[2]. Last Night - Nanon Korapat

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A luz do sol dificulta a minha visão assim que abro os olhos. É de manhã, sinto meu corpo  levemente dolorido e minha cabeça está girando. Estou de ressaca. 

- Ainda bem, você acordou! - Sou despertado completamente por uma figura sorridente, com os fios de cabelo ajeitados sobre a testa em uma franja. É Gun, meu amigo. Ele entra no meu quarto com um copo de água e uma cartela que eu pressumo ser de aspirina na mão. E não entendo por que ele está em minha casa.

- O que você está fazendo aqui? - Pergunto, direto.

- Bom dia para você também! - Seguro o riso, levantando da cama e pegando o copo e um comprimido para tomar. 

- Desculpa, mas sério, minha cabeça parece que vai explodir, eu bebi? - Gun assentiu urgentemente.

- Digamos que você bebeu demais. - Pressiono os meus lábios e tomo o comprimido com um gole de água. 

- Fiz merda ontem à noite? - Gun negou.

- Não totalmente, você só deu em cima de um cara muito bonito e fofo, por sinal, que te pagou até um táxi, daí eu te trouxe até aqui com o Off. - Ok, eu acho que fiz merda sim.

- Como assim, quem é esse cara? Pegaram o nome dele? - Meu coração acelerou instantaneamente.

- Claro que não. - Bufei, arrasado.

- Você sabe que eu estou solteiro e não colabora? Precisamos rever essa amizade, Gun. - Meu amigo caiu na risada.

- Me desculpa, ok? Só que você sumiu uma parte da noite, esse cara te encontrou, procurou pela gente e é isso. Você bebeu tanto que só queríamos te levar para casa. - Sorri.

- Fofos. Ok então. Eu vou tomar um banho e ir tomar café da manhã. Cadê o Off? - Gun me observou.

- É... Ele foi para casa, estava cansado. Prometi ficar, então fiquei cuidando de você. - Meu coração se aquece.

- Vem cá! - Abro meus braços, já de pé e ele me dá um abraço quentinho. - P'Gun do meu coração, quando irá contar para P'Off que gosta dele? - Ele se afasta de mim, confuso, mas ele não me engana.

- Do que você está falando, Nong? Eu não gosto dele, de onde tirou isso? - Sua voz fica levemente alterada.

- Tirei dos fatos, Gun. Eu posso ver. - Ele senta na minha cama cruzando os braços,  emburrado.

- Você está louco.

- Tem certeza? Tá bom, então! - Rio.

Eu podia observar Bangkok inteira pela janela do meu escritório. Os carros passando e o trânsito se formando, pessoas indo aos seus trabalhos. Me sentia tão pequeno diante de tudo aquilo.

Sim, mesmo que eu seja o CEO da maior empresa de arquitetura e design de interiores de toda a cidade, senão do país, eu ainda me sentia como uma molécula. Realizar esse sonho com tanto apoio e me tornar tão relevante na área ainda me dava uma sensação de estranheza.

O tempo está agradável e meu trabalho sempre rende muito quando o céu azul dá as caras e o sol aquece sem exageros.

Sorrio, sentando-me à mesa, quando sou despertado dos meus pensamentos pelo toque do telefone. Atendo.

- Nanon? Posso ir ao seu escritório um minutinho? - Reconheço a voz do meu amigo, é Force. Ele estudou na mesma universidade que eu e atua na área de recursos humanos onde sempre me traz boas ideias.

- Claro, venha. Estou te aguardando.

Em poucos minutos uma figura alta e bem vestida com uma camisa cinza bem passada e calça social preta aparece à minha porta. Force tem o cabelo castanho e sua franja é repartida ao meio em sua testa.

- Oi chefe! Vim porque tive uma ideia perfeita para melhorarmos o desempenho da equipe, aproximando ela cada vez mais. - Observo-o com cuidado.

- Certo e o que você teve em mente?

-  Claro que já fazemos isso com muita eficácia, mas acho que devemos reforçar o feedback e avaliação de desempenho dos nossos colaboradores de forma mais organizada, adotando uma certa periodicidade. - Assinto.

- Isso é bem legal, já que não fazemos isso com frequência. - Sorrio. - Isso é ótimo.

- Ah e eu também acho que você deveria ter alguém para te ajudar, tipo um assistente. - Olho para Force, confuso.

- Preciso não, estou bem. - Ele negou.

- Chefe, é sério. Seria uma ótima oportunidade para você dividir atividades e ter alguém com quem contar, principalmente nos grandes eventos dos nossos clientes, como os da influencer Milk Pansa. - Assinto, refletindo nas palavras de Force.

- Tem sentido o que você diz, teria como abrir um processo seletivo rápido? Eu digo, deixar que a vaga fique disponível para admissão de novos currículos por pouco tempo? Porque se é bom ter ajuda, quero resolver isso logo, entende? - Force assente, sorrindo.

- Com certeza. Eu posso abrir uma vaga agora mesmo.

- Eu mesmo quero fazer as entrevistas, ok?

- Às ordens, chefe! - Balanço a cabeça, sorrindo.

Ter uma ajuda não é uma má ideia. Ter um suporte, principalmente em grandes eventos e agendas lotadas me ajudaria consideravelmente. Planilhas, relatórios, documentação, arquivos...

É, eu acho que eu preciso de alguém sim! Por que não pensei nisso antes?

Sobre Ontem à Noite | [OhmNanon]Onde histórias criam vida. Descubra agora