A obra da Broder Tower estava levando semanas, era nítido o cansaço de Danrique até para os ruins em entender expressões. Eokor até se sentia meio mal por não estar fazendo parte desse projeto imenso, mas ambos sabiam dos acontecimentos da cidade e era Eokor quem tinha que tentar tomar as rédeas da situação caótica.
Danrique também não quis causar mais trabalho para o semi-deus, e de qualquer forma, ele tinha em mente fazer o negócio todo sozinho. Não é como se ele não desse conta ou não gostasse de fazer essas coisas colossais.
Estava até chateadinho por ter praticamente acabado tudo na torre, mas o alívio e a satisfação com certeza eram bem maiores. Faltava só terminar o lustre daqui e...
— Danrique? – a mais que reconhecível voz do seu melhor amigo ecoou pelas paredes da grande sede.
— Eokinho! – a surpresa e animação repentina foi tão grande que o fez bater a cabeça no teto e se desequilibrar dos andaimes bambos abaixo dos seus pés. Tudo resultando, é claro, em um belo de um tombo. Ainda bem que estava usando a armadura!
— Meu Deus! Você tá bem? – apesar da preocupação genuína, Eokor riu pela situação cômica que acabou de acontecer.
O homem caído se sentou no chão e ficou pouco tempo recuperando a pressão que caiu igual o seu corpo. Esfregando o braço dolorido, ele olhou para o mais velho com um sorriso divertido.
— Você perdeu uma ótima oportunidade de ter me chamado de anjo que caiu do céu – balançou as sombrancelhas sugestivamente. O outro riu.
— O anjo que caiu do céu foi Lúcifer, Dan.
— Dá na mesma – aproveitou a mão erguida de Eokor para finalmente se levantar e poder dar um abraço nele. — Tudo tranquilo? Precisa de alguma coisa?
— Tudo sim! Só queria ver como estão as coisas, como você está, sabe? Dar uma visitinha – sorriu com doçura, sorriso o qual foi devolvido na mesma hora.
Já fazia um bom tempinho desde a última vez que veio aqui para cima, na época em que estava tudo praticamente vazio, só cômodos separados e alguns móveis básicos. Agora havia luzes em tudo, decorações sofisticadas e até uma adega com vinhos e champanhes. Mesmo Danrique deixando claro que os brothers estavam livres para decorar do jeito que bem quiserem, ele já fez uma boa preenchida no espaço.
— Você fez um ótimo trabalho aqui, eu tô impressionado – diz Eokor quando inspecionava o local atentamente. Nunca duvidou das habilidades de arquitetura do Danrique, mas era inevitável ficar boquiaberto com um lugar assim.
— Ah muito obrigado, é sempre uma honra receber elogios de um builder como você – Danrique agradeceu enquanto seguia o semi-deus pelo apartamento luxuoso. Modéstia parte, ele também ficou muito impressionado com o próprio trabalho. — A propósito, eu já coloquei uns móveis no seu quarto e no da galera. Quer ver? – e é claro que ele aceitou.
Eles chegaram ao quarto depois do lance de escada. Como havia prometido, Danrique deixou nas mãos dele a decoração, mas ainda havia uma cama, um pequeno armário e uma escrivaninha com uma cadeira giratória. Nada muito complexo, apenas o básico, mas Eokor ficou muito contente com seu espacinho. Ainda não tinha muito a sua cara, o que se resolveria logo.
Só percebeu que estava avoado examinando o quarto quando notou Danrique entrando novamente pela porta com duas taças e uma garrafa de vinho tinto. Eokor não é o maior fã de álcool e essas coisas, no entanto, sua paixão por vinho em tardes de sexta-feira eram em outro nível.
— Eu sei que não tem muita coisa, mas você curtiu? Eu posso trocar os móveis, se quiser – o homem mais novo perguntou enquanto servia a bebida avermelhada para os dois.
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Nunca Somos Nós · Dankor
FanfictionDanrique e Eokor se amam muito, mas apenas em fins de tarde de sexta-feira e sem nenhuma jura de amor. [ Oneshot · Fluff & Angst · Obscenidade Implicita ]