A Herdeira da Lua

Capítulo 1

Narradora on

Era apenas mais um dia comum na vida da família Kamado, Kyara e Tanjiro arrumavam suas cestas com carvão para descer a montanha e vender na cidade que ficava logo embaixo como costume, mesmo que estivesse frio.

Tudo estava coberto de neve, então os dois estavam bem agasalhados, faziam isso todo ano, uma vez por semana, pelo bem de sua família. Não poderiam deixa-los morrer de fome quando podiam fazer algo para impedir isso.

Kie: Kyara! Tanjiro! Venham aqui! - Kie, a mãe dos dois, os chamou, e os dois se aproximaram calmos, seus rostos tranquilos e expressão serena. - Seus rostos estão tão sujos quanto a fuligem.

Kie entregou um pano para a mais velha, que se limpou por conta própria com um sorriso divertido no rosto; e usou o outro pano para limpar o rosto de Tanjiro, que aceitou sem reclamar com a expressão um pouco confusa.

Kie: Vocês não precisam ir hoje... As estradas estão cobertas de neve, é arriscado. - Ela se pronúncia novamente, com um olhar preocupado para os filhos mais velhos.

Kyara: Eu sei disso mamãe... Mas, eu prometi cuidar de todos vocês, e isso incluí não deixa-los passar fome, estou fazendo isso pela nossa família! - Kyara disse, sorrindo abertamente. Nunca deixaria de cuidar deles! Eram tudo para si.

Kie: Eu amo tanto vocês - Kie declarou, com os olhos lacrimejando de emoção por ter filhos tão bons.

Tanjiro: Eu só quero que todos comam bem no ano novo... Então eu irei, e prometo que voltarei com bastante dinheiro! - Tanjiro disse, ficando ao lado da irmã mais velha com um olhar confiante.

Passos abafados foram ouvidos por eles e duas crianças apareceram correndo repentinamente, enquanto um garoto mais velho vinha logo atrás, com um machado em mãos e um olhar confuso.

Shigueru: Vocês vão para a cidade hoje? - Shigueru perguntou animadamente.

Hanako: Podemos ir?! - Hanako perguntou do mesmo modo que o irmão gêmeo.

Takeo: Huh? - o garoto com o machado nas mãos deixou escapar, confuso com o rumo da conversa.

Kie: Não, vocês não conseguem andar tão rápido quanto eles, então é melhor ficarem - Kie respondeu calma e serena, como sempre estava.

- Mas, mamãe! - os dois imploraram ao mesmo tempo, não querendo ficar em casa.

Kie: Não - Negou novamente, firme em sua convicções. - Eles não vão com o carrinho, então não dá para vocês relaxarem enquanto andam juntos!

Kyara se afastou para terminar de ajeitar seu cesto com carvão, e não prestou atenção no resto da conversa. Sentia uma sensação ruim, como se algo horrível fosse acontecer e ela não pudesse fazer nada.

Pensou em ficar por alguns segundos, mas isso não seria possível, a família deles precisava dela, não poderia falhar agora.

Se despediram da mãe e dos irmãos mais novos com acenos, indo finalmente ao trabalho. Enquanto se afastavam, ouviram Shigueru e Hanako gritando despedidas, enquanto sua mãe mandou voltarem antes do anoitecer.

Viram sua irmã do meio, Nezuko, com Rokuta, o caçula, nas costas, e foram até eles, para se despedirem de ambos também.

Kyara: Nezuko! Tem certeza que não quer que eu leve o Rokuta? Eu posso cuidar dele enquanto trabalho! - Kyara perguntou a Nezuko, querendo levar o garoto consigo para ajudar a irmã mais nova, que tinha doze anos.

Nezuko: Não, não! Eu quero ajudar de alguma forma, você já faz muito por nós, Kyara, vocês dois fazem muito por nós. - Nezuko negou sorrindo, amava como a irmã se importava tanto com seu bem estar. - A propósito, eu consegui coloca-lo para dormir...