18 de dezembro de 2019- Parte 2

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Ele tentou perguntar quem ele era. Tentou se mover para expulsá-lo dali, mas só conseguia olhar para ele. Seus cabelos cheios de cachos estavam presos em um coque, usava legging preta e a blusa do pijama lhe era larga, exatamente igual uma camiseta que ele havia acabado de comprar, mas estava desbotada, velha e um pouco furada. 
  Tomlinson, horrorizado e paralisado dentro de sua própria mente, se assistiu sorrir e abraçá-lo por trás contra sua vontade. Também se ouviu dizer:
-Mas também é a sua. E aqui está você, de pé. Estava na verdade planejando algo especial para nós três.
 Não, o músico não sabia quem era a terceira pessoa, na verdade nem sabia quem era o homem no banheiro. Tentou, sem sucesso, se afastar, aprendendo com esse gesto que, nesse momento, ele era um mero expectador dentro do próprio corpo.
-Tenho certeza que vou adorar. Falando nisso, pode ir acordar ela?
- A caminho!- O cantor brincou dando um beijo em sua bochecha e saindo do banheiro.
  Chegou a segunda suíte, e sabia o que encontraria ali. Na verdade, Louis tinha medo e horror daquele quarto vazio, totalmente sem sentido. A decoradora havia opinado que ele deveria transformá-lo em um quarto para troféus, que ridículo!
  Abriu devagar a porta, e viu uma parede azul bem diferente das brancas que se lembrava. Nela, havia desenhos infantis feitos de canetinha, o que o levou a ficar curioso de como seria o resto do cômodo. Ele era... como podemos dizer? Peculiar. As paredes azuis, a mesa preta. A cama roxa, o guarda-roupa branco. Tudo ali destoava, e havia desenhos colados na porta, no guarda-roupa... Papéis jogados no chão e alguns em cima de uma linda menina dormindo debaixo de uma colcha laranja, no mesmo chão.
  Ele se assistiu abaixar, pegar a criança dormindo em seus braços e abraçar. Deu um beijo na bochecha da garota e fechou os olhos, sentindo o conforto de um lar.
  Lar, um sentimento que ele não conhecia a muito tempo, e nem sabe se um dia chegou a sentir. Claro que se sentia em casa com Fábio, mas que ali, observando o ser humano tão pequeno em seus braços, parecia que era muito mais do que havia tido em sua vida toda.  
  Um barulho veio crescendo em seus ouvidos, o que lhe fez abrir os olhos, suspirando irritado. Olhou ao redor, e sentiu o vazio nos braços. Estava sozinho, em sua cama nova, no quarto maior e sem graça de paredes brancas.
 

Oito dias para o futuroOnde histórias criam vida. Descubra agora