A Herdeira.

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Era comum ver bruxas praticando feitiços, fadas cuidando das flores, duendes pregando peças e sereias nadando nas águas cristalinas.

O Reino era um local calmo e organizado, apesar de ter várias crianças correndo para todos os lados, ainda era considerado um lugar tranquilo.

Os plebeus trabalhavam e ganhavam o seu sustento, mas os impostos eram caros demais, a comida e outras coisas que precisavam.

A rainha e o rei já sabiam disso, mas não sabiam como resolver, logo botaram todas as suas expectativas, na sua filha, Sofia.

Eles acreditam que ela irá mudar tudo, mas para isso, é necessário achar um pretendente e amadurecer.

A menina sempre foi ingênua e alegre, tinha o sonho de explorar o que tinha lá fora que não fosse só o castelo que morava.

Era curiosa para ver como era o convívio de outras pessoas que não eram da realeza.

Infelizmente tinha uma regra, que algum membro da realeza só iria sair de lá rodeado de guardas, para garantir a sua segurança.

Estava ciente disso, e por não gostar da companhia deles decidiu esperar para completar os seus 18 anos e fugir, para conhecer o mundo que te cercava.

E assim foi feito, com graça e bravura, cresceu e se formou uma linda moça, que tinha bondade no seu coração.

Já que estava perto de completar os 19 anos, já era a hora de achar algum pretendente, a senhorita iria exercer isso, no dia do baile.

Aonde teria um encontro com várias outras pessoas, que também são da realeza.

Os príncipes/princesas também iriam a esse baile com a mesma intenção, de achar alguém.

O tempo passou, e finalmente chegou o dia do baile, Sofia acordou cedo, tomou um banho, se arrumou e desceu para comer algo, pelas as escadas azuladas, de tijolos lisos.

O seu vestido era vermelho e tinha alguns detalhes dourados na ponta, o levantava um pouco para poder correr melhor já que era um pouco pesado.

Quando chega na mesa, avista o seus pais desfrutando de um café da manhã bem reforçado, a garota sorriu e se sentou em uma cadeira próxima a da rainha, que parecia um pouco preocupada.

— Que foi, mamãe? Tem algo te incomodando? 

Pega uma maçã e dá uma mordida, enquanto espera a mulher a sua frente falar algo.

— Eu quero que você ache um rapaz decente para você hoje, no baile, Sofia.

Respira fundo e pisca os olhos cor de mel, passa a mão pelo o cabelo castanho e logo olha para a mãe, com um pouco de receio.

— Eu vou achar alguém mamãe.

Rir baixinho e se levantou, indo até o seu pai, que estava concentrado comendo.

Deixa um pequeno selar em sua testa e se senta em uma cadeira próxima a sua.

— E você papai?

O homem barbudo, coçou os olhos azuis e observou Sofia com uma cara séria.

— Não acho que precise de alguém para se tornar rainha minha querida.

— Ela tem que honrar o nome da família, fizeram isso sempre, tem que continuar a tradição.

— Tem como ela nos honrar sem ter que depender de outra pessoa.

A mulher se levanta brava e vai embora, indo em direção ao jardim pensar um pouco.

O seu temperamento era um problema às vezes, mas o rei por um outro lado é bastante calmo e decidido, o que acaba mantendo um certo equilíbrio.
 
Enquanto ela estava esfriando a cabeça em outro lugar, Sofia aproveitou e começou a conversar com o seu pai sobre a possibilidade de se tornar rainha, sem ter que achar alguém para isso.

A conversa durou algumas horas, até que sua mãe, com um sorriso no rosto disse.

— Ela vai arrumar um pretendente, você querendo ou não.

A garota rir baixinho e se levanta, indo em direção ao seu quarto.

Estava ansiosa, e foi verificar logo o seu vestido que iria usar no baile de hoje. 

Subiu as escadas rapidamente e entrou correndo no seu quarto, logo pegando o vestido que estava por cima da sua cama.

O pegou e colocou em frente ao seu corpo, ficou o admirando e andou até o espelho, se vendo ali.

— Esse vestido é perfeito.

Ele era cinza, tinha alguns detalhes de renda nas pontas e brilho por cima dele, foi uma costureira que o fez, de presente para ela.

O tempo se passou e finalmente tinha chegado a noite, o horário do baile, Sofia ansiosa já estava pronta, e esperando os convidados na porta.

Assim que começaram a chegar os convidados, os cumprimentou com um sorriso amigável e doce, e às vezes com um aperto de mão.

O castelo estava repleto de pessoas, a decoração estava impecável, havia cortinas amareladas nas janelas, as mesas foram enfeitadas com vários detalhes de ouro, as comidas eram bonitas e o aroma agradável.

Tudo estava indo como planejado nos planos da garota, de tanta alegria segurou o seu vestido e foi correndo para perto de algumas amigas, que são todas também princesas.

— Você está linda Sofia! — Comentou Aurora, com um sorriso simples.

— É verdade, ela está maravilhosa esta noite — Disse Elizabeth, observando Sofia de cima a baixo, com admiração.

— Obrigada! — Sofia

Rir baixinho e as outras foram andando até uma mesa onde tinha algumas bebidas refrescantes, ela iria fazer o mesmo, mas quando tentou as acompanhar acabou esbarrando em um Duque.

— Oh, desculpe. — Sofia 

— Olha por onde anda. — Rafael.

O homem alto e elegante revirou os olhos e seguiu o seu caminho para o outro lado do salão, se distanciando de todos. 

Enquanto observava indignada aquele sujeito se afastar, a rainha (sua mãe) veio até ela, com um rapaz ao lado, que parecia agradável.

— Este é o príncipe William, e ele também costuma praticar arco e flecha igual a você. — Maísa

— É um prazer te conhecer Sr.Sofia.

O garoto pega em sua mão e a beija, logo se curva diante dela e sorri.

Sem pensar duas vezes, sorriu também, não sabia ao certo se ele poderia realmente ser o cara certo para ela.

— É um prazer.

Sorrir mais uma vez e se afasta, andando rapidamente para um canto específico do castelo, mas logo se esbarra mais uma vez com o Duque.

— Você de novo? — Rafael

Respira fundo e olha ao redor notando algumas mães se aproximando com suas filhas.

O rapaz estava fugindo delas já que não tinha interesse em casar, nem em ter filhos, ou até um amor.

O desespero já estava surgindo, e a única alternativa que tinha em mente, era fingir estar flertando com alguém.

Olhou a moça com atenção e pegou em sua mão, a levando para o jardim.

A princesa não hesitou em nenhum momento, apenas esperou ele falar o motivo da ação repentina.

— O que está planejando? — Sofia.

— Você aceita ficar comigo de mentira? vamos fingir que estamos juntos..— Rafael.

Comentou meio receoso, mas era algo urgente, e precisava da ajuda de alguém para evitar menos problemas.

— Eu aceito, mas não pense que estou fazendo isso por você, e sim porque não quero ficar com o meu pretendente que minha mãe arrumou para mim.

Rafael cruza os braços, mas logo os descruza, pegando no braço da garota, a levando de volta pro salão.

A atenção de todos estava nos dois, chocados, porém felizes que Sofia tinha "encontrado" alguém.