Capítulo quatro

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3 de maio de 2040

Naquele dia, Camila sentiu uma pontada estranha nas costas que a fez se levantar assustada. Ao se mover a pontada pareceu ter ido para sua barriga. Ao se mover, a dor parecia ter ficado ainda mais forte. Se levantou praticamente encolhida, com as mãos na barriga, a cada movimento doía mais ainda. A pontada mais forte foi uma que parecia ter vindo como um murro da suas costas em direção da barriga. Um ruído escapou por seus lábios, o medo parecia tomar conta da morena que acabou voltando a se deitar na cama, sentia o suor escorrendo por seu rosto. Moveu as mãos apesar da dor em direção a Lauren, a balançou em pânico.

- Camila, o que foi? Me deixa dormir. - Lauren murmurou preguiçosamente.

- L-Lauren.

O som de pânico na voz de Camila fez a imperatriz entrar em alerta, acendeu o abajur que tinha na cômoda ao seu lado. Lauren sentiu uma pontada de desespero ao ver os lençoís brancos com uma pequena mancha de sangue, se levantou da cama correndo, os sons dos passos da imperatriz ecoavam pelo corredor enquanto seguia até a ala hospitalar do palácio.

Os dedos finos de Camila se enrolaram no meio do tecido os apertando com força tentando ignorar a dor intensa que sentia. Naquele momento, pedia aos céus para que sua criança estivesse bem.

- Eu preciso de um médico, agora!

A voz de Lauren saiu muito mais sufocada do que ela desejava. No novo governo, a ala hospitalar era uma das partes do palácio que desejava eliminar. Mas agora viu que Ally ter rasgado o projeto, a considerando uma tola agora salvaria a vida de Camila. Se não tivesse a ala hospitalar, o médico mais próximo seria a duas ou melhor, três horas do palácio. Ao voltarem para o quarto, uma das duas enfermeiras parou Lauren.

- Vossa majestade, com todo respeito, acho melhor ficar aqui fora.

- Não! Saia de minha frente isso é uma ordem!

A enfermeira sabia que Lauren dentro do quarto, só iria tornar o trabalho do médico ainda mais complicado. Seu desespero iria deixar todos estressados. Por respeito a líder gentil que Lauren foi ao longo dos anos, a enfermeira a abraçou afagando seu cabelo.

- Fique calma, espere aqui. Por favor, vossa majestade, precisa se manter calma. - a enfermeira falou pacientemente. - Prometo que voltarei logo com notícias.

Lauren parecia ainda mais calma, assim que a enfermeira entrou no quarto ela permaneceu ali. Parada. Olhando a porta. Como se seus pés tivessem criado raízes ali no chão, exatamente naquele lugar. Ouviu um grito vindo de Camila, por alguns instantes, suas mãos vacilaram até a maçaneta. Mas lembrou que se entrasse no quarto naquela condição, iria deixar Camila ainda mais nervosa.

Assim que a quantidade de suas lágrimas diminuiram, olhou de um lado para o outro, suas pernas pareciam se mover em direção ao mesmo caminho que fez anos atrás, quando pediu que Deus lhe devolvesse Camila. Lauren se lembrava que havia prometido se tornar uma mulher mais fiel, que acreditasse em religião. A primeira lição que precisaria aprender, é o simples fato de que: Nunca devemos recorrer a religião nos momentos de desespero. Ao pensar nisso, parou na porta da capela.

Sim, Lauren Jauregui, não sabia o que fazer. Simplesmente ficou ali. Parada. Como uma estátua de cera recém colocada no palácio.

- Merda, eu preciso fazer algo. E preciso agora.

No quarto, Camila estava sendo atendida por um médico que era auxiliado por duas enfermeiras. A pontada, não era mais uma pontada, era uma dor contínua e intensa que parecia estar em cada célula de seu corpo. As enfermeiras a colocavam umpouco mais inclinada. A feição do médico não a ajudava em nada em tentar se manter mais calma. A cada grito, ele parecia ainda mais nervoso.

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