Levantou e correu para o banheiro da suíte, que estava vazio e exatamente do jeito que havia deixado na noite anterior. Não soube dizer se o suspiro que saiu involuntariamente foi de desapontamento ou alívio.
Empurrou os sentimentos para o fundo de sua mente e foi se arrumar pois tinha um longo dia pela frente. Ao se fazer isso,viu a camiseta nova, bem ali. Com etiqueta, intacta. Apressou-se a sair de casa, mas se deteve por um momento na frente da segunda porta, não resistindo a entrar. Seu estômago embrulhou ao ver as paredes brancas e o cômodo completamente vazio, e com um pouco de raiva, puxou a chave de seu bolso. Aquele quarto ficaria trancado.
Passou o dia pensando no sonho, tão vívido que ainda era capaz de sentir o peso da criança em seus braços. Não teve concentração o suficiente para escrever algo novo, apesar de conseguir focar um pouco na sessão de fotos, já que ele as fazia tão pouco. Era como uma mudança de ares que nesse momento (e talvez só nesse) foi bem vinda.
Deu alguns autógrafos e pensou em ligar para algum de seus amigos e contar o sonho. Mas afinal...foi só um sonho, não? E por um segundo ele quis voltar para casa logo, encontrar aquelas duas pessoas lá, felizes. Isso inconscientemente o fez apressar o passo pelas ruas do calmo bairro inglês.
Chegou ao novo endereço cansado e decepcionado sem querer. Ele sabia que tudo não passava do seu cérebro querendo coisas que ele não tinha, mas por alguns instantes… parecia real.
Olhou a gigante sala e se jogou no sofá, fazendo careta pois não era tão confortável quanto parecia. Resolveu então dar mais uma volta pela propriedade, parando em uma salinha à parte. Abriu e viu seus instrumentos olhando para si, não se contendo em pegar seu violão e dedilhar uma antiga canção do seu tempo de banda. Acabou de cantar, olhando para o vazio na sua frente e o silêncio em que a casa caiu fez seus olhos marejarem rapidamente. Suspirou mais uma vez, colocando o instrumento no lugar onde estava e foi se preparar para dormir.
Assim que deitou na cama, suspirou talvez pela milésima vez no dia, aliviado e triste, por saber que nunca mais teria um sonho tão real novamente. Fechou os olhos brevemente, porque não conseguia dormir. Não conseguia ou não podia?
-Paaaaaaaaaai. Papai. Pai. Pai.
-Fala Íris.
A simples frase que saiu de sua boca o fez abrir os olhos rapidamente, num susto.
-Você dumiu pai. tava me vestia.
-Desculpa, papai estava cansado. Então... Qual blusa?
-A Amaia!
Ele olhou para as calças pretas da garota e concordou.
-Amarela será então.
Desceram as escadas para a sala, onde o homem cacheado esperava.
-Bom dia, abelhinha!
-Bom dia, Papa.
-O que querem para o café?
Lou não ouviu a resposta e sinceramente, qualquer coisa estava bem, ele estava com lá novamente e todo o resto sim que não passava de um sonho bem ruim. Comeu as panquecas sorrindo, se levantou e lavou a louça, enquanto pai e filha se arrumavam. Se jogou no sofá, se sentindo muito confortável, até demais, o que fez ele se abrir os olhos e prestar atenção uma segunda vez
Não era o mesmo sofá. Este era de um marrom bem mais escuro que seu cor de areia, muito mais surrado e um pouco menor. Sorriu e se deitou mais uma vez, dessa vez não se permitindo fechar os olhos, para não adormecer. Não tão logo os dois apareceram, com seus cachos arrumados, os da menina apertadinhos como os do pai, mas um pouco mais claros, como o cabelo de Louis e os cachos pretos do homem caindo lindamente pelos ombros. Ele pegou sua filha no colo e beijou seu… marido?(indicado pelos anéis nos dedos).
-Vamos? Aonde?
-Parque, parque!- gritou a menina
-Um parque de diversões?-Perguntou o Tomlinson
-Não, Lou. Ela quer o parquinho. É sempre o parquinho- Riu o homem, e o mais baixo não deixou de reparar que era a risada mais linda do mundo inteiro.
Um pouco confuso, mas feliz, o de olhos azuis saiu com sua família naquele dia ensolarado. Pegou a chave do carro e abriu ele com o alarme se dirigindo para onde o som veio. Deparou-se com um sedã comum, ainda que de marca, é verdade. Ele parou na frente do carro e encarou, ou pelo menos foi isso que quis fazer. Mas, mais uma vez, seu corpo se moveu sozinho, o fazendo entrar no carro sem pensar duas vezes, o que o fez lembrar que antes ele era um mero expectador e agora, podia se movimentar sozinho, mas apenas às vezes.
Resolveu então perguntar o nome do homem ao seu lado e mais uma vez não conseguiu. Resignado, o mais baixo só deixou seu corpo o levar aonde quer que fosse que ficasse esse parquinho. Chegaram lá, e a pequena Íris já correu para os brinquedos, o deixando sozinho com o marido.
-Ela é muito agitada- Ele comentou
-Puxou ao papa... Eu, com três anos, também corria assim.
Tomlinson fez uma anotação mental: “Três anos. Iris tem três anos”. Enquanto isso, o cacheado abria uma toalha que estava em sua bolsa e colocava sobre a grama, chamando o marido que deitou no colo dela como se fosse a coisa mais natural do mundo, e na verdade, parecia. Lou disse a si mesmo que o corpo se moveu sozinho de novo, mas não sabe se foi o que aconteceu de verdade.
O de olhos verdes começou a fazer carinho no cabelo do marido e entoou uma canção do mesmo, baixinho. O liso lutou contra o sono, não querendo dormir, mas a canção foi maior que ele, que dormiu no colo do homem que ele não sabia o nome, se sentindo feliz como nunca.
Totalmente relaxado, Louis Tomlinson abriu os olhos, para se deparar com um de seus amigos do lado da sua cama.
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Oito dias para o futuro
FanfictionSozinho em sua nova casa, Louis se sente solitário na semana do seu aniversário. Um lugar muito grande para apenas um coração, era o que se passava em sua mente... Mas talvez, ele mude de ideia se o destino mostrar o que o espera... Com um toque d...