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Droga.
Eu odeio a minha mãe.
Eu sei que não deveria, mas neste momento é a única coisa que consigo sentir. É inevitável não odiar quando ela me faz fazer algo que eu não quero, só porque ela pode. Tsc. Eu não tenho nada a ver com a nova família dela, eu estava muito bem sozinho com o papai. Muito. Bem. Mas tinha que ser esse bebê estúpido para atrapalhar tudo. Ok, desculpa bebê que ainda nem se formou, não quis chamar você de estúpido. Tudo bem, eu quis sim, mas é que as coisas são assim. Eu preciso culpar alguém.
Arrasto minha mala para fora do aeroporto, sem sequer prestar atenção se vou bater em alguém ou não. Já me basta a preocupação e a ansiedade se estou me esquecendo de algo. Pelo menos tenho dinheiro suficiente para comprar uma passagem de volta se algo sair errado. O céu nublado apresenta sinais de que logo cairá uma chuva. Ótima recepção de boas vindas.
Já estou totalmente fora do aeroporto, prestes a cruzar a pista quando um carro para, cantando pneu bem na minha frente. Levo um susto e dou um salto para trás.
“Jimin, querido! Mais atenção por onde anda. Você quase atropelou meu carro” É a minha mãe, e ela está rindo. Como se há apenas dois segundos atrás ela não tivesse quase assassinado o próprio filho.
Bufando, me apresso em entrar no carro a contragosto antes que ela saia dele e faça o maior escândalo. Aí sim é que vou passar vergonha.
“Não fala mais? O gato comeu sua língua?”
Viro o rosto para a janela. As primeiras gotículas de chuva caem no meu rosto e sou obrigado a subir o vidro.
“Está com fome? Cara feia é fome” Ela tenta mais uma vez enquanto manobra o automóvel “Minnie…” Choraminga e esse é o meu ápice de ódio.
“Não ouse me chamar mais assim” Digo com a minha melhor voz fria, enquanto lhe lançava um olhar de ódio.
“Nossa como ele ficou machão” Ela gargalha como se a minha atitude não fosse nada. Ela adora me provocar "Mas não está vendendo drogas não, né?” Semicerra o olhar. Viro o rosto para a janela novamente “Olha, querido” Começa com uma voz séria, mas amena ao mesmo tempo “Eu sei que você tinha uma boa vida com o seu pai, amigos… Eu sei o quanto é difícil deixar tudo para trás dessa forma. Mas eu quero você presente na minha vida nessa nova fase, só por esses meses, depois você pode voltar e tudo bem” Olho para ela.
“Não é que eu não queira fazer parte, eu só odeio mudanças e não ter escolha. Você não me deu escolha e neste momento estou me mudando” Digo entredentes “Eu não sou mais adolescente e você sabe disso. Poderíamos continuar mantendo contato por telefone como fazíamos antes”
“Eu sei, mas sou egoísta” Cantarolou, ligando o rádio no volume máximo, onde passava uma música animada. Ah, ótimo. Agora vou ter meus tímpanos estourados.
A viagem não é tão longa como imaginei, mas também não é tão curta. O carro estaciona em frente a uma casa de primeiro andar, com um jardim na frente e uma trilha de pedras que levava até a entrada. A mesma coisa com a entrada da garagem. Abro a porta e desço do veículo, sentindo a chuva fraca caindo sobre mim, tiro minha mala do banco de trás.
“Escuta, estou indo trabalhar, mas o Jungkook está em casa, qualquer coisa fala com ele”
Estou prestes a perguntar quem é Jungkook quando ela pisa no acelerador e se manda. Grunho em irritação e saio pisando duro até o hall de entrada. Nem chave eu tinha para poder entrar no lugar que seria a minha residência pelos próximos dias. Toco a campainha e passo a mão nos cabelos para afastar um pouco a umidade. Ninguém atende. Toco mais cinco vezes seguidas. Nada. Aperto o botão incessantemente.
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AMNÉSIA • {Jikook}
FanfictionRomance | Drama | Shortfic [EM ANDAMENTO] A vida de Jimin mudou drasticamente após um acidente de carro que lhe deixou com amnésia. Agora, preso em um mar de incertezas, ele descobre que sua mãe casou com o pai de Jungkook, um rapaz que, por algum m...