[10]. Stuck in my Head - Nanon Korapat

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— Você o quê? Espera! Explica isso direito, Nanon! — Gun se surpreende, completamente animado com o que tinha acabado de contar sobre ter beijado o meu assistente.

Off e Gun decidiram que seria uma boa ideia passar uma noite comigo bebendo vinho e falando sobre diversas coisas, principalmente dos detalhes da festa da Milk Pansa e eu acabei contando a eles que eu e Ohm Pawat acabamos dando o beijo mais incrível de toda a face da Terra, — na minha opinião. 

— Eu não sei explicar muito bem, eu só sei que no momento em que eu coloquei meus olhos sobre ele naquela noite não consegui deixar, sabe? Ele estava completamente lindo, com o cabelo ajeitado, a franja levantada, aquele sorriso que me desconcerta todo. 

— Vixi, tá apaixonado mesmo, ferrou. — Off comentou e riu.

— Mas como chegou no beijo, você provocou ele durante a festa? — Gun pergunta assim que toma um gole da sua taça de vinho.

— Na realidade, ele é quem me provocou durante a festa. Eu me senti estranho por demonstrar ciúmes por Ohm, com quem se aproximava dele ou como ele estava absurdamente deslumbrante que eu só pensava em como romper o limite de chefe e funcionário. E aconteceu no meu carro o que eu não queria, mas no fundo desejava demais.

— Como assim você não queria, Nanon? — Off pareceu confuso.

— Ele é meu assistente, a gente não se conhece tanto assim para começar um relacionamento. É trabalho e eu não queria confundir as coisas.

— Não pensa assim, sabe? Você quer, ele provavelmente também e qual é o problema? Transem logo. — Quase cuspi o gole de vinho que estava em minha boca. Gun é engraçado, mas tão direto.

— Você parece Ohm falando. Ele é quem tomou o primeiro passo e eu simplesmente o segui.

— E pelo visto foi bom, né? — Gun acrescentou, sorrindo e eu assenti.

--

Agora vamos sair para beber e eu não vejo a hora  de vê-lo de novo, porque se tem uma coisa presa na minha mente é aquele beijo maravilhoso que demos no meu carro. Foi intenso e cheio de sentimentos e eu o queria, não podia negar. Além do mais, a tensão sexual entre nós era absurda e eu não podia lutar contra algo que soava tão certo.

Sua língua me deixou excitado, o gosto da sua boca ficou na minha pela noite toda e eu fui dormir com meus dedos em meus lábios para tentar entender o que tinha acabado de acontecer entre a gente, porque aquele toque foi inexplicável. 

Depois da festa, eu imaginei que no escritório nossa relação de amizade e trabalho estaria um pouco estremecida. Afinal, depois de ultrapassar a linha de funcionário e chefe tudo podia acontecer, só que não foi assim.

Ele surgiu pela manhã com a sua roupa formal, bem vestido e com um sorriso lindo no rosto, mas nossos olhares, eles não falharam. A tensão estava ainda mais forte do que ficou na festa, parecia que alguém queria dizer algo, mas simplesmente era incapaz de iniciar um frase sobre o beijo. Então eu tomei a decisão de fazer isso.

Ohm Pawat estava parado na frente da minha mesa, a porta da minha sala estava fechada e só eram nós dois ali. Não podia deixar a oportunidade passar.

— Estamos bem, Ohm? — Ele me encara e concorda.

— Claro, estamos sim. Eu... queria pedir desculpas pela completa falta de controle do dia da festa, eu realmente fiquei com medo até de perder o emprego. Me desculpa, chefe. — Eu neguei e sorri.

— Fica tranquilo, tudo bem? Eu gostei. Quer dizer, eu gostei muito, mais do que talvez realmente devesse, mas não quero que se preocupe. A gente queria o beijo, a gente deu um puta beijo. — Rimos baixinho. 

— Ok então. Sábado a gente pode sair, né? — Ele diz, com o tom de voz baixo e a linguagem corporal indicando sua notável timidez. Ohm é um homem atraente, bonito e tão sexy, mas sabia ser tão fofo que eu não podia evitar de sorrir. 

— Combinado, Ohm. 

— Certo, eu vou voltar para o trabalho agora. — Eu assenti, mas queria perguntar a ele uma coisa.

— Ei, Ohm, me deixe perguntar algo antes de você ir. — Ele girou os calcanhares e sorriu, assentindo.

— Sim.

— Você gostou do beijo? Porque assim, eu quero saber se você gostou disso tanto quanto eu. 

Ele pareceu hesitar em responder, mas quando aquele sorriso que eu tanto gosto surgiu em seus lábios, foi a resposta que eu queria, só que mesmo assim Ohm quis dizer algo para mim.

— Eu amei, na verdade, tão tem um minuto que eu não pense no nosso beijo e quero dizer que se eu pudesse, te beijava de novo agora. — Algo dentro de mim se acendeu, eu senti meu coração acelerar, meu estômago cheio de borboletas. Eu simplesmente engoli em seco. 

Eu estava sentado na minha mesa, então me levantei e fui em sua direção, automaticamente pousando minha mão sobre sua cintura, puxando-o para perto do meu corpo. Seu movimento de segurar meu braço foi instantâneo e eu aproximei seu rosto com o meu, envolvendo meus dedos entre os fios de seu cabelo e a minha outra mão sobre a sua nuca. 

Estávamos enrolados um no outro que não houve um minuto sequer a ser perdido, em segundos eram seus lábios nos meus em um selinho demorado. O toque era macio como da primeira vez e nós dois, com os olhos fechados, parecíamos tão imersos em um mundo só nosso. 

Era puro desejo. Eram beijos. Era qualquer definição que pudesse encontrar entre gostar de alguém e querer perto de você. Ohm Pawat significava isso para mim, talvez eu estivesse me apaixonando, mas a verdade é que o momento não me fazia pensar em mais nada, só estar com seu corpo grudado ao meu.

Nosso beijo foi terno inicialmente, mas eu pedi passagem com minha língua logo em seguida. E eu estava à vontade, porque todo o escritório ao nosso redor estava coberto, não tinham como nos ver ali. 

Dessa vez nossos movimentos eram muito urgentes e necessários. Lambi seus lábios e desci minha língua até seu queixo, explorando toda a região até seu pescoço. As mãos de Ohm me envolveram com o que parecia ser um abraço e eu afundei minha cabeça em seu ombro. 

— Sábado? — Sussurrei em seu ouvido, com a voz bem baixa e ele concordou, fazendo carinho nos fios do meu cabelo.

— Sábado. 

Sobre Ontem à Noite | [OhmNanon]Onde histórias criam vida. Descubra agora