Perdoai Nossos Pecados - Nanami

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Estou inaugirando esse livro como forma de juntar todas as fanfics que pretendo escrever em um lugar só e evitar confusão. Aceito pedidos, sugestões, críticas...

AVISOS: Essa história contém profanação religiosa, mas deixo bem claro que meu intuito NÃO é ofender diretamente nenhuma crença ou religião, é apenas uma ficção! Usem sempre camisinha ;)

🌒🌕🌔

"Cada um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por este arrastado e seduzido. Então esse desejo, tendo concebido, dá à luz o pecado, e o pecado, após ser consumado, gera a morte." Tiago 1: 14-15

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Talvez orar não fosse o suficiente. Ainda na flor da juventude, S/n, religiosa o bastante para realizar auto-julgamentos por pecados guardados. Precisava se confessar, mais que isso, precisava se libertar. Caminhou apressada rumo à igreja, aguardando ansiosa a chegada do padre, Kento Nanami.

O confessionário era abafado, uma saleta comum na casa paroquial, a poltrona opulenta de cerejeira com estofado de veludo vermelho compunha um ambiente abafado, vermelho demais, royal demais. Mais parecia um quarto temático de um motel. Poderia jurar que aquele lustre empoeirado cairia na sua cabeça a qualquer momento. Perdoe-me, Deus, preciso ao menos me confessar antes que essa porcaria caia em minha cabeça, me mate, e me mande direto pro inferno, pensou.

A maçaneta girou, em segundos uma figura atlética e jovial compôs o espaço para dividir oxigênio. O novo padre não tinha mais que 30 anos, louro, olhos de esmeralda e uma batina preta que o deixava incrivelmente sexy aos olhos da moça, na verdade, aos olhos de qualquer fiel daquela igreja.

– A paz do Senhor! – Bradou o homem a plenos pulmões. – Podemos começar?

Naquela sala, as diversas imagens sagradas pareciam atacar pessoalmente a consciência de S/n, jogando-a num abismo sem fim. Não conseguia sequer olhar nos olhos do pároco, e lhe confessar seus pecados parecia uma péssima ideia. Ele era o motivo de seus pecados. Era devota, mas jovem demais, e seus instintos de adolescente em constante autodescoberta ainda não haviam sumido completamente, mesmo depois dos 20.

Orações simples e um sinal da cruz iniciaram o rito de purificação, mas a mente maldosa, infernal da Lilith não deixava que a mulher se concentrasse em algo senão o mover dos lábios convidativos de Nanami.

– O que lhe aflige, minha irmã? – Questionou.

– É verdade que nosso Pai perdoa qualquer seja o pecado? – respirou fundo, sentia o suor grudando suas mãos – Basta apenas se arrepender?

Ele balançou a cabeça, lhe confirmando o que já sabia, e pediu que ela prosseguisse.

– Tenho tido muitos desejos, carnais, – explicou, cruzando as pernas – não por qualquer pessoa. Por alguém inacessível, alguém tão santo que não posso sequer lhe olhar em seus olhos.

– Me sinto imunda, profana, em cada uma das vezes que me toco intimamente imaginando como seria se ele me tomasse na mesa de seu ofício. – Sussurrou, sentindo a pressão aumentar.

A mesa de seu ofício era um altar.

– Um homem tão sagrado como ele jamais teria a coragem de orar a Deus pedindo o perdão de meus pecados.

Um anjo, pensou Nanami quando a viu pela primeira vez, sentada no primeiro banco da igreja, de joelhos e um terço na mão. Naquele momento de confissões não foi diferente, seu olhar mirava bem no decote discreto do vestido clássico da moça, e se perdia na curva do quadril, levemente exposta pela fenda na saia. Estava começando a entender como S/n se sentia a respeito de dignidade. O Diabo também foi um anjo.

E a confissão lhe parecia direta, um inconveniente que estava disposto a ouvir. Queria poder tocá-la, realizar seus desejos mais profundos, mas o simples pensamento sobre tal ato lhe tornava indigno de absolver os pecados de alguém.

– Nosso Deus é compassivo, há de nos perdoar, querida. – Ousou abraça-la. Precisava ao menos desse toque.

Um maldito abraço foi gatilho o suficiente para que o espirito indomável que vivia acorrentado nas entranhas de S/n se libertasse. Maldita luxúria! Mil vezes maldita! Já não existia mais fagulha alguma de uma mulher santa, devota de um Deus solene, mas sim uma dama da noite, encarnação do desejo que ousou confessar tudo que havia guardado por semanas.

– Quando ele – ousou olhar em seus olhos – segura o cálice, durante a missa, me imagino sendo segurada daquela forma. – riu – com aquelas mãos enormes. O imagino tocando cada centímetro de meu corpo, derramando aquele vinho em mim, me lambendo.

Nanami não ousou fugir daquele abraço, estava ouvindo a confissão atento demais, mas não queria perdoá-la, queria instiga-la a dizer mais.

– Prossiga, S/n. – disse enquanto abaixava o zíper traseiro do vestido da mulher, deslizando as pontas geladas dos dedos por sua coluna

– Queria que aqueles braços fortes me deitassem sobre o altar. – fechou os olhos – Queria que nos tornássemos um só, uma só carne, ali mesmo, comungando o prazer.

– Poderia Deus me perdoar, padre?

Sua voz, comumente doce, havia se tornado tão perigosa e sedutora como o chamado do Diabo para o pecado. Nanami pensou, naquele instante, se S/n não era o próprio Diabo disfarçado, lhe atormentando em vida. Que seja o Diabo em uma de suas sete peles!

– Pai, perdoa-nos pelo pecado que estamos prestes a cometer. – suspirou – Pois após cometê-lo, não serei mais digno de pedir seu perdão.

– Em nome do Pai. – desabotoou o primeiro botão de sua batina – Em nome do Filho. – depois o segundo, terceiro, quarto... – Em nome do Santo Espírito.

– Amém. – completou S/n, lhe agarrando pelos cabelos, se esfregando no tronco nu daquele homem, que mais parecia uma escultura.

Duas línguas quentes num ato profano, um pecado de tamanho imensurável. Mas como era saboroso aquele pecado, o gosto do vinho cerimonial de missas anteriores jamais saía da boca de Kento. Aquelas mãos santas segurando a carne farta dos quadris da mulher como se jamais pudesse soltá-la.

Arrancou-lhe o vestido, e decidiu toma-la ali mesmo, no confessionário, mas desejava poder, algum dia, realizar seu desejo de trepar até o amanhecer em um altar.

Beijou cada centímetro da pele sedosa de S/n, lambeu-a como nunca havia feito em outro alguém, mergulhou sua língua num oceano de prazer carnal. Chupava e mordia sua boceta encharcada, provocando os gemidos mais deliciosos que alguém poderia ouvir,

– Ah, meu Deus! – S/n não se conteve

– Querida, Deus termina aqui. – e se enterrou naquele buraco apertado

Se movia lentamente, mas com força, fazendo a poltrona se mover, e a cada estocada, S/n lhe cravava uma das unhas em suas costas, fazendo escorrer um filete de sangue. Deveria sentir aquela dor como forma de pagamento pelo pecado cometido.

Fez com que ela o cavalgasse, movendo os quadris para frente e para trás, freneticamente, gritando seu nome, gemendo como louca, assim como ele. Roucos, exaustos, suados e impuros. Assim se derramaram um no outro, num ápice carnal, luxurioso, de uma embriaguez absurda e viciante.

Poderiam jurar que todas as imagens santas da sala se distorceram por um momento, uma visão horrenda, amedrontadora, de culpa, e que fosse! Já haviam traçado seu caminho no pós vida, guiados por um instinto deliciosamente cruel.

– A paz do Senhor. – disse, com um sorriso no rosto, ao despedir-se da dama que o mandou direto para o inferno.

Lust - Imagines EróticasOnde histórias criam vida. Descubra agora