'A casa do sol nascente'

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   O inferno pode ser algo pequeno,ele pode se tornar algo grande também,ele pode habitar,talvez somente os seus piores pensamentos suas piores memórias e seus maldidos demônios mantidos numa pequena cela.
Talvez não fosse um lugar pegando fogo o tempo todo onde você ardesse pelos seus pecados.
Para Marthy Ross o inferno era uma casa.
Lá habitava seus piores demônios e lá ela podia libertar eles.
O inferno era pequeno,como sua ambição pelo o maior.
Criada somente por uma avó sem mãe,pai ou irmãos,sempre passando fome ou vontade das coisas.
Sua mãe sumia pelas noites se vendendo e seu pai um apostador,e tudo que um apostador precisa é de uma mala e de dinheiro para saciar seu vício.
Sua avó uma costureira de Nova Orleans,sua única e verdadeiramente sua mãe.
Marthy trabalha desde os nove anos e estuda quando pode,já foi parar num reformatório em Los Angeles,era muito longe de casa.
Ladra foi um dos seus apelidos pela sua tão amada "família"

Marthy

_Filha-Minha avó vem na sua cadeira de rodas.

_Sim?-Digo ainda com sono,eu iria a aula hoje-

_Seu pai volta amanhã...Hoje sua tia Esly vai me levar na casa de uma velha amiga e eu só volto amanhã.-Minha avó dizia sorrindo.

_Sim senhora dona Marcy-Digo sorrindo para a mesma e despejo beijos nos dois lados da sua bochecha-

_Eu me viro com o Morgan-Disse tentando não demonstrar minha ansiedade-

   Saí de casa pegando minha bicicleta.
Eu chegaria atrasada,minha avó sempre foi muito falante,essa parte da minha família é complicada a minha tia,irmã mais velha da minha mãe é a única sã da cabeça além da minha avó é claro.

_Atrasada-O professor fala.

-Não digo nada apenas me sento na minha carteira ao fundo da sala-

   Eu via tudo...Rue na sua versão mas mole e as suas amigas sempre a acompanhando,nunca fui de festas...Mas sempre que posso eu vou,eu vou de corpo,nunca de alma,acabo sempre ficando preocupada com alguma coisa.
A minha quase e única amiga,Kat sempre me avisa sobre elas.
Eu estava no recreio sentada com
Kat e uma loira que eu descobri se chamar Jules.

-Eu procurava,talvez,mensagens da minha avó ou avisos da minha tia mas nada,talvez estivesse correndo tudo bem-

_Você parece nervosa-Kat diz acariciando minhas costas-

-Resmungo "Meu pai vem amanhã"

-Kat olha para baixo sem saber oque dizer-

_Se quiser pode dormir lá em casa-Jules já sabia da minha relação com meu pai,Kat tinha contado.

_Não eu tô legal,dou conta
dele-Digo tentando sorrir,me levanto e vou para o banheiro-

_Vai ter uma festa na casa da Maddy-Rue diz gesticulando com as mãos-

_Você é amiga da Kat né?-Rue grita me chamando a atenção-

_É sou...Obrigada por avisar Rue-Digo sorrindo e entro na cabine do banheiro.

Doze horas depois.

Oito horas da noite e eu estava trancada no banheiro.
Motivo?Senhor Morgan,meu pai,resolveu dar uma de machão.

_Sua putinha eu vou arrebentar essa merda se você não sair!-Ele gritava e batia na porta.

-Olho para a janela-

Era muito alto eu estava no segundo andar.

_Só-Eu destranco a porta-

_Deixa eu sair daí você pode fazer o que quiser comigo-Digo baixo-

-Ele pega meus cabelos e me joga no chão com tudo
Eu não mantia contato visual com ele.

_Seu merda-Digo quase gritando.

_O que?-Ele pergunta tirando seu cinto-

_Seu merda!Além de viciado em jogos é um pai horrível nunca esteve presente na minha vida e ainda quer cobrar algo que não foi minha culpa.-Não sei de onde eu tive coragem de dizer tudo que eu pensava,mas eu falei e eu sabia as conseqüências dessas falas-

    Após uma surra
ele me coloca pra fora de casa,estava frio e a festa tinha sido cancelada,meu celular e minhas coisas estavam lá dentro e pra piorar estava garoando.

_Eu te odeio seu filho da puta!-Grito do lado de fora da casa e vejo alguns vizinhos saírem para olhar pelas janelas e mostro o dedo do meio para todos-

   E lá estava eu as dez da noite andando por aí perdida,machucada e cambaleando.
Minhas costas provavelmente estavam sangrando porque tinha sangue na minha perna e não era menstruação.

_Marthy?-Uma voz desconhecida,talvez conhecida,me chama talvez pela distância eu não reconheci.
Eu sabia que ali tinha uma mercearia já tinha passado por ali antes.

-Pessoas vem correndo até mim não deu tempo de reconhecer nenhuma pois logo eu só senti meu corpo batendo contra o asfalto-

Fezco×OcOnde histórias criam vida. Descubra agora