Capítulo Nove

961 60 22
                                    

25 de junho de 2040


Dinah havia se tornado uma mulher com manias estranhas. Manias completamente estranhas. No auge de sua vida adorava exibir seu corpo nas mais provovantes roupas, principalmente suas belas coxas. Um corpo que adorava e cuidava, uma, duas, três ou quatro horas de exercícios. Todos os dias. Tudo isso feito com objetivo de ser uma mulher perfeita. Adorava se deitar com Ariana e Normani com as luzes acesas, para ter certeza que suas mulheres estavam vendo seu maravilhoso corpo escultural.

Agora, era diferente. Normani estava incomodada com isso. Desde que a mulher voltou, não tinha conseguido ver o corpo de sua esposa as claras. E havia algo de errado nisso tudo. Dinah dormia abraçada a alguns travesseiros, a mulher tinha um sono pesado. Normani sabia que não ia se controlar.

- Sei que você pediu respeito ao porque disso mas...

Normani acendeu o abajur do seu lado da cama, puxou o edredom cor creme com dourado e olhou para as costas de Dinah. Um ferimento se estendia de seu ombro até sua costela e por baixo, uma pele semelhante a de uma pessoa com queimaduras de segundo grau. Era estranho que sentia ondulações quando acariciava a sua esposa, mas não imagina que ficaria tão espantada quando visse o que é.

O tom de espanto quase escapou por seus lábios, tudo o que queria saber, era o que levou Dinah a ter essas marcas e porque ela não lhe falava nada. Normani cobriu sua esposa e beijou seu rosto, mesmo adormecida a mulher sorriu com aquele gesto carinhoso. O clima estava passando pelas tempestades de cinco anos. Chuvas sem fim, sem alguma pausa e com fortes rajadas de vento.

- Parada aí mocinha. - Ariana murmurou.

Normani se virou na direção da mulher que dormia no sofá a frente da cama. Ariana a olhava esperando algo.

- Me dê mais um cobertor que não conto nada.

Ariana sorriu ao ver a mulher caminhar até o armário que ficava no quarto, Normani jogou um cobertor branco em cima do sofá e saiu do quarto. O palácio a noite, perdia todo seu brilho, seu glamour e se tornava um lugar amedrontador, frio e sombrio. Os corredores eram longos demais, as janelas, enormes demais, porém, com brechas que o ar passava causando um fino ruído que incomodava os ouvidos de quem passava por lá. Normani continuou caminhando, pensando em Dinah e em que marcas eram aquelas, qualquer ferimento existente em sua esposa, doíam como se fosse em sua pele.

Cada quarto tinha um som único, alguns sons eram baixos ou alto e outros calmos e irritantes. O quarto de Camila e Lauren, era possível ouvir a voz rouca da imperatriz cantando alguma música de ninar para Camila. No quarto de Sofia, uma música alta tocava e estranhamente, no de Ally, não havia nenhum som. Normani estranhou aquilo, mas pensou que todos já deveriam estar dormindo. Uma das outras coisas que lhe apavorada era a escadaria principal, então, desceu pela escadaria dos serviçais. Na metade do caminho ouviu risadas baixas, parou tentando ouvir quem poderia ser.

- Medrosa Lisa, você é uma medrosa. A pior medrosa de todas. - George falava em meio a gargalhadas.

- Eu não sou medrosa! Só não gosto de tempestades, pare de rir!

O som do tapa recebido por George foi ouvido por Normani que se inclinou um pouco mais para observá-los.

- Não gosta? Isso se chama pavor preferir ficar no caminho dos serviçais para se esconder de uma pequena tempestade.

Normani mesmo vendo de longe viu que os dois estavam escondidos ali, ambos com roupas de dormir. Muitas vezes queria entender se Deus odiava George o bastante para apenas lhe fazer parecer mais velho, sabia o quanto seu filho sofria com isso. Mas não poderia fazer nada em relação a essa situação, apenas não atrapalhar os dois.

Royal Or Rebel IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora