O primo da minha melhor amiga!

Capítulo 2

Depois de longos 45 minutos de viagem, chegamos no local do evento. Várias luzes e flores vermelhas estão espalhadas pelo salão. Um banner gigante está estendido na entrada da festa, com o nome Larissa em letras cursivas e o nome do curso que tinha acabado de concluir, medicina.

-Que bom receber vocês!! Bia, que bom que você veio. A ideia da Majuh de lhe convidar foi incrível.

O convite em cima da hora para um evento que vinha sendo planejado a meses poderia ser um problema, mas não para a família de Larissa, apesar de o meu contato com a família Pires ser limitado, conheço eles desde que se mudaram para o Pará. Mariza mãe de Larissa sempre foi prestativa, e não podia ser diferente no dia da formatura da sua filha.

-Espero que não seja incômodo, Majuh me chamou em cima da hora.

-Claro que não, você sempre será bem-vinda! – Larissa fala com todo o carinho que tem por mim, ela está deslumbrante. Vestido vermelho que sempre foi a sua cor favorita, e os cabelos negros recaiam sobre seu ombro deixando um ar de riqueza. – As mesas de vocês estão logo perto do palco! Aproveitem os shows.

Agradeço a Larissa pela acalorada recepção e me direciono junto com Majuh para a mesa que estava reservada.

-E os seus pais? Eles vêm?

-Quando sai de casa eles está se arrumando. Disseram que iriam chegar mais tarde!

-Ainda bem! Assim eles podem da atenção a tua família enquanto a gente curte a pista. – Falo enquanto Majuh me ignora completamente pegando uma taça de champanhe.

-Aceita?

O garçom me oferece, e não poderia negar, afinal de contas não é todo final de semana que temos Chandon sendo servido à vontade.

O garçom me oferece, e não poderia negar, afinal de contas não é todo final de semana que temos Chandon sendo servido à vontade. Quando pego a taça de Chandon meu cotovelo cria vida própria a e acerta a bandeja do garçom. É inevitável! O desastre é estrondoso, as taças caem no chão se quebrando e meu pensamento de imediato é:

"Meu salário não é capaz de pagar por essas taças de cristais."

-Me perdoe, aí o que eu tenho na cabeça. Deixa eu te ajudar. – Me abaixo para juntar a bandeja, mas em um ato gentil, que acabo encarando como se o garçom dissesse:

"Não toca em nada! Vai causar mais desastre sua louca"

-Sem problemas eu limpo. - Ele puxa a bandeja da minha mão e sai para chamar a equipe de limpeza. Olho para trás com o intuito de garantir que poucas pessoas haviam presenciado aquele desastre, e consigo enxergar Majuh fingindo que não me conhece. Quando ela olha na minha direção consigo entender o gesto. Ela aponta para meu vestido e ele está manchado. Que ótima forma de começar a noite heim Bia?

-Aí que ódio, agora vai ficar pregunto o meu sapato! – Resmungo no banheiro como se tivesse esquizofrenia. Pego algumas folhas de papel toalha com a intenção de tentar secar a roupa, estou literalmente tentando tapar o sol com a peneira.

-Não se preocupa, logo, logo seca.

Ouço uma voz vinda de uma das cabines e logo em seguida uma figura feminina, alta, de quadris largos e com coxas grossas sai da cabine. Me sinto um pouco intimada com uma mulher tão poderosa na minha frente. O empoderamento dela é notável.

-Há, espero que seque logo.

-Prazer, Letícia. E você como se chama?

-Bia- ela me dá um beijinho na bochecha bem típico de madame, o que torna a apresentação dela um pouco arrogante.

-Você é o que pra Larissa? – Ela pergunta de forma rude.

-Amiga- Falo enquanto continuo travando uma luta árdua contra meu vestido, e adivinha? Vestido Mil e Bia Zero.

-Hum, legal, te vejo por ai... – Ela me olha da cabeça aos pés como se conhecesse todos os meus pecados, e sai pela porta do banheiro plena, como se fosse a estrela da festa. A menina que me intimidou no banheiro é a menor das minhas preocupações, definitivamente não vou conseguir limpar meu vestido.

A escuridão toma conta do salão de festas e uma luz se acende do palco, ainda passando pela porta do banheiro não consigo identificar aonde estava sentada, mas próximo a uma pilastra algo me chama atenção, uma movimentação um pouco acalorada. Me aproximo um pouco se maneira que não possa ser vista e vejo a tal Leticia que tinha acabado se conhecer se agarrando com um homem que pelo menos de costas é muito bonito. Ele desce a mão para suas coxas e aperta elas como se a possuísse a muito tempo, mas tenho certeza que acabaram de se conhecer.

-Ei, o que você tá fazendo?

-Que susto menina! – Falo sussurrando torcendo pra não ser vista.

-Achei que tinha se perdido!

-Não, fui no banheiro tentar limpar minha roupa- Falo puxando Majuh pro canto, vai que o casal que que está tentando fazer uma criança decide se virar e ver a minha pessoa dando uma de intrometida na vida alheia.

-Porque tá espionando meu primo?

-Teu primo? Como assim?

-Felipe uai, ficou louca? Vai dizer que não lembra do irmão de Larissa?

-Aquele guri? Meu Deus, ele vai engolir Leticia.

-Quem é Leticia?

-Muitas perguntas pra uma noite só, acho que é a nova ficante dele, mas como assim ele voltou? Ele não tava na Paraíba fazendo faculdade?

-Estava, mas veio pra formatura de Larissa e pelo visto vai passar as férias aqui, e acho que já arrumou companhia. – Majuh fala tentando enxergar se o casal de pombinhos ainda estão por ali.

- Chega, tá ficando um forno aqui na porta do banheiro. Vamos pra pista principal.

Fazia muito tempo que não via Felipe, a última vez que o vi foi na festa de boas-vindas que a família de Majuh deu pra família dele quando chegaram de viagem, e isso fazem uns 4 anos. A memória que tenho dele é um cara mal humorado encostado no muro sem a mínima vontade de socializar, acho que é de família esse problema.

Dançamos a noite toda, forró, kevinho, sertanejoe o que mais o DJ tocou, acabei com toda a comida do buffet, e como fomos as últimasa ir embora da festa, acabei saindo de lá com 2 pratinhos cheio de doces etrufas, sobre o primo de Majuh não vi ele o restante da noite, mas depois dos pegas que ele deu em Leticia provavelmente estavam em um motel terminando o quecomeçaram na festa.