☆ 9 ☆

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— Mas, eu acho que não é só desse... Beijo... Que precisamos conversar, não é mesmo?

— Ah, então você lembra? — Maiara pergunta retoricamente, sua voz estava carregada de sarcasmo.

— Eu... — Marília começa a falar, mas é interrompida pela ruiva, que se alterava.

— Você vem de ciuminho pra cima de mim e no dia seguinte finge que nada aconteceu?!

— Maiara...

— Ia fingir até quando que não rolou nada com a gente e colocar a culpa na porra da bebida?!

— Eu nã-

— Porra Marília, você tem que deixar as coisas mais claras, eu não sou adivinha.

Maiara não sabia porque estava tão irritada, a situação em si a deixava chateada, sentindo lágrimas brotarem aos poucos em seus olhos a cada frase que dizia. Ela estava com raiva, com raiva de Marília, raiva de si mesma, raiva por amar tanto aquela mulher. Seus sentimentos estavam confusos, tudo a sua volta estava confuso, ela nunca tinha gostado de alguém com tamanha intensidade como estava acontecendo agora e isso a deixava maluca. Ela queria gritar com aquela mulher loira que não saia da sua cabeça desde a primeira vez que se beijaram.

Marília não conseguia pensar em nenhuma outra forma de acalmá-la a não ser a puxando para um beijo, fazendo a menor suspirar surpresa. Ela adentra uma mão nos cabelos ruivos e faz carícias leves, para deixar a mulher mais calma.

O que deu mais que certo, Maiara sentiu que seu coração, que antes batia freneticamente pela ansiedade, agora bater em ritmos confortáveis porém intensos. A ruiva adentra sua língua no beijo, o aprofundando, fazendo Marília se afastar calmamente.

— Você... Está mais calma? — Perguntou Marília, sorrindo suavemente.

— Desculpa... Eu não sei porque falei assim com você — diz abaixando a cabeça, envergonhada.

— Tudo bem, você tem razão — ela levanta o queixo da ruiva, a fazendo olhar em seus olhos. — Eu... Nós deveríamos ter conversado desde o primeiro dia.

— É... — Concordou.

— Bom, talvez o nosso primeiro beijo tenha sido sim por culpa da bebida — confessa. — Mas a partir daí... Eu meio que comecei a prestar mais atenção, quer dizer, eu sempre admirei você, sempre senti vontade de te proteger de tudo, você é tão sensível e eu tenho ódio mortal por todo mundo que te faz chorar.

Marília suspirou, se controlando para não voltar a beijar a mulher a sua frente, que a olhava com atenção, elas ainda estavam muito perto.

— Comecei a perceber que sentia ciúmes de você, que não suportava a ideia de outra pessoa te beijando da maneira como nos beijamos — a ruiva assentia. — E eu tive medo de você ainda estar gostando do Fernando, você acabou de terminar com ele e eu... — Suspira, triste. — Eu estava com medo de ter te deixado confusa, e eu sinceramente ainda tenho esse medo, que na verdade você nem pense em mim da maneira como eu penso em você, mas eu respeitarei seus sentimentos sejam quais eles forem.

— Lila...

— Se você quiser se afastar de mim, como havia tentado fazer, tudo bem... Eu aguento. Mas quando tudo isso passar, por favor, volte a conversar comigo, você é o tumulto da minha vida — deu um sorriso bobo. — Sem você fica tudo tão... Silêncio. Preciso da sua alegria contagiante.

— Não quero me afastar de você, Lila — ela também sorria, depositou um beijo carinhoso na bochecha da mulher. — Nunca.

Nada mais foi dito naquele momento, elas abriram o sofá-cama e se aconchegaram ali, assistindo um seriado qualquer na Netflix. Marília sabia que Maiara precisava descansar, ela não tinha dormido o dia todo e o mesmo fora cheio de emoções, a deixou dormir em seus braços, sentindo aquela respiração confortável contra seu pescoço que tanto amava. Lhe deu um beijo na cabeça e começou um cafuné carinhoso.

Um plano para esquecer o ex | MaililaOnde histórias criam vida. Descubra agora