19h13 PM
PoV. Yaz
O doutor Omn havia acabado de engessar sua perna devido o acidente na escada do sótão, que ocorrera a meia hora atrás. Ainda sobre a maca, estava confuso sobre quem o trouxera para a emergência, visto que estava desacordado após a queda.- Senhor... Mizyaz? Pronunciei corretamente? - O doutor segurava a prancheta e dava total atenção a ela. Mas ao perguntar olhou para mim.
Acenti com a cabeça e voltei o olhar para os meus dedos.
- Preciso que volte daqui a cinco semanas. - Ele sentou-se em sua mesa e organizava os vários papéis e canetas espalhados sobre ela.- Quem me trouxe? - Perguntei.
- Ele deve estar esperando na sala de espera, vou chama-lo para ver o senhor.
O médico não saiu da sala, apenas abriu a porta e com um gesto chamou a tal pessoa.
Ele continuou segurando até que o homem adentrasse completamente.
Sem olhar para mim, ele cumprimentou o médico e deu uma olhada na sala.Alto, loiro, usava um suéter azul e uma camisa de mangas longas cinza por baixo, e nas suas pernas usava um espesso moletom escuro, com botinas pretas, além de um grande casaco laranja, e um gorro junto a ele, em suas mãos.
Ele se aproximou para o meu lado e dizia:
- meilė! Estive tão preocupado. - O rapaz pousou sua mão entre meus fios, os acariciou de uma forma agradável, e depois de bagunçar, certificou-se de ajeitar o assanhado na minha franja.
O doutor sorriu, e eu estava confuso.
- Seu namorado está bem, senhor Nikolaj, a especulação de uma concussão era quase certeza mas já me certifiquei que houve apenas uma fratura transversal de leve. Já pode levá-lo de volta a sua casa.
Ele olhou para mim novamente, com um sorriso gentil, e, ajudando a tirar minhas costas e minhas pernas da cama.
Me colocou sobre uma cadeira de rodas.
- Obrigado pelo auxílio doutor. Nós já vamos, essa neve toda está atrapalhando demais o tráfego.Já tínhamos saído do consultório, meu quadril doía e alguns lugares do meu corpo latejavam de dor. Sem contar com a dor de cabeça forte, e o desconforto causado pelo gesso nas pernas.
- Vista-o.- Seu tom de voz mudou, e isso me assustava, um olhar frio e neutro. E me passava com suas mãos o casaco que trazia.
Eu o coloquei e em seguida pedi o gorro, o qual teve a atitude de ele mesmo pôr na minha cabeça. Certificando que tinha coberto bem meus ouvidos.
- Obrigado por me trazer. - Um silêncio ecoava no corredor vazio. - Perdão, o que foi aquilo no consultório?. - ele ficou bem na minha frente, desta vez, e se agachou ao meu nível.
- Aquilo? Aquilo?!.- Os olhos negros cerrados destacavam o tom de branco gelado da sua pele. Parecia incomodado, e isso me deixava inseguro.- Você é tão mal agradecido.- Ele pôs a mão na sua testa.- Vamos para casa, vou ter que por a janta no forno.
- Casa? Qual casa? A minha?
- A nossa.
Isso era tão surpreendente, eu estou me sentindo mal pra caralho, uma sensação ruim se voltava na minha cabeça, eu estava alerta.
- Quem diabos é você? Eu não te conheço, e muito menos tenho namorado!- Ele deu a volta na cadeira e começou a empurrar para frente. E aproximou sua boca ao meu ouvido e sussurrou.- Você não vai querer me ver bravo uma hora dessas, querido, vamos, deve estar com fome.____________________________________________
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KILL HIM, but i wish It was me - Terror
HorrorNunca sequer pensou no futuro, era apenas ele e as suas ruínas de um menino abandonado. Sempre com os piores pensamentos, e nunca se permitia a fazer as melhores escolhas. Yaz morava num bairro silêncioso, numa pequena casa horrivelmente mal cuidada...