Era pra sermos apenas amigos... ~ Javon Walton

03.

Mayla Miller
16:40
Geórgia ( EUA )

Estava eu dentro de um Uber indo em direção da minha psicóloga.
Ela mudou meu horário hoje a tarde para as 16:30. E como eu tinha meu encontro com o Javon, marquei para outro dia, mas se acontecer alguma imprevisto eu avisaria ela.

Sei lá, não fiquei muito sentida com aquilo. Ele só estava com uma amiga, certo?
Mas ele esqueceu o encontro e ainda marcou com outra pessoa.
Eu não ligo para isso, ele só pode está encontrando uma nova pessoa para se relacionar e viver um clichê com ela. Não quero ficar me intrometendo nisso, porque eu sou uma amiga, e ele precisa desencalhar. Ou ela é só uma amiga...

Cheguei no meu destino e paguei o Uber, sai de lá e entrei na clínica, avisei a funcionária que estava lá no balcão que minha consulta era agora.

Depois dela ter ido avisar a Betty, a minha psicóloga, eu entrei na sala aonde ela ficava e me sentei a sua frente.

- Olá Betty! -

- Oi Mayla! Como passou sua semana? Melhorou ou piorou? - ela me pergunta.

- Essa semana foi até que mais calma, eu sair com os meus amigos, passei mais tempo com a minha família e me esforcei para não ficar pensando em pensamentos negativos. -

- Ótimo, é assim que você deve fazer. Tentar não colocar coisas negativas em sua mente vai te ajudar muito, porque além de ajudar a você a não ficar mal por causa disso vai te ajudar a seguir em frente e deixar de lado tudo isso que se passa em sua mente.
Você acha que alguém que você ama talvez, tá te ajudando sem ao menos você perceber? - ela me faz essa pergunta, que me deixou pensativa.

Será que tem alguém que me ajuda a seguir em frente sem eu perceber?

Eu não sei responder essa pergunta, ou eu sei?

Algo me diz que sim, mais eu não sei quem é.

- Eu acho que sim, mas eu realmente não sei quem é essa pessoa. - eu a respondo.

- Você não acha que pode ser algum amigo? Algum parente? - balanço a cabeça em sinal de negação como resposta.

- Bom se você não sabe, uma hora ou outra vai descobrir, não é mesmo? - ela complementa. - Mayla, você ama alguém? Mas tipo, um amor que você quer essa pessoa como sua, aquele amor que te faz sorrir boba quando olha para quem você ama, ou quando você senti aquelas "borboletas" na sua barriga quando abraça ou fala com ele ou ela, o amor que faz você não querer tirar de sua mente o ser humano que você tá... Felling love? - dou um sorrisinho pela as duas últimas palavras que ela falou. Mas... eu amo alguém desse modo? Eu sinto isso tudo que ela falou? Se eu estou amando alguém agora, eu não sei.

- Eu não sei... Eu não sei se consigo sentir isso novamente com outra pessoa. Eu fui tão machucada, usada, destruída e quebrada que eu não sei se vou conseguir ter esse sentimento... Eu tenho medo, medo que possa acontecer tudo de novo e que eu acabo saindo mais machucada ainda. Eu não consigo... Eu posso até querer sentir isso mais eu acho que... Sei lá, eu não sei nem explicar isso direito. -

- Eu te entendo Mayla, eu sei que isso possa ser muito difícil para você e não vamos forçar a você amar alguém. Se fizermos assim, só vai dificultar mais porque não é possível você mandar a sua mente a querer amar a uma pessoa só para você viver esses clichês que vemos nos filmes. Então, vai ser tudo no seu tempo, e claro se você quiser. Eu falo assim porque, talvez você até queira amar alguém como todos os outros adolescentes que você ver por aí, só não consegue demonstrar isso, entendeu? - ela fala e eu assinto, dando a entender que eu entendi o que ela falou.

Eu acho que sim, ela tem razão. Porque eu até posso conseguir sentir isso, mas eu só não vou ter coragem de saber demonstrar esse sentimento.

Eu já fiz isso, e me arrependo de não ter conseguido ter feito isso com a pessoa certa. Eu me sinto meio inútil nesse caso, por eu não ter conseguido ter apenas amado a pessoa correta.