisfazendo. Se deu conta disso quando ouviu um longo gemido da loira em seu ouvido e a mesma praticamente caiu ao seu lado no colchão. - Você...É...Como estamos? - Se pronunciou uns segundos depois
- Agora não, meu amor - Priscila negou com a cabeça - Acabei de praticamente realizar meu sonho, não quero ter que pensar muito. Amanhã a gente vê isso... - Deu uma risadinha - Agora vem aqui, vem - Esticou um dos braços e Léia se aconchegou ali, apoiando a cabeça em seu peito. Quando já estava quase pegando no sono, ouviu aquela voz que tanto amava.
- Ainda são onze e quarenta, Feliz Natal... - Ao ouvir isso, Priscila deu um sorriso que expressava uma felicidade que mal cabia dentro dela.
- Feliz Natal, minha pequena. Obrigada por ser o meu melhor presente - Deu um beijo na cabeça de Léia e começou um carinho delicado ali, fazendo com que minutos depois a mesma adormecesse - Eu te amo mais do que tudo... - Foram suas últimas palavras antes de cair em um sono profundo, pois estava exausta.
O que Léia achou que seria o pior Natal de toda sua vida, acabou se tornando o melhor. Descobriu, ali na cama de Priscila, o que realmente significava o amor. Mesmo em um momento quente como aquele, a loira havia conseguido demonstrar o quanto valorizava e se importava com ela.
Quando acordou, Priscila achou por alguns segundos que estava sonhando. Léia a encarava com um sorriso angelical. Esperou por tanto tempo para ter a morena em seus braços que, agora que finalmente havia acontecido, se questionava se era algo real.
- Eu estou sonhando? É isso? - Priscila disse sorrindo, enquanto acariciava o rosto de Léia - Bom dia, meu amor...
- Bom dia... - Disse a morena sorrindo. Não lembrava de ter, algum dia, acordado tão feliz - Se isso for um sonho, eu não quero acordar nunca. Essa noite foi incrível, obrigada...
- Eu é quem tenho que te agradecer por ser tão incrível... - Léia se sentou na cama e Priscila fez o mesmo, mas assim que esticou os braços sentiu suas costas queimarem - Ai, porra! - Demorou um tempinho para se dar conta do que era, só se tocou quando olhou para o espelho do guarda-roupa e levantou a blusa, vendo suas costas repletas de marcas de unha.
- Ops... - Léia riu envergonhada. Priscila sorria orgulhosa, sabia que se estava daquele jeito era porque tinha feito um bom trabalho.
Decidiram ir para o banho e, por incrível que pareça, apenas tomaram banho. Em seguida veio o café e o almoço, e assim o dia foi passando, e quem visse de longe facilmente diria que as duas eram casadas há anos, tamanha química que exalavam em tudo.

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⏰ Última atualização: Mar 03, 2022 ⏰

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