Felix se apaixona pelo rapaz de mechas vermelhas logo em seu primeiro dia de aula na universidade. Ele apenas não sabia que, apesar de sempre energético e sorridente, Hwang Hyunjin era mudo.
adaptação permitida pela autora:LostLovelis
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Se Felix e Hyunjin estavam tendo um tempo incrível juntos, Jisung estava do lado oposto do espelho. Sua cabeça doía só de lembrar dos acontecimentos da noite e o Lee era imensamente grato a Felix por tirar Hyunjin de casa naquele fim de semana.
Pela primeira vez em muito tempo, Jisung desmoronou.
Seus soluços preencheram o apartamento por horas, até que o desespero falou mais alto e o dançarino se esgueirou para um dos cantos da sala, digitando o número de Minho em seu celular e esperando que o namorado estivesse acordado tão tarde da noite. Ele estava.
- Jisung? Aconteceu alguma coisa? - o mais novo não conseguia conter seus soluços, tampouco responder a pergunta do Lee. Do outro lado da linha, Minho já estava em pé, calçando os sapatos enquanto equilibrava o celular entre a bochecha e o ombro. O tom choroso de Jisung o colocou em alerta, sua preocupação crescendo a cada segundo - Eu estou indo. Aguente firme, ok? Eu estou indo - e a ligação foi encerrada.
-Onde você vai? - Seungmin perguntou ao amigo, com quem dividia o apartamento. Ele e Minho moravam juntos desde que o mais novo entrou na universidade. Eram melhores amigos, afinal de contas.
-Casa do meu namorado - respondeu, apressado, o maior, fechando sua jaqueta e checando os bolsos - Eu ligo se acontecer algo. Salve o meu projeto, por favor - com um assentir do Kim, Minho desenroscou a chave de sua moto do organizador ao lado da porta e deixou o apartamento.
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A porta estava destrancada e tudo o que se podia ouvir no apartamento escuro eram soluços. O coração do Lee se despedaçou quando este acendeu a luz da sala e encontrou Jisung encolhido no canto, tremendo.
-Jisung? Sou eu - o menor se aproximou devagar, agachando-se ao lado do mais velho e puxando-o delicadamente para os seus braços. A expressão sempre feliz do Han agora só demonstrava tristeza. Suas bochechas e seu nariz estavam corados, enquanto seus olhos já estavam inchados pelo choro - Já passou. Eu estou aqui agora - Jisung afundou o rosto no peito do namorado, inalando seu perfume e tentando controlar suas lágrimas. Minho apenas fazia carinho em seus cabelos enquanto esperava que o outro se acalmasse.
Jisung estava tão cansado que acabou dormindo ali mesmo, depois de chorar um pouco mais nos braços do músico que orgulhosamente chamava de namorado. O Lee, por outro lado, temia acordar o dançarino de cabelos azuis, então o carregou com cuidado e o levou para o quarto, sendo cuidadoso ao colocá-lo na cama.
-Você não deveria guardar tudo para si - murmurou o moreno, acariciando o rosto de Jisung com o polegar. Não era a primeira vez que tal coisa acontecia, mas as reações estavam se tornando piores. Minho temia pela saúde mental do mais novo.
Os pais de Jisung não foram dos mais receptivos quando descobriram que o filho era gay, mas os três tentavam não deixar nada transparecer para Hyunjin. Um clima ruim em casa era o que menos queriam com o garoto mudo por perto.
Com o passar do tempo, estava ficando insuportável manter aquele ar falso, então os dois mais novos foram "incentivados" a morar sozinhos para estudar. Jisung não fora ameaçado ou coisa do tipo, mas ver a feição desapontada de sua mãe todos os dias estava acabando consigo, a ponto dele pedir para poder estudar longe. O pai apoiou, claro. Porém a senhora Han continuava mantendo um pé atrás.
A aparição de Minho em sua vida foi como encontrar um Oásis no deserto. Parte do peso fora tirado de seus ombros quando conheceu o calouro de música. Amar não é errado, afinal.
O Lee o acolheu como um cobertor em um dia frio, cuidando para que o mais velho não quebrasse quando qualquer tópico mais sensível fosse trazido à tona. Seungmin foi um bônus e uma incrível adição à vida do Han. Não importava o momento ruim, o Kim sempre sabia o que dizer e como confortar alguém. Claro que Hyunjin só foi mesclado ao grupo algum tempo depois, quando Jisung e Minho já namoravam e Seungmin fazia questão de segurar uma tocha olímpica.
-Você pode falar comigo. Eu quero ajudar - a voz grave de Minho ecoava no quarto silencioso. Seu peito doía por ver Jisung tão quebrado ao seu lado. Sabia que o garoto de cabelos azuis havia ouvido palavras duras da mãe novamente, enquanto o pai se mantinha em silêncio, apesar de discordar da mulher. Era ele quem garantia que nunca faltaria dinheiro para que Jisung e Hyunjin vivessem bem.
Naquela noite, o Lee não dormiu. O mais velho passou todo o tempo acariciando o rosto e os cabelos do garoto por quem era perdidamente apaixonado. Viu a garoa fina da madrugada cobrir a capital e o sol nascer por trás dos prédios. Também pôde ver o Han resmungar de manhã pela luz que entrava pela janela e incomodava seus olhos, atrapalhando seu sono.
Apenas aquela visão fez todo o cansaço da noite anterior valer a pena.
