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EMMA COOPER

Três palavras definiram minha noite:

Eu não quero ir.

Sei que não tem três palavras mas sei que serviria muito para o meu boletim de ocorrência contra as duas mulheres que caminhavam na minha frente.

Como já disse: Não é que eu não goste de festas, só não estou afim disso.

Mas elas não entendem, o que é uma bosta.

Meu maior desejo neste momento é estar na minha cama, lendo algum livro e tomando sorvete. Porém, sonhos podem demorar a se tornar realidade e minha realidade é caminhar até o dormitório a leste, em busca de álcool e caras incríveis, segundo elas. Para ser realista poderia denunciá-las agora, afinal elas que chegaram no meu quarto totalmente arrumadas e quase me bateram por me ver, descabelada, de pijama e vendo filme. Não me julguem, acredito que essa seja a grande realidade de muitas pessoas que não gostam de multidões e suas imprevisibilidades.

— Melhora essa cara, Emms. — vejo Any parada me encarando e eu reviro os olhos.

— Claro, senhora. Deve te chamar assim, né? — indaguei ironia e vi ela mostrar a língua para mim, ridícula.

Revirou os olhos e olhei para o vestido preto básico que se sustentava pelo meu corpo, os cabelos estavam em um coque desajeitado porque não o quis solto. E nos pés, um tênis branco que eu provavelmente tiraria.

E sim, eu não me arrumei justamente por dar mais motivos para o meu desinteresse na festa, mas acho que Sophie e Analicy são cegas e surdas, ou se fazem.

Acho que a segunda opção, certo?

— Eu vou beber tanto, acho que vou chorar. — empolgada Sophie comemora com as mãos no ar, como um bebê que ganha um doce.

— Você não era assim.

Olhei para ela que riu negando. Miller também usava um vestido só que prateado e com um salto em seus pés, seus estavam soltos e o seu sorriso só em lembrar de bebidas poderia parecer uma drogada, ri internamente. Em comparação a Any, não poderia tirar muito ela também estava de vestido de cor rosa clarinho e seus cabelos soltos e um tênis no pé.

Estávamos semelhantes.

Caminhávamos até a fraternidade, ou seja, o dormitório ao sul. Que era a residência dos atletas e outros caras, ou seja, lá é o sonho de consumo de toda mulher.

Homens para todos os lados.

Não era muito longe dos nossos dormitórios, creio que uns dez á quinze minutos mas agora parecia um maldito e longo caminho. Agradeci aos céus por não estar de salto. Sophie parece bem plena para quem calça aqueles tijolos.

— Já posso ouvir a música.

— Acho que tem mosquitos no seu ouvido, Any. — ri alto quando Sophie protestou de sua fala.

— Vocês realmente estão ansiosos para isso, sério. Uma está louca para ficar bêbada e a outra já está com problemas auditivos, ótimas amigas eu fui arranjar.

— Faltou a parte que eu quero dar.

— É claro, ainda por cima elas querem dar. — elas riram concordando.

— Você se faz de sonsa, Emma. E você está louca para pegar alguma bebida e sentar em um sofá e negar a qualquer cara que aparecer, uma chance de ficar.

— Eu não me faço, só estou bem assim — expliquei para a morena que caminhava ao meu lado. — E eu provavelmente vou fazer isso, me julgue.

E é verdade, mas claro que às vezes eu quero muito ir para a cama com alguém ou não sei. Ficar com alguém também é algo normal para mim, porém os caras daqui acham que isso é passe livre para uma noite nas alturas comigo e isso não estou disposta a oferecer.

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⏰ Última atualização: Mar 04, 2022 ⏰

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