|23| enfim um fim

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Aos trancos e barrancos, Hyunjin e Felix foram capazes de manter o namoro funcionando da melhor maneira possível, com uma discussão ocasional aqui e ali

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Aos trancos e barrancos, Hyunjin e Felix foram capazes de manter o namoro funcionando da melhor maneira possível, com uma discussão ocasional aqui e ali.

A primeira grande briga veio quase seis meses depois do pedido de namoro oficial. Felix aprendia mais sobre a linguagem de sinais conforme o tempo passava e, assim, se comunicava melhor com o namorado. No entanto, houve um dia em que nunca desejou tanto não ter aprendido a ler os gestos do mais velho.

"Eu não vou voltar! Você é a prioridade na minha vida, entendeu? O único. Eu não preciso voltar para aquele maldito lugar!"

Era a terceira vez que Hyunjin cancelava sua consulta com a psiquiatra e seus remédios estavam chegando no fim. Tanto Felix quanto Jisung sabiam que o Hwang não poderia continuar assim por muito mais tempo. Era perigoso e nada saudável para o emocional e o psicológico do rapaz.

-Me desculpe, Jinnie, mas isso não está certo - foi tudo o que o mais novo disse antes de ser deixado sozinho no meio do corredor enquanto o Lee caminhava para longe. Seu peito doeu e tudo o que o Lee pensou em fazer foi correr para casa e se enfiar debaixo dos próprios cobertores.

Seu período de remorso e miséria só acabou quando Chan voltou para casa, na sexta-feira da semana seguinte, cansado de ver o melhor amigo deprimido por quase dez dias seguidos.

-Lix, você precisa se levantar, vamos. Eu marquei com o Dr. Im para daqui vinte minutos e você vai nem que seja arrastado - constatou o Bang, tirando o mais novo da cama e o empurrando em direção ao banheiro. O psiquiatra aceitou de bom grado o encontro de última hora, sabendo que Felix não tinha recaídas fácil. Algo estava seriamente errado.

-Hyung, por favor, eu posso voltar semana que vem - choramingou o Lee, quando passaram pela porta de vidro da clínica. Felix se pendurava em um dos braços de Chan, a voz manhosa tentando convencer o mais velho a dar meia volta.

-Nem pensar. Você fica adiando essas consultas e nunca marca. Espere aqui. Eu vou falar com o secretário - o mais novo só pôde assentir e se sentar na sala de espera, brincando com os próprios dedos enquanto esperava pela volta de Chan. O que ele não esperava era encontrar um certo ser com o qual havia discutido na semana anterior.

-Felix? - a voz de Jisung era tão, ou mais surpresa do que a reação de Felix, que levantou o rosto rapidamente apenas para encontrar o Jisung e Hyunjin atravessando a porta da clínica, o menor se escondendo atrás do melhor amigo - O que faz aqui?

-Eu...

-Eu marquei uma consulta com o doutor Im pra ele - Chan logo se aproximou dos três, colocando uma mão no ombro do melhor amigo. Jisung mordeu a parte interna da bochecha quando Hyunjin puxou levemente seu casaco, pedindo por espaço para ver o namorado - Ele sempre adia as consultas mensais até que eu o traga arrastado. E vocês?

-Hyunjin me pediu para marcar uma consulta de emergência com a doutora Bae. Faz algum tempo desde a última - os olhares cúmplices entre Chan e Jisung passaram completamente despercebidos pelos mais novos, que não podiam deixar de notar o quão abalado o outro estava.

- Lee Felix, você pode entrar - chamou o secretário, interrompendo o silêncio estranho que se perpetuava. O mais novo do grupo logo se levantou de seu lugar e se encaminhou até o consultório, deixando um Park  preocupado para trás.

A sessão não foi longa como sempre, mas para Hyunjin, que entrou no consultório de sua própria psiquiatra alguns minutos depois, o tempo não parecia passar. Mesmo a doutora Bae parecia estar cada vez mais preocupada conforme o rapaz se movia de forma inquieta pelo cômodo.

Com uma promessa de tentar melhorar, Hyunjin deixou o consultório, encontrando apenas Felix na recepção, esperando por ele.

O mais novo parecia não saber o que fazer quando seus olhos encontraram os do mais velho, suas mãos tremiam e seus olhos estavam levemente avermelhados. Havia algo errado que ele precisava consertar.

-Jinnie, precisamos conversar.

~

-Eu te amo, tudo bem? - começou Felix, assim que chegaram à portaria do prédio do Hwang. Os dedos mindinhos estavam entrelaçados e os olhares estavam presos um no outro -Eu te amo muito, e é por isso que não posso aceitar ser sua prioridade na vida - o olhar do mais velho logo se voltou para o chão, seus olhos ardendo levemente - Hey, olhe para mim - pediu Felix, levantando o queixo do outro.

-Você tem que ser a prioridade na sua vida. Não coloque ninguém acima de você, entendeu? Nem eu, nem o Jisung. Ninguém deve estar acima de você, da sua saúde - o Lee tinha o olhar fixo nas orbes castanhas do maior, transmitindo confiança, força, amor.

-Me prometa que vai fazer isso. Que vai se cuidar - pediu o menor, recebendo um assentir em resposta, seguido de um abraço apertado - Ótimo. Agora vá para dentro. Amanhã eu volto - murmurou, deixando um beijo casto na testa do maior antes de se afastar, observando enquanto Hyunjin caminhava prédio adentro, desaparecendo de sua vista.

~

Felix saiu correndo do próprio apartamento, sem se importar com a garoa fina que caía sobre a grande cidade. O celular esquecido sobre a cama tinha uma mensagem aberta, solitária e assustadora remetida do número de Jisung.

"Venha ao apartamento. Urgente".

O rapaz não sabia o que esperar. As ruas pareciam mais longas e o tempo parecia se arrastar. As gotas engrossavam conforme o prédio onde o namorado morava se aproximava. Será que havia acontecido algo? Ele estaria bem?

Passaram o fim de semana todo juntos para comemorar a diminuição da dose de depressivos depois de quase um ano de tratamento contínuo. O que teria acontecido?

-Jisung? Jisung! - o mais velho estava sentado no chão da sala, um sorriso enorme no rosto. Aquilo não fazia sentido - O que aconteceu? Por que me chamou com tanta urgência?

-Pergunte ao seu namorado - respondeu o maior, se levantando. Hyunjin atravessou o corredor, tímido, e acenou para o mais novo, pedindo que fosse em sua direção. Sem entender nada, Felix o seguiu, sentindo a mão do maior escorregar pela sua e deixando-se ser guiado para o quarto do outro.

-Jinnie, o que aconteceu? - o Lee fechou os olhos as sentir as mãos quentes do Hwang em contato com suas bochechas, as testas e as pontas dos narizes se tocando suavemente.

De repente Felix se afastou, pensando estar ouvindo coisas. Era um som áspero e baixo, mas ao mesmo tempo suave. Exasperado, o mais novo correu os olhos pelo cômodo, voltando a pousá-los sobre Hyunjin.

-Jinnie?

-Eu amo você.

THE SOUND OF YOUR VOICE | HYUNLIXOnde histórias criam vida. Descubra agora