terceiro.

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Dazai adormecia adoravelmente quando Chuuya entrou cuidadosamente na ala. As flores que encomendou mais cedo chegaram até ele, estando no canto perto de suas vestimentas dobradas. As luzes estavam desligadas, entretanto não estava tão escuro.

Chuuya não poderia vir sujo, então quando terminou seu trabalho, tomou banho e veio diretamente até o hospital. Em seus pensamentos, ele torcia pela morte do rapaz, suas visitas são uma desculpa de "querer vê-lo morrendo com seus próprios olhos".

Atsushi não voltou ao lugar de trabalho, então não pode dizer se o rapaz suicida acordou ou não. 

Seus batimentos cardíacos estão como viu da última vez. É como se ele estivesse dormindo, e esperando alguma ação vergonhosa do ruivo para acordar e o atormentar para sempre.

Chuuya puxou a cadeira que estava posicionada no canto da sala. Ele se sentou e tirou seu chapéu extravagante que Osamu adorava criticar.

Foram longos minutos em silêncio. Dazai não movia um dedo sequer, nem mesmo o movimento de seu peito subindo e descendo por conta da respiração forçada.

O ruivo suspirou. "Dazai... Morra de uma vez." Ele repetiu para si mesmo. Ele sabe que está sozinho e ninguém iria o responder. Mas mesmo assim, ele continuou;

"... Morra de uma vez e me livre disso... Idiota..." Recitou o ruivo apertando a borda do chapéu em sua palma. "Morra de uma vez para que eu esqueça sobre o significado das flores que te mandei." Ele disse mais uma vez.

Ele queria fumar e se deixar levar pela fumaça, todavia estava em uma sala fechada dentro de um hospital lotado de pessoas gritando; esperneando; chorando; lamentando.

Sentimentos ruins viviam sobre o ar pesado e cheiro de morte. Um hospital é como uma porta. Se você passa dela; você está no limbo, no purgatório. Se não passa; você não foi aprovado e sua lição de casa não é aceita, agora há outra chance de viver e refazer.

Ele respirou pesado, jogou sua cabeça para trás e fechou os olhos. Ele estava cansado, completamente desgastado.

Após a operação, a primeira coisa que passou em sua cabeça era visitar Dazai que não dá um sinal de vida a quase duas semanas.

Chuuya queria que ele morresse, nem que seja preso. Mas, agora, sequer consegue chegar perto da máquina o mantém vivo e puxar estes cabos e acabar com tudo.

Nem isto ele consegue fazer.

Não não não. Chuuya estava pensando demais. O clima melancólico do hospital também estava o afetando, era tão forte que até ele também poderia cometer suicídio da janela desta ala.

Ele balançou sua cabeça para espantar tais pensamentos e pôs seu chapéu de volta a onde ele deve estar e se preparou para sair.

Ao tocar o portal branco e frio colocado na parede, ele encara o corpo estirado na maca de Dazai. Completamente pálido, mais faixas em seus braços e peitoral.

Chuuya sentiu pena por um segundo, mas logo foi dispersada ao se lembrar quem ele é.

Já estava tarde da noite. Quanto tempo ele passou neste lugar perto do rapaz quase considerado cadáver?

Chuuya caminhou até a janela da sala quente e a abriu um pouco, caso um enfermeiro veja isso após sua saída com certeza irá fechar.

De costas para a luz da lua; De frente para um rapaz de fios escuros, pele pálida e coberta de ataduras brancas.

O ruivo se aproximou e afastou sua franja bagunçada um pouco para cima e liberou o espaço da testa branca e soada. Ele limpou o suor com a manga de seu casaco e deixou um selar leve ali.

1 minuto depois disto, ele bateu em seu próprio rosto e puxou o chapéu para cobrir seu rosto levemente corado. Ele caminhou rapidamente para fora da ala e em seguida do hospital.

"..."

"... Ele fez isso?" Dazai se questionou abrindo seus olhos com delicadeza. Seus olhos encaravam mais uma vez o quarto branco e limpo.

Ao seu lado, a cadeira puxada e abandonada e o buquê de flores dentro de um jarro com água.

Com cuidado, Dazai levou sua palma até a testa, em específico onde o ruivo beijou.

Em seu rosto, um leve rubor. Dazai sorriu e gargalhou baixinho. "Chibi... Eu acho que entendi o porquê de ter me enviado camélias... Você é ruim em se declarar, não? Ahahaha..." Uma dor nas costas interrompeu seu bom humor e o rapaz começou a se remoer de dor.

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