– Cheguei.
Gritei assim que entrei pela a porta da sala, coloquei minha bolsa no sofá e fui procurar minha tia. Eu morava com ela desde que o meu pai faleceu, em troca de tiros com alguns traficantes. Ele era um homem íntegro e me ensinou quase tudo que eu sei hoje, as outras coisas eu aprendi na marra ou minha tia me explicou, com a paciência que ela tem de sobra e que eu invejo.
– Oi, menina, como foi? – Perguntou enquanto colocava a lasanha no forno, parou em frente a ele me olhou com um sorriso acolhedor.
– De verdade? – Perguntei encolhendo um pouco os ombros e ela concordou- Não muito bem, tinham quase dez candidatos e outra pessoa levou a vaga.
Eu tinha saído cedo para uma entrevista de emprego no centro da cidade que era pequena, eu já estava com dezoito anos e havia terminado meu ensino médio ano passado, precisava ajudar nas despesas de cada, embora minha tia dizendo que não tinha necessidade e o mais importante, eu precisava juntar o dinheiro para fazer o concurso de PM.
– Eu posso te ajudar com o dinheiro da inscrição para o concurso, Sam... – Leide disse, me tirando dos meus pensamentos.
– Obrigada, mas não precisa... – Respondi com um sorriso no rosto.
– Eu faço questão, menina.
Fiquei em silêncio por alguns segundos.
– Você já me ajuda demais, tia, não tem necessidade de fazer mais isso, ok? – Me aproximei dela e dei um beijo carinhoso em sua bochecha – Eu vou conseguir um emprego uma hora ou outra e assim fazer esse concurso, não tenho pressa.
Me olhou e concordou com a cabeça, ela tinha plena convicção de que eu era tão mais cabeça dura que meu pai, por isso ela não insistia tanto.
No outro dia, 11h53.
– O que de tão urgente você tem pra falar comigo que não consegue esperar até a noite, Key? – Perguntei.
Minha amiga tinha chegado de surpresa em minha casa, eu não reclamava, até gostava disso. Ela abriu um sorriso grande e se sentou na minha cama, de frente pra mim.
– Você se lembra daquela cafeteira que abriu lá no centro? – Concordei com a cabeça – Eu estava na rua em frente, comprando algumas coisas pra modificar umas roupas e fui lá dar uma olhada, pedi um café e vi que eles estão contratando uma atendente.
– E? – Ela revirou os olhos.
– Eu falei que tinha uma amiga que estava procurando emprego, que sabe lidar bem com clientes e a dona pediu pra que você fosse lá, entregar um curriculum e fazer uma entrevista.
Suspirei um pouco cansada, eu já tinha ido em três entrevistas apenas nessa semana e ainda não era nem quinta-feira, mas como eu precisava disso, coloquei um sorriso no rosto.
– E pra quando é isso? – Perguntei, acreditando que seria pra amanhã ou outro dia.
– Pra agora, Samantha... – Ela disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
Arregalei meus olhos um pouco assustada, minha amiga deu uma risadinha e imediatamente me puxou pra fora da cama. Me arrumei com urgência, coloquei a minha melhor roupa e fui com minha amiga até a tal cafeteira que ela tinha falado.
O lugar era realmente lindo, era em um galpão reformado e feito basicamente de madeira, tinha alguns detalhes no teto que era alto, vários quadros na parede deixando claro que a dona dessa lugar é apaixonada por café. Observei um pouco do lugar, não mais que treze mesas e um balcão mais pra frente, onde que era feito e entregue seu pedido, caso fosse para viagem. Vi duas pessoas vestindo um uniforme preto com um detalhe branco e entendi que eram funcionários, olhei mais pelo o local e vi uma pessoa parada próxima a uma porta, que deduzi ser a cozinha do local, ela estava conversando com uma pessoa que estava lá dentro.
A pessoa parada em frente a cozinha usava uma roupa totalmente diferente dos funcionários, ela possivelmente ³ a dona disso aqui. Ela está usando uma calça toda preta, um all star branco e surrado nos pés, uma jaqueta de couro e seu cabelo é curto, acima dos ombros, totalmente preto. Por alguns segundos imaginei como seria o rosto dela, talvez ela tivesse um nariz pequeno e olhos verdes, ou usasse um aparelho nos dentes e tivesse uma sobrancelha grossa.
Várias opções passaram pela a minha cabeça, mas nenhuma bateu com o que eu vi assim que a mulher se virou pra trás. Seus olhos percorreram um longo caminho até pararem em mim, vi que ela me observou por alguns segundos que pareciam ser uma eternidade, não consegui decifrar seu rosto, talvez ela não gostou do meu cabelo grande e eu não estou com a minha melhor roupa.
Engoli o seco assim que ela abriu um sorriso de canto e acenou para que eu e Keyla fossemos até ela, a vi dar alguns passos até ficar distante da cozinha e em frente ao balcão. Não entendi o porque, mas senti meu coração bater descontroladamente dentro do meu peito enquanto caminhava até a mulher que eu ainda não sei o nome, mas que provavelmente será minha patroa.
•••
Eu comecei essa fanfic a um tempão, não postei aqui por pura preguiça então tenho muitos capítulos prontos. Vou ir postando um ou dois capítulos por dia.
E eu não vou ficar escrevendo nas notas finais, muito menos pedindo para votarem ou comentarem. Espero que gostem de qualquer forma! Até.
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Love In The Middle Of Crime (G!P)
FanfictionSamantha, uma jovem que "sonha" em seguir os passos de seu pai, um renomado policial militar que faleceu a serviço. Ela tem seu destino traçado com o de Heloísa, uma mulher mais velha e que é simplesmente a maior traficante de drogas da cidade. É po...