Deslizo minha língua sobre meus lábios e sigo o caminho de volta para "casa", na verdade estava esperando aquele tagarela deixar eu em paz, e quando finalmente largou meu pé, segui meu caminho para aquela cafeteria da esquina, chegando em frente à mesma, coloco minha mão e pressiono a maçaneta da porta a empurrando, assim ouvindo o sino de cima da porta soar. Após isso vou até uma mesa, e me sento esperando alguém me atender, pego um livro que estava na minha bolsa para passar o tempo, seguro o marca página pressionando o dedão no lado direito do livro, assim abrindo na página que eu havia parado anteriormente.
Leio um pequeno trecho do livro e logo uma moça, me atende, ela estava com o mais belo sorriso, me senti cativado. Ela me deu um cumprimento, cumprimento cordial sinto a elegância de uma princesa, ou até, imperatriz vindo dela. Quem é ela? não sei.. Mas, apenas observando cada traço de seu rosto, e o jeito com que ela me trata, deixou-me pouco curioso.
Fiz meu pedido, uma xícara de café, sem açúcar e um pão.
A atendente me disse que tinha um segundo andar no prédio, que alguns clientes gostavam, por ser silencioso e ter uma vista agradável aos olhos, me convidou a ir se sentar com ela lá em cima, já que fora daquela cafeteria teria começado uma enorme tempestade.
E lá estava eu, no segundo andar daquele prédio, com uma bela moça sentada ao meu lado enquanto conversávamos e ríamos de várias coisas que ela contava, e eu complementava com algumas piadas, essa garota conseguia me fazer ser tão sociável, é incrível o conforto que tenho conversando com ela. Beirava para umas 4 da tarde, e estava eu e ela, sentados em frente à uma enorme janela, a chuva estava batendo levemente, era um calmante, eu segurei a alça da xícara, e bebi, delirei ao sentir o gosto da bebida e peguei o pão, mordiscando ele, enquanto olhava para a mulher sentada ao meu lado.
— Você estuda na U.A? — Ela puxou um outro assunto, enquanto colocava a xícara de chá que bebia no pires.
— Estudo, estou no 1º ano, aliás, você tem alguma quirk? — Coloco a xícara de café no pires, e coloco meu cotovelo sobre a mesa apoiando meu rosto na minha mão enquanto observava atentamente os lábios dela, estava encantado.
— Bem.. eu tenho uma quirk, mas não considero ela útil, mas ela me ajudou a arrumar esse emprego, então me sinto feliz por isso, sem esse emprego eu com certeza estaria pedindo esmola, ou talvez roubasse a casa dos outros.. não, pera. — Ela se confundiu.
— Fofa. — Sussurrei, e no mesmo instante ela levantou, estava com um rubor facial, e olhou para mim com um bico em seu rosto.
— O que foi? — Retiro meu cotovelo de cima da mesa e me levanto da cadeira olhando para ela, a mesma nega com a cabeça, me deixou confuso.
— Por que você não me diz? — Coloco minha mão sobre sua cabeça.
— A minha quirk, envolve se transformar em um animal.. E meio que, quando eu me transformo nele, ou quando estou na forma humana, eu fico com os sentidos dele aguçados, como audição, olfato, et cetera.. — Ela olhava para os meus pés.
— E qual o animal que você se transforma? — Retiro a mão de sua cabeça.
— Uh.. um dia.. talvez você descubra. — A mais baixa desvia o olhar e o rubor em seu rosto já não é mais visto.
— Entendo. Aliás, você não me disse seu nome. — Camilla. — Dessa vez o olhava
— Entendo, sou Aizawa. Você não é daqui, né? — Não, vim de muito.. muito longe. Morava no Brasil, fui para os EUA e de lá, vim parar aqui. — A garota deu um breve sorriso para mim quando disse a última frase.
— Brasil... Ouvi falar que é um lugar bonito, e cheio de vida. — Continuava com minha face séria.
— Pode crer que é real! Eu gostava de lá, mas era muito ruim, com as pessoas que eu conhecia, e quando fui para os Estados Unidos, foi pior ainda. Ainda bem que cheguei aqui, uma senhora carinhosa me adotou e agora eu ajudo ela nessa cafeteria, e... — A garota se interrompe e olha para eu. — Eu estou falando muito não estou? Se você quiser eu paro de falar.. —
— Por mim tudo bem, se você parasse de falar eu não iria ter nenhum assunto. — A mais nova deu um sorriso e logo voltou a se sentar na cadeira, dessa vez com o corpo virado para minha direção.
— Você é um herói, achei isso tão legal! Também queria ser, mas não tenho dinheiro pra comprar nada, e acho que minha quirk não ajudaria muita coisa.. — O sorriso dela foi sumindo conforme falava (O brilho sumindo).
— Não fale isso, pelo que você disse, deve ter uma quirk ótima, só não deve saber usar. — Dei um sorriso suave que não era muito perceptível aos olhos dela — Você deveria ao menos tentar. — Olhei-a nos olhos.
— Você está certo... Eu deveria tentar! Mas, olha não sei não, imagina se eu consigo entrar na U.A mas o povo não for com a minha cara? Imagina se quiserem me apunhalar do nada! — Ela estava completamente lélé da cuca.
— Olha, eu acho que não tem nada a ver. — A garota foi fechando seu rosto. — Aliás, você não é tão importante quanto um presidente ou algo do tipo. — Dessa vez ela fez uma face chorosa, como se dissesse que ela estava prestes a morrer. — E não teria nenhum motivo pra te atacar, não ia fazer diferença. — Acho que na cabeça dela, ela já estava no céu, entre os anjos, até parece que disse algo cruel.
— Que maldade, poxa! Eu te ofereço café, abrigo quente e pãozinho e você me diz isso, nunca mais trato alguém assim! — Fez um biquinho e logo após um suspiro frouxo saiu de sua boca.
— Ah. Desculpa, te ofendi? — A garota fez uma cara mais triste ainda, por eu não ter percebido o por quê de ela ter ficado assim, mas não é problema meu, eu nem ligo.
— AIZAWA! — Um garoto loiro com um topete engraçado chega, era Hizashi Yamada, ele estava extremamente cansado, pelo jeito estava procurando eu, e eu estava tentando fugir dele, mas pelo visto não deu certo.
— POR QUE VOCÊ SUMIU? A GENTE TAVA TE PROCURANDO SEU — Um outro garoto, de cabelo azul claro aparece no local com um sorriso no rosto, tampando a boca daquela cacatua loira chata, era o Oboro.
— Oh! Aizawa! A chuva já passou, e nós achamos que você estava acompanhando a gente, mas percebemos que não e decidimos procurar você! — Ele disse ainda com um sorriso, como ele faz pra sorrir tanto?
— Entendi, perdão Cami, terei que ir. Talvez mas para frente eu venha aqui. — eu levanto da cadeira, ficando de frente para a garota, que acompanhava com a cabeça e olhos meus movimentos. Eu coloco a mão na cabeça da garota e dou um sorriso suave, e sereno, porque sou extremamente bonito, e eu sei disso.
— Entendi.. Tchau Aizawa! — Ela deu um sorriso e eu por entendimento tirei a mão da cabeça, e ainda com um sorriso labial, apenas acenei e fui junto aos dois paspalhos.
A garçonete fez questão de acompanhar nós até a saída, e quando nós finalmente foram embora, ela deu um aceno com a mão erguida para cima, com um sorriso em seu rosto, que foi devolvido pelos dois garotos, e eu que apenas olhei de canto e fiz um aceno com a cabeça.Eu pensava nela enquanto saía da cafeteria junto de meus amigos, os dois estavam fofocando sobre mim e a garota, já que quando chegaram eu estava sentado em uma cadeira e, do outro lado estava ela, virada para mim. Mas, tirando esse fato, só continuei indo até minha casa sendo acompanhado por eles, que riam alto e falavam coisas idiotas, com reações exageradas, como sempre.
Cheguei em minha casa e fui direto ao quarto, tirando minhas roupas e pegando outras roupas e uma toalha para ir ao banho.
Tomei um banho gelado, dizem que tira as olheiras, e faz bem pra pele, mas eu tomo porque relaxa meu corpo e me faz pensar melhor.
Saindo do banho, já com meu pijama, fui para meu quarto e me deitei na cama, me cobrindo com a coberta, mas, não conseguia dormir, toda vez que fechava os olhos, pensava nela me convidando para sentar naquele segundo andar.
Ir até aquele café foi a minha melhor escolha.
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𝐀 𝐂𝐀𝐅𝐄𝐓𝐄𝐑𝐈𝐀
FanfictionCheiro de café quente espalhado pelo ar, enquanto a chuva bate na enorme janela do prédio. O barulho que a chuva faz enquanto bate na janela ajuda-me a pensar melhor, me acalma e faz o meu dia um pouco mais bonito, seria melhor ainda se eu estivesse...