A Herdeira da Lua

Capítulo 22

Narradora on

A morte de Kyojurou já tinha sido avisada a todos, que ficaram desanimados com a perca de mais um companheiro. Menos Muichiro, que apenas ficou se perguntando quem era Kyojurou e Kyara, que não teve como saber disso.

Kyara "dormia", desde que havia chegado a mansão borboleta não tinha acordado de jeito nenhum.

Os dias começaram a se tornar semanas e isso ia preocupando cada vez mais Tanjiro, Nezuko e os outros, que iam todos os dias visita-la.

Tanjiro: Deus... Por favor... Não leve minha irmã... Ela sempre foi uma pessoa tão boa... Esse destino de morte não é seu! Se for para levar alguém leve eu! - após um mês boa parte deles não tinha mais esperança que ela acordasse.

Ela não era como Nezuko, a Kamado menor era uma oni, obviamente não morreria assim, mas não podia se dizer o mesmo da mais velha.

Tomioka passou a se isolar cada vez mais, sua expressão voltou a ser a fechada e séria de antes de conhecer a Kyara, ninguém tinha tentado conversar com ele por falta de intimidade e ele ia se achando cada vez mais inútil.

Mitsuri chorou sem parar todos os dias, tinha perdido seu mestre e provavelmente sua melhor amiga também iria. Não teve coragem de ir até lá. Não aguentaria vê-la daquela forma de novo.

Obanai não soube explicar o que sentia. Seu melhor amigo e irmão de consideração estava morto e a garota que animava todo o grupo estava quase tendo o mesmo destino. Só conseguia sentir um vazio. Não foi vê-la, não queria vê-la.

Gyomei: tão jovem. - foi tudo que o monge disse ao ver o estado que a garota se encontrava.

Himejima e Kyara não tinham um laço, assim dizer. Só tinham conversado de verdade uma ou duas vezes.

Muichiro: Kyara-chan... Não vá... Por favor. - sussurrou. Não tinha um dia que o Tokito não estivesse ali, e estava sempre chorando.

Tinha criado um forte laço com a garota em pouco tempo, eram como irmãos. Era um laço que nem a morte poderia romper.

O que aconteceu com Kyara pareceu quebrar Muichiro, que parecia voltar a esquecer de tudo. Não lembrava de nada nem ninguém, só sabia que Kyara era alguém importante para si e isso preocupou Shinobu.

Shinobu: maldito lua superior... Primeiro minha irmã... Depois você... Eu vou me vingar! Eu prometo! - a Kochou falou, abraçando o corpo delicadamente.

Shinobu e Kyara eram muito amigas, apesar de não se darem bem no começo por conta da Kochou provocar o Tomioka.

O sorriso falso e a personalidade forçada estavam maiores. Além de raiva ela tentava esconder tristeza.

Uzui: lady Kyara... Não nos deixe. - foi tudo que conseguiu dizer. - você disse que ia ser minha amiga... Que estaria sempre comigo!

Uzui e Kyara não eram muito chegados pelo fato de o Uzui a irritar com seus pedidos de casamentos, mas eram bons amigos apesar disso.

Tinham combinado de beberem juntos, apesar de Kyara nunca ter bebido na vida topou. Mas isso não aconteceu...

Yuna: Kamado-sama... Eu não devia ter deixado você... Me desculpe! - a Rengoku não aguentou e chorou.

Pouco depois de chegar a mansão borboleta com o usuário da respiração do vento, ela avisou os hashiras presentes sobre o que estava acontecendo. Kyara chegou machucada e quase morta, então Yuna se culpou e se sentiu ainda pior ao receber a notícia da morte de Kyojurou.

As duas eram muitas amigas, Yuna, Mitsuri e Kyara eram o trio mais engraçado de garotas da Demoncorps.

Deishin: se eu não fosse tão fraco isso não teria acontecido. Me desculpe Kamado-sama. - não eram tão próximos, mais ainda sim se consideravam amigos.

Deishin se culpou quando viu o estado que Kyara chegou. A baixa autoestima do garoto sobre a própria força estava voltando a aparecer novamente, o que era preocupante.

Kori: Kyara-chan... Todos estão preocupados... Acorde logo. - a garota falou calma.

Kori e Kyara faziam algumas missões juntas. Kori estava quase se tornando a pilar do gelo, por isso Kyara ia com ela em missões, para observar seu desenvolvimento.

Genya: sensei... Fique bem logo... - foi tudo que disse.

Estava quebrado. A única pessoa que viu talento nele. A única pessoa que não o chamou de fraco e insistiu nele. A única pessoa que o tratava bem, estava ali, quase morta.

Kagaya: minha criança... Acorde, precisamos de você. Não morra. - não foi vê-la por conta de seu estado, mas rezou diversas vezes pelo bem-estar de Kyara.

Giyuu: Kyara... Não me deixe sozinho.... Não de novo... Por favor. - soluços eram ouvidos e lágrimas escorriam pelo rosto do moreno.

Kyara: " eu não vou te deixar... Eu não vou te deixar sozinho..." - fez um enorme esforço, conseguindo apertar a mão de Tomioka.

Três meses se passaram, Kyara estava falando com Kira em seu interior. Tinha tentado acordar diversas vezes, mas não conseguia.

Kira: Kyara... Você tem que tentar resistir. Você não pode morrer agora. - disse, tentando esconder o desespero em sua voz.

Kyara: eu tô tentando Kira! Eu tô tentando! - seus olhos já cheios de lágrimas ficaram arregalados ao ver o espaço em volta de si ficar branco.

Mas derrepente o cenário em volta começou a mudar, mostrando os acontecimento mais recentes.

A primeira cena mostrava Nezuko tendo seu torço partido e sendo jogada longe, logo sendo seguida pela oni.

A cena mudou, mostrando Uzui sendo envenenado e tendo sua mão arrancada, logo desmaiando e seu coração parou de bater.

Depois mudou para Zenitsu sendo esmagado pelos destroços das casas destruídas, em seguida mostrando Inosuke tendo o peito perfurado.

E por último, mostrou Tanjiro tendo seus dedos quebrados pela lua superior que ria como quem achava graça.

Akyra: acorde Kyara! Eles precisam de você! - Kyara ouviu a voz de seu sensei e viu seu rosto, logo acordando em um pulo.

Começou a respirar com dificuldades, olhando em volta viu Sanemi e Genya, separados apenas observando.

Genya: sensei! - gritou, o que chamou a atenção das pessoas lá fora.

Kyara apenas se levantou rapidamente, mas suas pernas falharam. Ela estava pronta para cair no chão quando alguém a segurou e logo a abraçou.

Giyuu: Kyara... Você está bem...- disse, a apertando levemente em seus braços.

Kyara: Giyuu.... - sussurrou, sentindo uma onda quentinha preencher seu coração.