16- De volta

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POV S/N

Como óbvio passei o restante do dia em casa, com muitas dores de cabeça e dor de barriga mas aprendi novas músicas no Baixo!
Vou falar a verdade... tenho saudades da Rue, mas se ela não fala comigo é porque não quer. Ou afinal não, porque acabei de escutar alguém tentando abrir minha janela que eu tranquei, retiro minhas mãos das cordas do instrumento e vou até á janela a abrindo e vendo Rue com uma expressão meio triste e arrependida

- Oi- Ela dá um sorriso de leve tentando não me olhar nos olhos

- Oi, ta tudo bem?- dou espaço para ela entrar e então ela assim o faz

- Eh... sim e com você?- ela pergunta e eu assinto- Preciso de falar com você

- Pode falar- me sento na minha cama retirando o Baixo que estava apoiando com uma fita em meu pescoço e o colocando do meu lado.

Rue não me olhava nos olhos e toda a vez que abria a boca para falar não saía nada, apenas uma tentativa de palavra, coloco minha mão por cima da dela e começo a fazer carinho na mesma

- Me desculpa- ela fala olhando para baixo e eu vejo uma lágrima cair na minha cama, puxo a menina para um abraço e demonstro estar presente ali para ela

- Ta tudo bem, eu estou aqui- faço carinho em suas costas e ela aperta o abraço- Não fiquei chateada com você, apenas deixei você ter seu espaço- coloco uma mão em seu cabelo e começo a fazer cafuné

- Me desculpa- ela torna a pedir enquanto chorava em meus braços, ela tem uma vida muito difícil no qual ninguém merece passar por... então quero que ela saiba que não está sozinha

- Tudo bem, tudo bem- repito apoiando minha cabeça na da menina- quer dormir aqui hoje?- olho a janela vendo a Lua iluminando a rua, a morena assente como resposta- Ta com fome?- Ela assente novamente- Vou pegar comida para a gente

Me levanto deixando a Bennett sozinha no quarto, vou em direção á cozinha vendo meu pai indo também até a cozinha, ignoro ele e pego um prato colocando nele algumas bolachas, pego também uma garrafa de Coca Cola e dois copos, Oscar me olhava pensando se falava algo, mas antes que ele pudesse falar algo eu saí da cozinha com minhas coisas e fui para meu quarto, quando entro Rue estava com meu Baixo na mão o analisando e mexendo nas cordas emitindo alguns sons não muito altos, mas quando percebe minha presença ela me olha e solta o baixo, eu sorrio enquanto fecho a porta com as costas.

- Quer a tocar?- Coloco as comidas em uma cadeira de rodinhas e a puxo para perto de nós duas

- Eu não sei tocar, estava apenas vendo ele, é muito bonito- Ela dá um sorriso de leve

- Eu vou ensinar você, bora- Coloco uma bolacha na boca e pego o instrumento o colocando em meu colo- Quer que eu toque qual música?

- Sabe a música dos Artic Monkeys? A Do i Wanna Know?- ela pergunta e eu arregalo os olhos

- Amo essa música, foi a primeira música que eu aprendi- digo e ela sorri, pego meu celular colocando a música mas sem o som do baixo e então começo a tocar enquanto olhava a menina, começo a cantar e ela me acompanha.
Quando termino de tocar ela me olha de uma forma surpreendida

- Não sabia que o Baixo fazia tanta diferença na música- A morena fala- É muito fácil de tocar então- eu franzo o cenho

- É fácil? Pode parecer mas não é, experimenta então- retiro o instrumento de meu colo e coloco no dela- Muitas pessoas falam que o baixo é inútil e a guitarra que faz a diferença, mas se você pesquisar mais sobre você vai ver que não, porque o baixo acompanha a bateria, Jazz não é nada sem um baixo- dou a mini aula para ela que ri- Primeiro coloca o dedo aqui, não vou ensinar você por casas e letras porque se não você não vai aprender- Rio e ela revira os olhos, coloco suas mãos no lugar correto e ela toca a primeira saindo tudo desafinado- É muito fácil segundo você, bora

•••

E assim passamos mais uma noite, Rue desistiu de tentar aprender e eu zuei ela. Ela foi embora assim que tomou o café da manhã para não preocupar sua mãe e eu fiquei no meu quarto mexendo no celular até receber uma mensagem

Ash❤️‍🩹⛓

Ash: Tou aqui fora te esperando, se arruma e vem

Eu: ok né... me dá 10 minutos ✔️✔️

Fiquei confusa porque não lembro de ter marcado de sair mas me levantei da cama, fiz minhas higienes pessoais coloquei uma roupa não muito simples mas não muito escandalosa e escrevi em um papel que sai de casa com Ash e o deixei em cima da mesa da cozinha. Fechei a porta de casa lentamente para não fazer barulho e vi o carro de Ashtray do lado de fora, entrei no mesmo

- Agora é assim? Apenas fala para eu sair de casa sem nem avisar antes?- digo ao me sentar no banco do passageiro e fechar a porta, ele me dá um selinho

- E você veio- ele dá um sorriso de leve- Como estão as coisas com seu pai?

- A gente brigou quando eu cheguei em casa porque eu falei que não queria mais fazer parte de uma Gang e ele falou que eu não entendia e que não era fácil assim, deu o exemplo de meu tio que foi espancado quase até a morte por querer sair de Los Santos, que é o nome da gang- reviro os olhos e ele coloca uma mão na minha coxa ao começar a andar com o carro, me tremi todinha

- E realmente não é tão fácil assim, se você quiser sair da Gang tem que ser espancado até quase a morte- Ele fala intercalando o olhar comigo e com a estrada

- Mas eles não iriam fazer isso comigo, eu sou menor- Digo e ele faz uma expressão meio estranha entre "você tem razão" e "você sabe do que está falando"

- Um acordo é um acordo, se quiser quebrar é claro que vai haver consequências- Ele responde

- Ta bom chega dessa conversa- Termino a conversa e ele se rende- Como foi seu dia?

- No corre e o seu?

- A Rue veio falar comigo, ela se desculpou e falou que as coisas não estavam fáceis, passou a noite lá em casa e eu ensinei ela a como tocar baixo- Dou um sorriso de leve ao lembrar- mas eu não culpo ela pelo que ela fez, ela tem muitos problemas psicológicos e ela não fez nada assim de mal apenas falou para eu me afastar...

- Ela não é uma pessoa fácil de lidar... mas que bom que vocês voltaram a ser amigas- ele me olha com um sorriso leve intercalando o olhar entre minha boca e meus olhos

- Olha para a estrada que eu não tou afim de morrer em um acidente de carro- digo e ele revira os olhos sorrindo- onde a gente tá indo?

- Você vai ver- ele fala

A viagem foi engraçada, a gente cantando e fofocando. Não demorou muito e chegamos em uma pista de Kart gigante, meus olhos brilharam quando eu vi aquele lugar

- Você tá zuando?- pergunto admirando a entrada daquele lugar enquanto saía do carro

- Me segue e iremos ver- ele fecha a porta do carro e vem até mim pegando minha mão- vamos entrar?- eu assinto e logo entramos no lugar gigante

Eu amo esse garoto

I Saw The Good In Your EyesOnde histórias criam vida. Descubra agora