Prológo

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Segunda-feira, 7:30 da manha e ali estou eu, pegando o metrô para o meu primeiro dia de estágio na "Hollywood Marketing Star" com escritório bem no centro de Los Angeles, rezando para que dê tempo suficiente para que eu consiga terminar de preencher o meu contrato.

Me chamo Amelia Castilho e possuo apenas um sobrenome porque nunca fui registrada por um pai. Eu me mudei para os Estados Unidos a trabalho assim que completei 18 anos e somente esse ano consegui visto de estudante no país, vinculada a Universidade da California em Los Angeles. Eles me pagam para estudar, o que é ótimo, mas então, esse ano, me arrumaram um estágio, para prestar serviços ao país em troca de todas as coisas boas que eles me proporcionaram até aqui. Como se limpar a privada deles por quatro anos já não fosse humilhação demais. Aceito, como se fosse opcional. Não que eu não quisesse trabalhar e ganhar experiência... mas sejamos coerentes... o que um estagiário faz se não o trabalho sujo que ninguém mais quer fazer?

Me olho pelo reflexo do vidro, ajeitando a armação dourada dos meus óculos. Sou uma estudante de Publicidade e Propaganda, com especialidade em estratégias de imagem. Escolhi esse curso por acreditar que a forma como nos vestimos influência diretamente na imagem que desejamos passar. O marketing começa pelas nossas roupas. Não importa o trabalho, eu estarei vestida a altura.

Caminho até a saída do metrô, assim que para na estação, com cuidado para que ninguém rasgue minha meia calça preta, com os zíperes de suas bolsas ou suje meu blazer bege com café. E por falar em café, assim que subo as escadas do subterrâneo para a Avenida me lembro de que precisava da coisa mais importante em um dia: um copo de café gelado tamanho G.

Paro na primeira cafeteria que encontro no caminho e faço meu pedido, aproveito para sair de lá com um delicioso pretzels (...) na porta de vidro da agência, reparo como ela é grande e me lembra o filme "o diabo veste prada" eu só não me sentia como a Anne Hatwaey porque eu me vestia bem. Mas até posso ouvir o som de qualquer música de comédia adolescente tocar. Se eu pudesse associar aquela imagem a um cheiro, eu diria que cheirava as páginas de uma revista recém saída da banca.

Tiro meu celular do bolso e bato uma foto do meu café, fazendo questão de deixar que aparecesse o logo no prédio que devia ter pelo menos uns quinze andares.

— Bom dia! — Digo ao segurança parado na entrada. — Eu sou a nova estagiária... — Estico minha mão para ele e o homem encara meu lanche. Sorrio envergonhada e prendo o pretzels entre os dentes, batendo a mão na roupa para me livrar dos farelos antes de cumprimenta-lo.

(...)

Giro no lugar, encantada com o teto espelhado. Tudo ali era grande e elegante. Vejo que, por um dos elevadores, sobem figurinos em araras.

"Eles devem fazer editorias de revista por aqui..." é no que penso.

Aproveito a deixa e corro até o local, junto de dois rapazes que arrastam as roupas.

— Droga! — Balbucio quando preciso apertar um andar. — Vocês sabem onde fica o andar da Margareth?

Eles se entre olham e riem.

— Cobertura!

Ignoro os pressentimentos e aperto os botões, esperando o momento de finalmente sair. Me sinto ansiosa e minhas mãos não param de se mover. Eu nem queria estar ali, mas já que estava, esperava que gostassem de mim, então eu poderia ser efetivada e tirar um visto permanente na América.

Assim que as portas se abrem, tiro disfarçadamente uma foto e envio no grupo de amigas da faculdade, o meu trio inseparável.

Uma mulher loira e alta é a primeira a notar minha presença. Sorrio para ela e me aproximo, encolhida de timidez.

— Oi...

— Oi... — Responde com um sorriso sincero nos lábios.

— Eu to a procura da Margareth... — A garota rir, como os rapazes do elevador.

— Aquela ali é a sala dela! — Aponta para uma porta de vidro, coberta por persianas. — Tem horário marcado?

— Hmm.. — Apoio meu café em sua mesa e reviro minha bolsa atrás do meu contrato devidamente assinado e preenchido. — Aqui!

A loira toma as folhas levemente amassadas, de minhas mãos, e observa atentamente cada letrinha contida nele.

— Você é a nova estagiária... — Diz, mais para si mesma — Pode esperar aqui, vou chamar a chef...

— Não precisa, eu to aqui! — Nos assustamos com uma voz e ao nos virarmos, me deparo com a mulher alta, sobre seu salto meia pata de solado vermelho. Um terminho preto bem alinhado e rabo de cavalo sem um único fio para fora. — Que coisa horrível é essa..? — Ela pergunta, olhando para minha boina. — Não estamos na França! — Remove o adereço e mira na lixeira mais próxima, fazendo meus olhos se arregalarem para tal atitude.

— Margareth, essa é... — Vira-se para mim — Como é seu nome mesmo?

— Amélia! — Estico-lhe minha mão — A nova estagiária!

— Ótimo! — Ela diz, ignorando meu cumprimento — Estava me perguntando que horas você chegava.

— Maggy?? — Uma voz suave, apesar de masculina, chama nossa atenção, fazendo todos se virarem para seguir o som. — Torturando os novos funcionários? — O homem loiro alto e forte pergunta, se aproximando de nós. Na casa dos seus trinta anos ele é tão bonito que chama atenção de todos exclusivamente para ele. Todo escritório para, para assistir aquele homem vestido em uma social com listras azuis claras na vertical, debaixo de um suéter marinho. Seu cabelo penteado para trás evidência seu rosto bonito e sua barba bem feita. Ele anda quase como se desfilasse. Os ombros enrijecidos e o peito estufado.

Ain meu deus, eu daria tudo para que ele fosse meu chefe...

— Já terminaram as fotos? — A megera pergunta para a mulher loira que o acompanha.

— Terminamos agora! — Ela toca no ombro do rapaz. — Chris, vai tirar o figurino.

Chris...

Cerro meus olhos. Me soava familiar.

— Vem, Evans... — Margareth o chama com as mãos — Deixa eu te ajudar a se trocar.

EVANS...

EVANS??

MEU DEUS COMO EU NÃO PERCEBI ANTES?

E naquele exato momento minhas pernas tremem feito vara verde. Fora o suficiente para fazer meu estômago congelar e meus olhos saltarem da cara como se visse um fantasma.

O que Chris Evans estava fazendo ali?

Pera... e por que ele precisava de ajuda para se trocar?

Vejo todos o seguirem com os olhos, até desaparecer completamente para dentro da sala da mulher que o carregara.

Penso em perguntar, se ele era agenciado e quantos outros famosos eu veria por ali. Mas me abstenho de parecer desesperada e apenas continuo parada, como um dois de paus, vendo as pessoas irem e voltarem, presas demais em seus mundinhos para se derem conta de que eu permanecia ali.

(Continua...)

Notas da autora: Pessoal não esqueçam de me seguir aqui no wattpad para receberem notificação de atualizações e novas histórias. Eu raramente aviso em outras redes sociais e gosto de falar sobre as histórias no quadro de mensagens, que só recebe quem é seguidor do perfil ♥️

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Amélia - Meu Romance Secreto (Chris Evans)Onde histórias criam vida. Descubra agora