Composição - Hannibal

Capítulo único

Notas da autora: Gostaria de alertar apenas que possui spoilers da segunda temporada e cenas explícitas de sexo, além, é claro, de ter menções a canibalismo e terror psicológico (que são muito explorados na série). O capítulo se passa em um universo onde não é a Margot que vai até a cabana de Will e sim Alana. Alguns trechos foram retirados da série. É uma história poliamorosa, focada no envolvimento erótico dos personagens. Deixarei o link das músicas que aparecem no decorrer da história em um comentário. Boa leitura e não deixe de votar!

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— É como compor no ar — Alana sussurra enquanto move os dedos pelas cordas, a mulher consegue ouvir a respiração de Hannibal próxima a si.

— Ar é a tela de um músico — O Lecter responde atento ao som, até que, de repente, a Bloom para e diz a única coisa que ele espera ouvir.

— Eu quero Will, Hannibal — A morena assume sem olhá-lo, ela não precisa; os braços dele a envolverem e seus lábios depositarem um beijo em seus ombros.

— Então não perca tempo — Ele diz e um breve sorriso ilumina o rosto de Alana.

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Já é noite quando Will ouve um carro se aproximando da cabana, ele espia pela janela e então caminha até a porta, mas espera alguns momentos até ouvir o som. Ele fecha os olhos e conta até três antes de abrir, mas, ao contrário do que esperava, não é Margot quem está lá. É Alana e ela parece a mesma se sempre, com a pele branca como leite e lábios vermelhos, um casaco elegante de frio e os olhos amáveis. O Graham sente como se uma eternidade se passasse em sua mente antes das palavras saírem de sua boca.

— O que está fazendo aqui, Alana? — pergunta lançando um olhar para o horizonte, ele gosta de morar afastado por não precisar receber visitas com frequência, porém o moreno também gosta das visitas que a psiquiatra faz. Principalmente pelo fato de ainda estar apaixonado por ela.

— Eu queria ver você —A Bloom responde analisando o rosto de Will em busca de algum sinal de que ela não é bem-vinda — Posso entrar?

— Por favor — No instante em que ela passa pelo batente, ele fecha a porta, impedindo que o frio invada o restante da casa — Sobre o que... — Em um movimento ágil, o corpo de Alana está colado ao de Will, seus lábios estão próximos e eles vão de encontro um ao outro. As mãos do Graham parecem confusas por um momento antes de deslizarem pelo corpo da mulher, sentindo suas curvas e a impedindo de se afastar. Ela arfa e ele faz o mesmo antes de separar os lábios dos dela — Isso é um pouco diferente de apenas ver.

— Sim — Ela concorda e observa os olhos dele antes de, lentamente, depositar um beijo em seu pescoço — Will? Eu preciso dizer algo.

— O que é? — O moreno engole em seco, ele antecipa a resposta com um misto de dor e ciúmes. De quem ele não sabe dizer.

— Estou com Hannibal — A frase é curta e torna o ambiente tão frio quanto o lado de fora da cabana. Will se afasta como se Alana fosse feita de espinhos e passa a mão pelo rosto tentando entender que tipo de piada a mulher a sua frente está fazendo consigo ao visitá-lo no meio da noite, beijá-lo e então dizer que está com outro. Que está com Hannibal.

Will se pergunta até onde o Lecter iria para afetá-lo, para se deleitar com suas reações e as surpresas que elas trazem. O Graham é o fogo que Hannibal alimenta até se tornar um incêndio e naquele momento ele se pergunta se Alana não é apenas uma desculpa para jogar baixo. Entretanto a Bloom não é assim, o moreno sabe e, no entanto, é ela quem está ali para observar suas reações. E mesmo que seja manipulação, ele não pode evitar perguntar.