Wait for you next night

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  Todas as noites tenho o mesmo sonho. 

  Estou embriagado, minha visão turva distorce a realidade exterior, mas sinto meu corpo excessivamente quente. Repouso sobre lençóis alvos, anormalmente confortáveis e que revelam uma fragrância forte. O cheiro dele. O que mais poderia esperar? Aquela era sua cama. 

  Ouço passos em direção ao quarto que, naquele momento, toma forma. Está parcialmente escuro; a porta entreaberta permite que um feixe de luz invada relutantemente o recinto e deixa que objetos a reflitam. 

  Logo, quem estava caminhando empurra a porta gentilmente. Aproxima-se da cama. Deposita seu joelho na superfície e se desloca até que seu rosto esteja acima milimetricamente do meu. Seus fios castanhos quase tocam minha face. 

  - Chifuyu, quantas vezes já lhe disse para não ficar porre assim? 

  Não respondo, sei que seu comentário não faz parte de um esporro. Era uma encenada preocupação. Ele sorria, não de modo terno, mas como alguém que se divertia ao fazer aquilo. Alguém que conhecia exatamente cada ato do roteiro. 

  Deixo escapar um gemido de inquietação. De fato, estava inebriado pelo desejo de que ele tomasse as providências rapidamente. Baji-san soltou um som de satisfação. Desse modo, desabotoou meu uniforme e encarou-me. Seus olhos estavam cerrados, neles havia tanta intenção que fazia com que meu corpo inteiro desejasse ser consumido. Suas mãos continuaram o trabalho e passaram a retirar minha camisa. Abriu também minha calça, mas a deixou permanecer onde estava. Jogou minhas outras roupas em algum canto do quarto. Meu peito subia e descia tão rápido quanto sua capacidade de arrancar sua camiseta do próprio tronco. 

  Ali estava ele, com o tórax desnudo, mirando toda a profundidade de meu ser. Seus longos cabelos deslizavam sensualmente entre seus ombros e seus orbes âmbares me estudavam. Abri os braços, como se o convidasse a vir até mim. Assim ele o fez. Percorreu meu pescoço com sua língua gélida. Mordeu minha orelha e deixou marcas em minha pele. Seus dedos encontraram meu mamilo inchado que exigia contato. Apertou-o com tamanha força que arqueei as costas. Ele era rude. 

  Ele desceu e engendrou um caminho de beijos até meu baixo ventre. Eu tremia com esse contato. Minha voz estava embargada e sem controle, o álcool não falhava em me deixar estranhamente sincero. Era árduo esconder meu tesão naquela conjuntura. 

  Sem pudor, Baji-san abaixou minha boxer e capturou meu membro em sua mão. Deslizou a língua delicadamente por sua extensão e demorou propositalmente na glande. Ao perceber minha reação satisfatória, colocou-o por inteiro na boca, chupando com velocidade. Tive um orgasmo naquele exato instante, no entanto isso não o fez interromper o oral. Independente do meu descontrole, ele continuou chupando e fazendo uma massagem com as mãos simultaneamente. 

  Eu estava muito sensível e aquilo era demais para mim. Mas sabia que meu corpo desejava aquilo com tudo de si. Era com essa finalidade que eu estava ali. Sempre enchia a cara com alguns amigos para que, no fim, me deixassem na casa de Baji-san no intuito de que ele cuidasse de mim. Isso era garantido. 

  Quando ele percebeu que eu estava completamente relaxado, desceu os lábios em outra direção. Eu sabia o que ele iria fazer. E eu gostava. Senti a umidade tocar minha entrada. Pude sentir os movimentos que sua língua fazia ao mesmo tempo que me masturbava. Em pouco tempo, ele havia me lubrificado o suficiente para introduzir 3 dígitos. Ao passo que seus estímulos aumentavam, eu gritava e me remexia sob seu toque. 

  - Gosto quando você rebola neles assim. - sussurrou para mim. 

  - Por favor… - implorei a ele, sedento. 

  Ele sabia porque eu fui a sua casa. Ele estava ciente de que o álcool fazia com que meus verdadeiros desejos tomassem controle de mim. Ele conhecia meus sentimentos em relação a ele. 

  Ele me ofereceu um sorriso malicioso. Foi até o criado-mudo que ficava ao lado da cama, mas eu o detive. 

  - Não, quero sentir você por completo. 

  Isso pareceu fazê-lo hesitar, contudo se rendeu ao meu olhar. Retirou minha última vestimenta e, finalmente, abriu seu próprio zíper. Sempre me sentia culpado por estar tão bêbado a ponto de não conseguir tocá-lo também, apesar de que ele não parecia se importar. 

  Avistei seu membro excitado. Ele também me queria. Lentamente, posicionou-se acima de mim, penetrando o necessário para retirar sua mão de seu membro e entrelaçar com a minha, acima da minha cabeça. Ele contemplava meu rosto com tanta atenção que me fazia sentir que nada mais era importante para ele. Eu me dava ao luxo de observar sua boca um pouco aberta seus olhos intensos em uma expressão de prazer.  

  Vagarosamente ele me penetrava. Como todas as outras vezes, no momento em que tudo havia sido introduzido, ele aguardava minha resposta. 

  - Pode se mexer… 

  Aquele era o sinal para que estocasse freneticamente. Seus movimentos me levavam para frente e faziam uma enorme pressão em mim. Os sons molhados e indecentes enchiam o quarto junto ao cheiro de sexo. Nossos gemidos e respirações construíam uma orquestra harmonicamente desequilibrada. 

  Minhas unhas arranhavam suas costas injustamente enquanto seu membro me dava excessivo prazer. Sua boca encontrava a minha e, assim, elas dançavam. Essa parte era a minha favorita.   

  A frequência com que meu ponto sensível era atingido tornava claro a minha iminência de gozar novamente, assim como a primeira vez de Baji-san. Eu o abracei e gemi em seu ouvido até sentir que realmente chegava ao clímax e que ele chegava dentro de mim. 

  A sensação dele retirando-se delicadamente me fazia ter certeza de meus sentimentos por ele. Eu o amava. E ele sabia disso. Todavia, somente o álcool me permitia ser sincero. Então, todas as vezes bebia até parar em seu quarto.    

  Deu-me um beijo longo e carinhoso. Após isso, levantou-se. 

  - Eu amo você. - confessou. 

  - Eu também. - eu disse. 

  - Tenho que ir. 

  - Não. 

  - Não irá superar dessa maneira. 

  - Não há nada a ser superado. 

  Ele nada respondeu. Encarou o chão com um sorriso singelo no rosto. 

  - Até amanhã, então. - disse. 

  E, desse modo, eu acordo absurdamente cansado e sinto minha boxer úmida por algo viscoso. Suspiro e aguardo até a noite para reencontrá-lo outra vez. 

  

Drunk DreamsOnde histórias criam vida. Descubra agora