Somos pretos minha mãe

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Somos pretos minhas mãe
Trocamos o gosto da vida
Pelos sabor amargo dos pães
Nos pagam com ameaças e corrida

Nossa pele feito escama
A raiva carregamos sempre
Mágoas jogamos por baixo da cama
Afogando as lágrimas em odre

Ouve mãe, não dá pra sonhar
Passamos a vida rindo pra não chorar
Alimentamos a esperança viva

Que mais tarde voltamos a matar
Somos pretos minhas mães
Somos maldição dos vivos, os cães

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