Capítulo sem título 4

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Cansada por demorar a dormir, teve que ser acordada por Rose que a chamou para o café da manhã enquanto corria para se arrumar a tempo de ir à escola graças ao carro vermelho de sua mãe que a levava quando estava atrasada ou quando tinha tempo sobrando do trabalho, um pouco de sorte lhe cairia bem, pensou a jovem digitando no celular avisando Will que não poderiam se encontrar e se sentou na cadeira da cozinha para tomar seu café da manhã. Rose estava calma tomando seu café enquanto mexia no celular para ler notícias do dia, apenas deslizando o dedo sob a tela. Observar a cena por algum motivo fez Sandy se lembrar de seus colegas que nunca perdiam a oportunidade de lhe dizer que ela era bonita e admirada por muitos homens sendo jovens da faixa etária da garota ou mais velhos. Uma mulher que sabia ser divertida ou que a ouvia quando precisava de seu apoio para se abrir, as vezes apenas um abraço e um carinho quando não desejava se abrir muito sobre seus problemas que quase ninguém sabia, apesar de tudo, sendo ou não admirada, ela era apenas sua mãe, sendo ou não biológica.

-Sandy, não vai comer? -perguntou um pouco preocupada de vê-la tão imersa em seus pensamentos e reflexões.

-Vou, mas e o papai? -perguntou enquanto levava uma fatia de pão amanteigado e bebendo leite com café observando Rose desligar o celular e o deixar de lado enquanto apoiava seus cotovelos na mesa a olhando diretamente, seu corpo sentiu uma pressão se acumular nela em pensar que ela poderia saber sobre seu adorável jogo de chá de família havia se quebrado em vários pedaços enquanto estivera dormindo.

-Ele foi pro apartamento dele, disse que tinha muito trabalho para fazer hoje, estranho, ele trabalha a tarde se não me engano- sua voz demonstrava desconfiança já que o homem realmente abria o bar apenas a tarde para dormir de manhã, havia virado rotina esse feito, ainda mais após se divorciar da loira.

-Ele arranjou um segundo emprego! -respondeu tão rápido que quase tropeçou nas palavras antes mesmo de ter pensado em falar, deixando a mãe um pouco desconfiada, mas surpresa pela a novidade.

-Ha, sério? De que? -perguntou tentando tirar suas próprias suspeitas, deu um gole no café forte sem tirar os olhos de cima de Sandy, era assim que ela fazia em seu trabalho como jornalista, afinal, tinha que entrevistar as pessoas e buscar se algumas informações eram verídicas e não mentiras absurdas como a gravida de Taubaté, ao qual ela ainda não sabia como que as pessoas haviam caído em um assunto ou emissoras procurarem viralizar com algo falso e sem importância no dia a dia das pessoas, apesar de gêmeos serem raros no Brasil, isso não iria mudar o dia de um estranho de forma direta.

-Entregador, disse que não seria ruim arranjar um dinheiro extra e que conhecia um amigo que precisava de um no momento, então fez mais para ajudar do que pelo o dinheiro, sabe como o papai é, coração mole com quem ele conhece- foi observada atentamente pela a mãe até que ela parou de cerrar seus olhos e voltou para a cozinha

-Tem razão, pelo menos ele está tendo suas responsabilidades e tendo algo para fazer no tempo livre. Não é nada saudável acordar tão tarde e ainda ficar pensando no que vai comer arrumando a bebida dos outros- as palavras de Rose saiam com certa pontada de raiva já que Felipe havia feito apenas o ensino médio e desistido de um trabalho melhor ou deixado de desejar um restaurante, já que sempre desejava servi algo de bom para a família dele que também já passou fome e que desejava provar várias comidas diferentes da cultura brasileira. Abandonou o anseio por viagens e permaneceu na cidade a qual nunca saiu.

-Sim, tenho que ir agora, tchau mãe- tentava finalizar o assunto e fugir dos questionamentos ardilosos da mulher, puxou a mochila pesada nas costas, mas antes que pudesse ter a chance de atravessar a porta e a deixar lá, a lembrou dá carona.

-Hey mocinha! aonde pensa que vai? você nunca vai chegar a tempo e não vão te deixar entrar atrasada sem minha presença- realmente, não conseguiria ir à escola sem a ajuda dela, então esperou na porta a vendo pegar sua bolsa de couro vermelho enquanto tomava um copo de café.

Reino EscarlateOnde histórias criam vida. Descubra agora